Não sei como nem por que desenvolvi o hábito de ler.
Foi a ociosidade do lugar onde morava?
Foi a pressão escolar?
Desde que me lembro, leio.
Lia de rótulo de produtos até bula de remédio.
Lia a bíblia.
Lia os livros que conseguia, em decorrência do isolamento não tinha muitas opções.
Então ou contemplava a natureza sem nada entender ou ia lendo o que vinha as mãos.
Uma das grandes experiências da leitura foi ler o livro "O cortiço" de Aluízio Azevedo.
Meu primeiro romance lido. Numa uma leitura foi tão complexa, pois a cada parágrafo lido, consultava o dicionário mais de uma vez, tornando a leitura cansativa. Todavia a história era interessante.
Ao fim deste livro meu vocabulário tinha expandido consideravelmente.
Então, chegou a vez de ler Machado.
Tinha curiosidade, pois havia escutado umas pessoas comentando o livro.
Na biblioteca do Joaquim Inácio, peguei uma obra, senão me engano "Memórias póstumas de Brás Cubas".
Levei para casa e comecei a leitura. A situação era a mesma que o livro anterior.
Dicionário na mão e fui rompendo a obra. Confesso que não entendi muita coisa, mas palavras, muitas delas, complexas, mas que explicavam muitas coisas, situações...
Deveras, algo muito culto...
Culto mesmo, um campo amplo para se cultivar, se explorar e entender os meandros do universo humano.
E, fui lendo... lendo.
E continuo lendo todos os dias.