Céu azul,
Sol ardendo,
O silêncio da manhã,
O canto das aves,
Encantam o mundo,
O papa-capim,
Os bem-te-vis,
As jandaias,
Tudo bem,
Outros tempos,
Mesmas belezas,
Enquanto vivo
O mundo se mostrando.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
Céu azul,
Sol ardendo,
O silêncio da manhã,
O canto das aves,
Encantam o mundo,
O papa-capim,
Os bem-te-vis,
As jandaias,
Tudo bem,
Outros tempos,
Mesmas belezas,
Enquanto vivo
O mundo se mostrando.
A tarde caiu,
Escura noite está,
Estrelada se fez,
As sombras da noite tudo cobre,
Na eternidade dormem nossos antepassados,
Nossas histórias e ações.
Quem somos!
Somos é a ponta de linha,
De uma história.
A tarde caiu,
A noite chegou...
Percebo à tarde um momento de surdez,
Um momento de sintonia com a vida,
Bem no inteirinho que a tarde descamba para o fim.
Algo de mágico acontece e me faz sentir bem.
Se paro para pensar tudo se desfaz,
Feito uma pedra no espelho da água de um posso,
Esse momento é em plenitude,
Potente e real, unisono, meu...
Deveras meu, porém pode em instantes ter o fim.
Essa impressão,
Essa percepção,
Afeta-me como ser.
Enquanto ser,
Enquanto agora,
Enquanto símbolo,
Enquanto signo...
Deveras sinto,
Talvez sintas e concordes.
Talvez não...
Rubenstain interpretou Chopin um dia aos 90 anos.
Consciente disso resolvi,
Ouví-lo agora.
Sou pleno se sou dono de minhas ações até quando não sei,
Nem imagino...
Obrigado Facundo Cabral por me atentar pelas coisas simples.
Enquanto isso vou juntando coisas na vida que me deem prazer de viver,
Opa!
Agora tenho duas bocas além da para comer,
Já não é permitido brincar.
Som das valquirias de Wagner.
Sopra vento de junho,
Aqui ainda chove salvos anos bons,
O calumbi se cobre e se perfuma de flores,
O verde se amarela,
As jitiranas se enfeitam de rosa, azul e amarelo,
em suas flores estreladas.
O tem que é esse ser subjetivo que passa,
Vai passando atemporal,
As vidas e as coisas,
Ilógico em seus padrões lógicos.
As coisas descoladas,
Quando vista da totalidade se parecem uma totalidade...
E imersos conosco
acabamos perdendo
a oportunidade de contemplar a grandeza
Da vida,
Das mudanças,
Em nome de coisas efêmeras,
Desejos...
Frio... frio de junho,
Vai chover?
Vai ensolar?
Noites frias e escuras,
Nubladas,
Manhãs serenadas,
Poeira fria.
O vento soprando,
Ipomoeas florindo,
Saudades sopradas,
Divertimento Mozart 136.
E a noite caiu,
Fogueira de São João
Quem vai fazer?
Bolo de milho,
Pamonha e canjica,
Que delícia,
E os traques?
A noite caiu.
É junho...
Viva o são João.
Saudades sim,
Muita saudade,
De quem de meu pai,
Que partiu e não vai mais voltar.
Ficou um vazio,
Nesses dias de junho,
É intensa sua falta.
É sofrida sua ausência.
Tantas coisas para compartilhar,
Meu Vinícius.
Tô aqui...
Nessa tarde fria,
Olhando seu netinho dormir,
Ouvindo o silvo dos pássaros,
Nessa tarde surda...
Alguma coisa precisa fazer um sentido.
Queria aqui conosco.
Agora.
Dorme papai,
Sonha que estamos juntos...
Um dia certamente estaremos,
Esse mundo já perdeu o sentido para ti,
Que saudade...
As flores florescem coloridas e perfumadas,
E enfeitam pântanos, campos, florestas e savanas,
Cada uma com suas peculiaridades,
Cada uma com sua originalidade...
Vejo a beleza das flores,
Nelas está a geometria de Deus...
A vida é maravilhosa e bela, apesar de finita.
Efêmera como são as flores...
Seu significado está no agora,
Passaremos,
Passaremos,
Mas o mundo vai continuar,
E a vida segue o mesmo fluxo,
Não quero me perder de onde estou.
Mas não está sobre meu querer,
Não...
Caiu à tarde,
Tarde de sábado,
A noite cobre nosso lugar com sua sombra,
Bate uma saudade de papai.
A tarde foi tão boa,
Juntos no carro, passeamos por aqui e por ali,
Nos bancários,
Assim vamos vivendo nossos dias
Com os largos risos de Vinícius!
Eu sempre amei frutas. Caju, goiaba, pinha, araçá, seriguela, pitomba, pitanga, umbu, cajarana, cajá, coco, coco catolé. Essas tínhamos em ...