Uma patativa canta alegre ali na mata.
É quase meio dia.
É quase meio dia.
Logo seguirá a tarde.
Canta também a rixinó.
Esse momento logo se esvaiu.
Assim são as coisas.
Um eterno devir.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
Uma patativa canta alegre ali na mata.
É quase meio dia.
É quase meio dia.
Logo seguirá a tarde.
Canta também a rixinó.
Esse momento logo se esvaiu.
Assim são as coisas.
Um eterno devir.
O tempo que é algo subjetivo,
Tem um grande impacto em nós.
Nossas memórias escondidas em lugar algum de nosso cérebro.
Será uma concha de caracol?
Reverberando o tao, Deus...
O ego!
O pensamento.
Um reflexo do tempo?
Uma relação.
Quanta coisa chacoalhada em minha mente.
As folhas das árvores estão maturando,
Amarelinhas vão ficando,
Depois se desprendem de seus ramos,
Sendo levadas ao vendo.
A copa das árvores fica colorida,
A copa das árvores fica perfumada,
De flores,
Com flores.
Dezembro está chegando,
Manhãs chuvosas estão acontecendo.
Que estranho...
Que estranho,
Mas agradável.
Gostoso.
Tempo bom.
Tempo bom.
O que tenho em meu peito.
Amor e saudades.
Como ocupar o peito com mais amor e menos saudade?
Não sei.
Só sei que sinto uma saudade imensa de meu pai e de minha mãe.
Fico vendo imagens de quando estávamos juntos juntos trabalhando.
Trabalhar nos fazia está juntos.
Quanto estávamos juntos era sempre bom.
Quero está junto do meu filho o máximo possível para que ele
Leve um pouco de mim consigo.
Algo se agita em nós.
Algo quer fazer o tempo passar,
Algo quer nos contentar...
Nos fazer sentir bem.
Essa sensação de prazer imediato que buscamos...
Que mais queremos...
Como fazer para controlar a ansiedade.
Ver celular!
Não.
Comer doce!
Não.
Procrastinar!
Não...
Ser forte!
Não.
Ou...
Sim.
Mais um ano chegando ao fim.
Fiz 43 anos, acho que quando faz mais de quarenta a gente pensa mais na vida.
No que passou.
Acho que pensamos mais no que passamos que no que iremos passar.
As metas são outras.
Quanta fluxo temporal passou,
Tantos dias, tantas noites.
Coisas esperadas aconteceram, mas nunca de maneira imaginada.
Não poderia imaginar jamais como meus pais iriam partir,
Com quem iria me casar,
Como seria o meu filho.
A realidade se apresentando no calor do acontecimento.
Na verdade, tenho medo de deixar a vida.
Tenho medo de morrer.
E deixar quem precisa de mim ao relento.
Mas isso não depende de mim.
Estou rezando mais que nunca.
Tenho mais medo que nunca tive.
A vida se mostra que é o que é.
A vida é o que é.
E não dá para sonhar com coisa melhor ou pior.
São 43 anos.
Antes o ânimo de ganhar um presente, de realizar um sonho já me deixava feliz.
Agora não sei...
Já experimentei do que é bom e do que é ruim de forma moderada,
Nunca aos extremos.
Meu filho fez representações de aranhas hoje, vimos uma sábado.
É muito legal isso.
As vezes acordo,
Acendo uma vela e rezo...
Tenho que aprender a me desapegar desse mundo,
Porque tudo aqui é ilusão...
Exceto o gosto de açúcar...
Na mata, canta feliz a patativa.
É tão belo o seu cantar.
O que estará cantando a patativa?
O que dirá sua canção?
Canta dançando a bichinha,
Para um lado e para o outro,
Com o biquinho afilado,
Parece uma agulha a costurar,
Está cosendo a beleza da manhã,
Adornando a mata,
Quanta coisa graciosa...
A sua alegria me empolga a coser esses versos.
E a vida segue.
Vivo me perdendo e me encontrando.
São as facetas de minha alma.
São os acidentes do meu ser.
Meu modo de ser.
Ser assim,
Ser assado,
Porquê?
Talvez por tentar encontrar uma lógica,
Por tentar ser fixo,
Por tentar ser harmonioso.
Todavia a vida não é assim,
Seguimos dançando até o nosso fim.
Viver é um constante estado de desordem.
Viver é buscar,
Viver é aprender.
Viver é encontrar o cosmos no próprio interior.
Talvez com o tempo as coisas passem a perturbar menos.
Quem sabe.
Como quem mergulha e quer voltar a superfície por falta de oxigênio,
Assim buscamos cano de escape,
Da realidade...
Através de nossos desejos,
Através nossas vontades.
Fugindo.
Talvez agora que tudo foi analisado,
Dissecado,
Mastigado,
Possa haver uma digestão.
E haja harmonia por um instante.
Abri a janela de minha sala,
A vista da para a mata,
Dá para um prédio,
Dá para duas aroeiras.
Ouvi cantar um sabiá.
Estava tão perto.
Como raio de sol,
Ouvi mamãe falar.
Ano passado!
A sabiá cantava no alto de uma aroeira,
Mamãe me falou
Que lembrava da infância,
Disse que lembrava do sítio de papai (vovó).
Foi lindo.
Ficamos ali contemplando o canto do sabiá
Que tornava a tarde mais bela.
Uma mensagem de Deus veio me falar.
Estou bem...
Estou bem...
O mensageiro foi o sabiá.
Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...