Oh!
Jasmim,
Oh, Jasmim,
Tu que enfeitas e incensas um jardim,
Jasmim-manga,
De flores estreladas alvas
E fauce amarela como gema,
Jasmim quando te vi
Pela primeira vez tive medo de ti,
Pois tuas flores enfeitaram o primeiro defunto que vi,
Teu aroma ficou grudado na minha alma,
Assim como aquela face enrugada,
Fria e morta,
Aquelas mãos cruzadas ao peito,
Aquele corpo de tanto vivido,
Era um corpo que esfriara,
Que a pouco vivera por tantos anos,
Mudando de fases,
Vivendo,
Existindo...
Jasmim tu que enfeitastes e desses a última impressão a um corpo,
Me destes a primeira impressão do fim, a morte...
Meu primeiro grande medo,
Minha consciência...
Despertar para a realidade é árido...
Tuas pétalas macias frágeis e delicadas,
Perfumadas,
Tuas folhas de manga,
Tuas inflorescências cimosas...
Que são agora para mim?
Apocynaceae, Plumeria rubra...
Vida e morte,
Ser e não ser,
Início e fim.