terça-feira, 5 de agosto de 2025

Dia em família

 Dias cheios de luz e vento. O vento frouxo levanta poeira.

A vegetação doirando-se de folhas secas. 

A palha seca do milho e do capim.

A aroeira chumbada.

O vináceo ao verde das folhas.

Os picapaus e casacas de couro se aninhando.

A cigarra cantando.

A vegetação silenciando.

E julho se entrega a agosto.

Termina o inverno e começa o verão.

Vai embora meu irmão.

26/7/25

Casa materna

 Meus pais morreram,

Mas a casa continua viva.

Vive em minha irmã.

Aqui meu espírito se materializa.

Tudo é memória...

Uma castanha encontrada lembra papai, o guarda roupa 

Lembra mamãe...

Memória desperta é vida acordada.

Saudades de vocês meus amores.

25-7-25

Genesis

Conclui a leitura do genesis. Um livro surpreendente maravilhoso e profundo. Cada um dos capítulos li sete vezes e confesso que ficou muita lacunas. Foi um filtro que me permitiu entender e conhecer muito, mas é preciso ler muitas vezes mais. Compreendi que no princípio já se encontra o delineamento e a lógica de como buscar entender o curso da evolução desse povo, desta cultura. Entendi a humanidade do povo de Abraão, Isaque e Jacó. E o que aconteceu com Ismael? Com Esaú? 

Confesso que me encantei com José de Israel. 

A história de um povo contada oralidade e depois escrita deixou muitas lacunas. A tradução mesmo do hebraico para o grego, do grego para o latim...

De qualquer forma foi extremamente enriquecedor. A ideia que fica da unidade na moral, nas relações interpessoais e na fé são ímpares. Saio maior em espírito cristão.

25-7-25

julho 2025

 O vento frio de julho

Chuvas torrenciais.

Pensar a vida,

Memórias,

Meu Filho ainda criancinha,

Os anos caindo da partida de meus pais.

Vigoski, Borges, Spinosa.

Essa certeza da humanidade em nós.

Me apavora,

Me assusta.

Fetonte.

A internet, Instagram...

A certeza que amanhã será outro dia...

O tempo passou e não para de passar.


A fé em Deus pai, filho e espírito santo.


E a vontade da eternidade.

13-7-25

Serrinha e suas maravilhas

 Hoje é noite de São João. O ano é 2025. O lugar é Serrinha dos Pintos. Meu nome é Rubens Queiroz.

Aqui, tantas vezes, ajudei meu pai a fazer a fogueira para a noite de São João. A gente saia pelo sítio para procurar madeira. Achavamos madeira de cajueiro, cajarana, e fazíamos aquela fogueira. Era bom trabalharmos juntos.


Serrinha dos Pintos, 24.6.25.

Ontem, trabalhamos na contratação da fogueira, Vinícius e eu.  Selecionamos as madeiras de cajaraneira, coco catolé, feijão bravo, Pinheira, timbaúva, angico. Fizemos uma bela fogueira. Depois passamos o dia todo em casa. A noite acendemos a fogueira, soltamos bombinhas e fogos. Comemos bolo e pamonha.


Em Serrinha a natureza é tão ampla

Vimos vários bichos

A alma de Gato me impresssionou


Pensar,

Algo direcionado,

Alinhado,

É preciso dar início 

Fixar uma ideia 

Descreve-la,

Desenha-la e 

Desenvolve-la.

Escrever algo tão aberto.

É sinal de desespero

São joão

 Sinto amor por tudo aqui na minha terra natal. 

Do nascer ao pôr do sol meu peito se enche de alegria tão fàcil e rapidamente.

Aqui sou eterno.

Aqui sei quem sou num instante.

A natureza fez morada no meu peito.

Eu entendo a vida rapidamente aqui.

Aqui dormem Queiroz e Teixeira...

Aqui durmo plenamente.

Aqui sinto que sou mais forte.

Ontem mesmo fui com meu filho num lugar que há décadas não pisava o chão,

Mesmo assim tudo me é familiar,

Porque tudo habita em meu peito.

As matas de marmeleiro e juremas.


Sim! Aqui nem preciso pensar.

Tudo é sentimento.

Amo tudo e tudo se faz eterno.

As vacas serão sempre caretas, os cães dogues...


Fui a casa de vovó Chico me senti bem.


Os poucos que me restam e os que existem me apego ligeiro....

Porque sei que somos só um, apesar de sermos muitos.

23-6-2025

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Vida e suas faces

 Sábado, fomos a Bica só Sassá e eu. A mamãe ficou passando ferro nas roupas.

Nós vimos os rapinantes.

Vimos os peixes,

Vimos as serpentes,

As aves coloridas, 

Os emus. 

Vimos os jacarés,

Os macacos capucinho.

Os gatos pintados.

Andamos até o lago.

Lá comprei uma pipoca bocos.

Sentamos e ficamos ali.

Observando a natureza com a paisagem do açude.

A venda de sorvete com crianças tomando sorvete.

Pais, avós e netos conversando.

Gente indo e voltado.

Na nossa frente um pai com dois filhos uma menina e um menino.

Todo orgulhoso, pois tinha comprado uma batata frita e um litro de coca-cola.

Sassá nem imagina a potência do gosto da coca.

Ele espremia o catchup e mandava os meninos comerem.

O garotinho sentia falta da mãe.

Até falou em levar batatas para a mãe. O pai até se irritou, dizendo que a mãe não queria eles juntos.

A menina era mais nova...

Me atentei aquele momento.

Sassá olhava Arthur andando de pônei.

Olhava um casal com três crianças tomando sorvete.

Ele ama sorvete, mas não pediu.

Depois comemos a pipoca e voltamos para irmos almoçar.

domingo, 3 de agosto de 2025

Despertar

 Despertei ainda escura madrugada. O quarto parcialmente era clareado pela luz do ar. Então procurei Vinícius em nossa cama. Dava para vê-lo ao lado da mãe. Então lembrei de quando pegava seu pé de bebe. Senti então que seu pé havia crescido muito, ganhado a aspereza das atividades, a rigidez dos ossos e a forma de nossas famílias. Continuei sentindo seu pé. Parei para contemplar sua face. Então pensava, mas voltava a olhá-lo como fazia quando pequeno. Ficava olhando para ver algo. Lembrei de quando era bebe, mas apenas em trÊs anos tudo mudou. Agora ele ganhou um universo particular. Então vi que a luz, já luzia lá fora. Levantei, peguei a coberta que meu pai Chico me deu. Fui para a rede ouvir minhas orações, ler os salmos, provérbios, genesis, números e eclesiastes. Depois fui ver tao te ting, a decadencia do ocidente, Vigoski. Ai levantei, preparei o meu chá enquanto o dia despertava.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Sassá e a volta as aulas

 Ontem foi o primeiro dia de aula de Sassá após as férias.

Cortou o cabelo.

Fez um cartão para a professora.

Estava muito feliz.

Nós mais ainda.

Vai Sassá aprender sobre o mundo.

Vai saber abstrair da realidade esse mundo novo.

Tarde eterna

 Vejo uma imagem de tarde...

Uma tarde única eterna, atemporal.

Uma tarde onde tantas vezes despertei para a vida via abstrato.

Despertei tantas vezes ao ler.

Após o almoço, quando a tarde chegava, mamãe costumava dormir.

E a casa parecia dormir junto, pois se fazia silêncio.

Naquela baixa tudo era silêncio e calor e luz e tarde.

No silêncio viajava em meus pensamentos.

Começava uma leitura e me perdia em meus pensamentos.

Eu era orgânico e natural.

Era como um garoto aprendendo matemática encontrando um sentido nas ideias.

Eu descobria as ideias nas palavras, nas frases nos textos.

Foi fortemente afetado por um livro de Gandhi encontrado num baú antigo.

Sem dúvida pelo novo testamento distribuído pelos evangélicos...

Fecho o texto sem concluir, escurecendo e esfriando como a tarde eterna.

Cadê o doce?

 Sassá o esperto, Ao sair da escolha perguntou pela bala que eu havia encontrado. Pensei que era o embaré de leite. Disse está lá no carro. ...

Gogh

Gogh