quarta-feira, 7 de abril de 2021

16. Por amor

 Em meio a tantas coisas onde nós encontramos? 

Cansados, tristes, desiludidos?

Não é de fácil ordenar as ideias.

Aí olho meu bebezinho, lindo, perfeito.

E tudo muda.

Sabe por que?

Porque ele me faz crer na vida.

Sua inocência não tem nada a haver com meus sentimentos.

Só quer um pouco de meu amor,

Minha atenção

De mim.

Então sou impelido a lutar

E vencer por amor.

Por amor só um pouco mais.

15. Jurubeba

 Jurubeba espinhenta,

Folhas grandes e macias,

Parecem coro curtido,

De verde petróleo pintado,

Ramos cinzentos e armados 

De agudos acúleos 

 

Flores estreladas, lilases,

Com anteras poricidas amarelas,

Vai formar um tomatinho,

Escuro e muito amargo, 

Jurubeba jurubeba

Quem te ama é a carouxa.


14. Objetividade

 Desconhecer muitas vezes oculta a beleza das coisas. Lá na Grugeia onde papai nasceu grandes granitos deitados nas terras descansam pela eternidade. Para eles nada mais que pedras. A objetividade não se revela a toa as pessoas. Os lindos cristais de quartzo, ortoclazio e mica. Na terra de solo alvo onde nasce unha de gato aos montes. Espinheiros... Floresta decidual. Classificada a vegetação e o solo e as rochas. Em que isto impacta na vida das pessoas? Acho que em nada só nos permite contemplar melhor o mundo. As coisas podem ficarem belas quando as compreendemos. A quebrada, a falta de perspectiva endurece um coração termo. 

terça-feira, 6 de abril de 2021

13. Embiratanha

 Que bela planta,

Nua tem casca verde,

Suas folhas articuladas,

Grandes e palmadas,

Embiratanha,

Que bela flor 

Grande e alva,

Cálice tubuloso,

Estames vistosos,

Embiratanha,

Casca milagreira,

Planta milagrosa,

Rica em taninos,

Pseudombax marginatum,

Planta linda do sertão.




11. a água

Aquela época tinha o seu brilho.
Ainda era criança e acordava bem cedinho.
Era preciso buscar água para abastecer a nossa casa.
No máximo buscava quatro cargas, mas apenas três era suficiente.
A quarta era para o gado bebe.
Papai era sempre generoso, acordava, pegava o burro, colocava a cangalha e as ancoretas.
Lá ia eu montado no jumento no meio das ancoretas.
Quando dava sorte, tínhamos água no riacho de Zezin de Tica até dezembro.
Ia pra cachoeira enquanto o sol nascia.
Na quebrada a catinga cinza era tudo que via,
Tinham os granitos e gnaise.
Naquela terra vermelha o caminho ficava empoeirado,
A poeira se misturava com a merda dos animais
Dando o odor de paú.
Era sempre cansativa esta atividade.
Via o mundo sem muito compreender,
A caatinga, o barro vermelho, as rochas, as serras.
Um horizonte ondulado.
Um sítio de cajueiro com seus lindos catolés.
Feliz enquanto tinha essa paisagem senão,
Tínhamos que ir buscar água no Alive.
E ano todo minha luta era o problema da água.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

11. Tio Michico

 Quando criança gostava se sair com papai. Não era para todos os lugares.

Geralmente a gente ia na casa dos tios dele. Manuel Souza, Raimundo Souza e Michico.

Gostava de ir a casa de tio Michico por causa das aves, das jaqueiras ou a caramboleira?

Aquela casa enorme com uma Ficus elastica na frente, com aquelas estípulas enormes vermelhas.

Tinha uma área com uma estrutura de um avião numa areazinha.

A casa antiga com calçada alta, telhado alto.

A gente subia a calçada e entrava numa área grande que dava para o curral.

Tinham várias plantas, inclusive um jasmim.

Depois tinha uma área com um poço e a cozinha escura.

Com vários viveiros.

Lembro da graúna.

O terreiro da cozinha dava numa caramboleira e várias jaqueiras, mangueiras, cajueiros.

Eu como moleque curioso ficava curiando os quartos. 

Tinha um criatório de preá.

Papai sempre conversava muito.

Eu só olhava as buguesas, a graúna...

Lembro de ir com papai num carnaval e vi pela primeira vez uma televisão colorida.


domingo, 4 de abril de 2021

10. Allamanda

 Allananda

Cipó leitoso,

Folhas verticilada,

Simples 

Flores tubulosas,

Cor de vinho,

Vi lá no pé do serrote,

Em flores

E depois em frutos 

Cápsulas armadas,

Linda flor natural,

Usada como ornamental.




9. Sobre viver

  O silêncio agora é tudo.

O corpo descansa,

A alma está em paz,

Tudo que teve significado

Agora se desfez.

Não adianta tentar entender sob a lente de nossa razão.

Aconteceu! Deus assim quis.

Assim foi sua partida,

Assim será nossa partida.

Somos sempre levados a observar sob a ótica da razão,

Sob a luz de nossos pensamentos e ideias,

Porém há uma barreira intransponível que alguns creem existir uma janela, uma porta,

Que ao que tudo indica só tem um sentido.

Vendo o que ficou...

E o que não ficou.

A questão é o que é a vida?

Essa construção interminável que se encerra no último suspiro.

Não sabemos.

Fica sempre em aberto, mas um dia saberemos.

Um dia até lá, vamos nos virando.

8. 2000

 Anos 2000

Faculdade,

Nova cidade,

Natal, universidade federal,

Cazuza,

Dunas,

Distância de casa.

Dificuldade na faculdade,

Tudo excessivamente novo.

Novos amigos...

Tudo acontece.


8. Memória.consciente

 Cedinho, no berço o menino se mexe. Vou até ele. Sento no banco e olho e toco. Então, ouvi o bem-te-vi e lembrei imediatamente da época que fui para a faculdade. Lembrei da dor de deixar minha casa. As madrugadas que acordava para caminhar e correr no campinho de areia. Pensando nas futuras conquistas. Pensando em casa em papai e mamãe. Sofri novamente e percebi o quanto me sacrifiquei para ser quem me fiz. Não tinha como retroagir. Vinícius girou de novamente e o dia começou. Agora só o ronco do nebolizador

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh