quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Real e imaginário um espelho ou uma memória

A minha infância foi marcada pelo contato com a natureza. Nossa família contava sete, papai mamãe e nós cinco. Nós dependíamos muito da natureza para sobreviver. Dependíamos das chuvas para dar força e ânimo as plantas e estas compartilhar conosco seus recursos como folhas, flores, frutos e sementes. Elas se doavam aos nossos animais as duas vacas e um jumento. A gente dividia um pouco da nossa comida com um gato e um cachorro. A gente ainda do milho que tirava alimentava as galinhas que nos davam ovos e carne.
A nossa relação com as plantas eram muito íntimas. Algumas delas nos as amávamos tanto que lhes damos nome. Sim caros leitores. As pinheiras, as sirigueleiras, os coqueiros não eram tão especiais, apesar de essenciais... Sim quem são estas que estou me referindo? Aos cajueiros. Todos? Não.
Aqueles específicos. Tínhamos o bago de jaca, o abacaxi, o pimentinha e o da porca... Se enviar esse nome para meus irmãos, estes saberão do que me refiro e onde ficam. Saberão porque ganharam este nome.
Fácil de deduzir, bago de jaca por ter gosto de jaca; abacaxi por ter gosto de abacaxi; pimentinha por ser pequeno e muito doce e parecer uma pimenta, e do porco, pela amarga perca de um porco, nós colocamos o corpo da porca para os bichos comerem lá sob o cajueiro... No nosso sítio tinham muitos cajueiros, mas esses a gente lembra e conhece.
Um ente que virou um objeto... Um ser que existiu e nos deu significado a nossa vida monótona no sítio.
Como pode, por favor me explique. Um ser que existiu realmente e ainda permanece a existir no mundo transcendente... Estes entes maravilhosos existiram e adoçaram nossas vidas, eram referencias nossas no nosso sítio... Sumiram. É uma coisa só nossa. Dos meus pais que se foram, agora só nossa! São cinco pessoas que dão existência espiritual a esses cajueiros... Agora compartilho com todos para que saibam que existiram... Como o mundo é grande e pequeno ao mesmo tempo, particular e universal.
Parece uma invenção! mas é realidade.
Olhe ai.

Segurança

 Sassá está cada vez mais dinâmico. 

Ontem por acaso pulei na cama e ele viu meu pulo e adorou.

Praticou inúmeras vezes até fazer o melhor.

Adoro isso!

Uma criança repete inúmeras vezes a mesma ação.

Até achar que está bom.

Meu garotinho está nessa.

Gosta de repetir as atividades.

Será se é para se sentir seguro?


terça-feira, 26 de agosto de 2025

O infinito

 O lugar onde nasci.

Terra arenosa e poeirenta, 

Espelho da terra alvo e alaranjado...

Está lá, está lá, está lá.


Meus primeiros passos físicos, espirituais e mentais.


Uma longa caminhada em busca da sabedoria.


Essa busca nunca cessa.

Nunca cessa.


Voltei-me ao mundo.

Agora volto-me minha terra natal.


E não encontro nada.


Só o lugar que é e sempre foi um lugar.


Em mim, memórias.

Carrego uma face uma gama de histórias.


Carrego minha história.


Se volto lá.

Nada revivo.

Porque estou sempre vivendo.


Mas voltar aquele lugar me ajuda a 

Entender o que sou.


A perceber como me construi e como nada e duradouro...


Areia, barro, Jurema e caju.


E eu.

Momento

 Acordava com medo da vida,

Despertando a consciência de que o tempo passa e não tem retorno,

Pensava em papai e mamãe gozando sua velhice.

Sentia o maior medo de minha vida a perda deles.

Na rede fresca olhava o telhado velho amigo de infância.

Telhas, ripas, caibros e linhas tecidos e uniformes, mostrando a pluralidade da unidade.

Meus ouvidos revelavam a beleza daquele lugar e canto do sabiá fazia entender a beleza de viver isso no inverno,

No verão me despertava o galo de campina...

Os jegues emudeceram...

Os cambitos e caçoas morreram.

Sem a fecundação humana morre a cultura e sobra na natureza.

Sem nosso saber e nossa presença morre também o lugar.

Papai se foi a quase cinco anos e mamãe a quatro.

A casinha está viva

Com uma luz acesa de nome Francisca...


Sou bisneto, Neto e filho de Francisco.


Carrego um cordão de São Francisco no pescoço e um tao de santo Antônio no peito.

E a minha alma que não é franciscana precisa ser domada todo dia ao som a ave Maria peço perdão a Deus.

Meu dia chegará,

Por agora é rezar e cumprir a tarefa da vida.

Viver

Por ques

Essa semana vimos um powerpoint que organizei do primeiro dia de vida de Sassá.
Ele achou muito interessante o cordão umbilical.
Comentou bastante, querendo entender como era e o que era.
A fotografia permitiu ele ver exatamente instantes após o seu nascimento.
Cada vez mais ele vai compreendendo o mundo por via de conceitos.
Pergunta sempre o que é a palavra que ouviu.
E ai a gente tem que se virar para explicar...

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Penha

 Ontem fomos a procissão da capela de são Rafeal ao santuário da Penha.

Chegamos na igreja e a missa estava quase terminando.

Ficamos apenas na porta lateral.

Então Sassá perguntou por que não íamos entrar e sentar e assistir a missa.

Ai tentamos explicar para ele.

Ele parcialmente entendeu. Dissemos que íamos assistir a missa no santuário da Penha.

Assim fizemos, participamos da carreata e chegando lá assistimos a missa.

No fim da missa comprei uma blusa para ele da procissão da penha.

Ele já vestiu.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Travessura

 Ontem a noite Sassá fez a primeira travessura.

Estávamos jogando bola. E ele estava gostando muito do fato de está chutando bem.

Antes de mais nada chutando forte.

Sem senso de direção, mas chutando, aperfeiçoando os chutes.

Pois criamos um obstáculo para não entrar na cozinha, como a bola é grande não adiantava muito.

E como nossa cozinha é americana.

Uma bomba saiu do pé de Sassá e atingiu em cheio o vaso com o arranjo que quebrou.

E foi isso.

Ai foi o fim do jogo.

Fui dar banho nele.

Chorou pelo banho...

Daí, passou a mamãe fez pipoca e ele foi ler comendo pipoca.

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Parabéns

 A vida avança e ganha sentidos.

Precisamos de objetivos um emprego, um objeto para comprar, morar só, ter melhores condições.

Bom isso até a gente ter filhos.

Com os filhos nossos valores pessoais mudam,

Assim, quando você nasceu a vida de nossos pais mudou muito...

Ama mais quanto mais filhos tem...

Há que saber dividir o amor.

E você foi a terceira que vingou e segurou em nossa casa.

Foi intensamente amada.

Quem tem mais de um filho ama de forma diferente.

Mas o amor é por igual.

Os valores são os mesmos.

Eu olho para o tempo e percebo como passou rápido.

Se olho para o esforço dos meus pais, concluo que valeu apena.

Estou aqui, e segurei o bastão quando quis ter filhos.

Amor incondicional.

Quem tem mais de um filho ama mais...

Amar é dividir...

Amar é se doar por inteiro.

Como chegamos aqui!

Basta olhar na nossa história,

A nossa história é a mesma dos nossos avós, nossos tios e nossos pais.

No final somos iguais, porque o que nos uniu e une é o amor.

E o cansaço venceu

 Ontem, Sassá e eu brincamos de carrinhos.

O carro dele era um carro com rabo de peixe vermelho.

O meu um moderno carro azul.

As rodas cantaram na sala.

Colocamos como obstáculos uma bola e uma chinela com uma embalagem de bolacha maria.

Vai e volta chegando a perder de vista.

Parou sob o sofá, sob a geladeira na cozinha.

Dai usei o cabo de vassoura na porta da cozinha para impedir que o carro parasse sob ageladeira.

Deu maior trabalho.

Depois à noite, após a escola, nossa brincadeira mudou...

Estava tão cansado e ele queria brincar de encontrar dinossauro no nosso livrinho.

Mas eu apaguei.


quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Curupira

 Ontem na hora do almoço.

A mamãe pediu para ler a história do curupira.

Li primeiro uma versão bem interessante e longa.

Depois li uma versão bem curta da turma da Mônica.

O interesse de Sassá por histórias é intenso.

Ajuda muito o fato dos livros infantis serem muito ilustrados, pois facilita e viabiliza a imaginação.

Além do poder que tem a imagem de fixar o conceito.

Li, mas de uma vez.

A historia que envolver muito o cuidado com a natureza,

O entendimento que a natureza é o lar dos personagem.

A luta do bem e do mal.

As ideias sendo inseridas ai.

Não sei como foi, pois ele iria contar essa história na sala.

Deve ter sido bom.

Cotidiano

 Fui com Sassá ao mercado e ele me pediu para comprar kiwi. Perguntou se era caro e respondi que sim. Comprei só dois para ele provar. Pediu...

Gogh

Gogh