quinta-feira, 26 de junho de 2025

Consciência

 A tarde caiu na fria noite,

Caiu encarnada,

Tal qual a luz da lenha na parede de barro cru.

Expressando o belo segundo crepúsculo.

A chuva ora caia, ora sumia.

As paredes úmidas, 

O piso gelado

Faz a gente pensar nessa existência bruta.

Faz a gente pensar nos eventos recentes,

Nos eventos distantes...

O tempo ora contraindo, ora dilatando em nossa mente,

Os nossos sentimentos ora aquecendo, ora esfriando...

Tentando entender a fragilidade da existência...

O vigor infantil, a sabedoria senil,

Tempo por vir,

Tempo ido...

Tanta coisa tramando nossa consciência...

Constituindo quem somos,

Quem queremos ser,

Quem fomos...


E o que mais

 errinha dos Pintos, 24.6.25.

Ontem, trabalhamos na contratação da fogueira, Vinícius e eu.  Selecionamos as madeiras de cajaraneira, coco catolé, feijão bravo, Pinheira, timbaúva, angico. Fizemos uma bela fogueira. Depois passamos o dia todo em casa. A noite acendemos a fogueira, soltamos bombinhas e fogos. Comemos bolo e pamonha.

Fogueira

 Hoje é noite de São João. O ano é 2025. O lugar é Serrinha dos Pintos. Meu nome é Rubens Queiroz.

Aqui, tantas vezes, ajudei meu pai a fazer a fogueira para a noite de São João. A gente saia pelo sítio para procurar madeira. Achavamos madeira de cajueiro, cajarana, e fazíamos aquela fogueira. Era bom trabalharmos juntos.

Sentimento

 Sinto amor por tudo aqui na minha terra natal. 

Do nascer ao pôr do sol meu peito se enche de alegria tão fàcil e rapidamente.

Aqui sou eterno.

Aqui sei quem sou num instante.

A natureza fez morada no meu peito.

Eu entendo a vida rapidamente aqui.

Aqui dormem Queiroz e Teixeira...

Aqui durmo plenamente.

Aqui sinto que sou mais forte.

Ontem mesmo fui com meu filho num lugar que há décadas não pisava o chão,

Mesmo assim tudo me é familiar,

Porque tudo habita em meu peito.

As matas de marmeleiro e juremas.


Sim! Aqui nem preciso pensar.

Tudo é sentimento.

Amo tudo e tudo se faz eterno.

As vacas serão sempre caretas, os cães dogues...


Fui a casa de vovó Chico me senti bem.


Os poucos que me restam e os que existem me apego ligeiro....

Porque sei que somos só um, apesar de sermos muitos.

O que?

 Em algum lugar de Serrinha dos Pintos, um jovem passa a tarde quente e ensolarada. Após uma manhã perfeita, pois cumpriu todo o seu dever com sucesso. Almoçou e a tarde caiu curta, pois são muitos os propósitos de sua mente, aprender inglês, matemática, literatura, português, química, física e Biologia. O jovem rapaz ver um pouco de tudo com pressa. Sua pressa tem um motivo que é passar no vestibular. Certo dia ele se depara com um livro de Gandhi. Podia ter se encantado com a bíblia ou simplesmente dormido a tarde inteira.

Ele queria tudo, mas tudo é demais.

Assim tarde após tarde, ano após ano, conseguiu passar no vestibular. E um dia foi embora.

Novos mundos foram descobertos... E ele percebeu a impossibilidade de se conquistar o mundo.

Existência

 A gente está sempre mudando a medida que estamos aprendendo. 


Fui na lada do biscoito terei um ficou 18.


Andando no sítio de papai estou num lugar onde vivi tantas coisas maravilhosas,

Tantos desesperos existenciais.

Concha

 Andando no mato com meu filho, encontrei uma concha de caracol.

Estava parcialmente enterrada, tinha a cor de leite. Na concha um desenho de uma espiral. Então voei na imaginação. Em que parte desta espiral me encontro?

Não tão ignorante nem tão iluminado.

Onde estou e o que é a suficiência?

Tempo

 É no tempo que ocorrem os fatos. Ontem, hoje e amanhã.

E é em sua espiral que vão se imbricando e se desenovelando.

Se imbricando no passado se desenovelando no futuro.

O espaço é eterno.

Nos seres casuais tecemos nossa existência no tempo e no espaço.

E isso é apenas um pensamento.

Junho/2025

 19 de junho de 2025

Estou em Serrinha na casa que pertenceu aos meus pais. Neste momento sento uma cadeira de plástico que mamãe comprou.  Estou sentado na frente da casa. À tarde é o melhor lugar para ficar por fazer oposição ao sol e assim é o lugar mais fresco. Além disso, a frente fica voltada para a estrada. Aqui sentamos tantas vezes neste horário. Aqui pensei tanto na vida. Antes havia apenas sítio, mas agora tem casa e ponto comercial. Agora tem um pé antigo de mais de 40 anos de açucena, uma soca de coqueiro, um pé de araçá, um pé de Jasmim, uma espada de são Jorge, um cumarú. 

Aqui vivi tanta coisa. A vovó sinhá morou conosco depois que vovó se foi. Festejamos o casamento de Begue 😌, e nossos aniversários meu, de Rosângela, Meire, Li, e Roberto. E de papai Chico e mamãe Didi.

Estudei para o vestibular, comemorei a aprovação. Plantamos no inverno, colhemos no verão. Vários anos passamos aqui. Dormi tantas vezes nesses quartos.

Eu me fiz aqui.

Andei perdido aqui.

Somos apenas consciência...

Tudo deveio e não restou nada. 

Agora tento me resignificar.

Minha mulher e meus filhos estão me ajudando.

É isso

Memórias

 O meu passado vez por outro é sentido.

Alguma sensação repetida faz acessar minhas memórias mais pretéritas e de alguma forma reafirmamos esta memória quando expressamos.

Hoje mesmo recontei não sei quantas vezes, mas já o fiz várias vezes. Que tinha medo de flores de Jasmim pela forma da flor? Pelo odor liberado. Na minha cidade usava flores de Jasmim para enfeitar os mortos.

Minha primeira experiência foi algo muito intenso. E não entendia aquele monte momento. Muita emoção, muito choro, muita dor. Uma  exploração de sentimentos.

Tudo isso ficou gravado na flor do Jasmim. Desconstruir, mas nunca me esqueci.

Feira de orgânicos

 Fui à feira de orgânicos na UFPB. Acontece sempre as sextas da semana. Ir a feira é sempre algo muito rico. Lá encontramos mercadorias, com...

Gogh

Gogh