quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Virose

Após uma virose a gente se sente fraco,
Sem ânimo, sem perspectiva,
Nem mesmo boas notícias nos anima,
Nem dinheiro,
Nem sorvete,
Esperança é o que resta.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Incomodo

À noite tive febre e dor de garganta e calar frio.
Como foi longa e a impressão que ficou é que estou me sentindo internamente.
Não consegui me concentrar.
Queria o calor para me curar,
Mas uma infecção não passa instantaneamente,
Levantei-me e tomei o café com tapioca dos sábados.
Ouvi uma entrevista de Borges,
Estou ouvindo Copin,
Porém não queria fazer nada,
Incomoda-me um molar,
Incomoda-me a existência,
O calor...
Tudo vai passar. 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Euforia

A suavidade de uma manhã pós chuva,
A luz cristalina refletindo nas folhas molhadas,
O solo molhado, o cheiro das folhas e fungos,
O canto do rochinol, do sanhaçu,
Um bom livro,
Uma música agradável.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Coisas naturais

Um dos melhores Campus em questão de ambientes que conheço é o da UFPB.
Com 11 fragmentos de mata o contato com a natureza é inevitável.
Uma mata com composição de floresta atlântica com arvores de 30 metros.
As árvores com maior porte são a munguba e o pterocarpus, no entanto, a espécie com maior abundância é o pau-pombo uma espécie que produz frutos muito apreciados pelos pássaros. 
No geral, as espécies arbóreas no campos apresenta uma densidade baixa, sendo portanto raras na área como a peroba, a maçaranduba e a sapucaia. A mata é muito rica em cipós e quase não apresenta epífitas.
Na maior parte essas árvores prestam um serviço essencial para o embelezamento do campos, pois além de refrigerar o microclima local, fazem sombra que permite caminhar com mair conforto pelos ambientes e são fonte de moradia e alimento para aves principalmente passareniformes e mamíferos como o bicho-preguiça. De maneira que quando atentos ao chegarmos no campos podemos ouvir o canto de inúmeras aves tanto em dias de sol quanto em dias de chuva ou nublados.
Hoje como está nublado, quando fui amarrar minha bicicleta pude ouvir o canto sonoro de três sabiá.
Acho que não há pássaro mais brasileiro que o sabiá que canta de sul a norte, nas matas exuberantes da amazônia, nas matas riquíssimas da floresta atlântica, mas matas retorcidas do cerrado e nas matas secas da caatinga, de forma que do gaúcho, ao caipira, ao matuto, ao litorâneo, ao amazônino, todos reconhecem o canto do sabiá.
E nós matutos amamos essa beleza poética natural que a floresta em pé promove.
E a gente fica feliz e orgulhoso com esse presente de Deus.
Nós do Campus valorizamos muito isso, as coisas naturais.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Onde existi

O chão de solo seco coberto de garranchos e folhas secas.
Marmeleiros incensados, mimosas armadas,
Aroeira esgalhada,
Catolés brilhantes,
Nesse chão que deita o fruto,
Nasce também morre,
Nesse chão que furei meu pé,
Plantei a semente que me alimentou,
Semente de milho, feijão, jerimum, melancia.
E por acaso a biologia ajudou com pinheiras,
Cajueiros, goiabeiras, cirigueleiras.
Está tudo concentrado aqui,
Minha vida inteira, minha existência,
Minha percepção,
As belezas que conheço brotaram aqui,
Cantos de aves, beleza e doçura da fruta,
Perfume da flor,
E tantas coisas mais,
Quando deixar de existir,
Quero que saibam que aqui fui feliz,
Aqui vivi,
Nessa baixa de Serrinha do Canto.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Inconcluso

No nordeste brasileiro podemos encontrar inúmeros lugares embora com características físicas iguais, àquele sertões povoou e povoam muitas histórias. Sou Rubens Queiroz de um destes lugares onde a maior parte do tempo o solo está seco, as rochas estão a amostra e a vegetação está nua. A paisagem é cinzenta e garranchenta. Na maior parte do tempo a água é um recurso escasso. Foi economizando que aprendemos a sobreviver nesse mundo peculiar. Tem dias que é tão quente que não temos vontade de sair de casa. Um banho de cuia, uma rede e um prato de comida são os melhores confortos. Ali as manhãs são seguidas de canto de aves e as tardes de maravilhosos crepúsculos. Já não temos mais o costume de contemplar o céu e conversar. Nossos hábitos noturnos foram substituídos pela televisão. Essa tecnologia mudou muito a forma de entender o mundo.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Consciência ecobotanicobiológica

A vida nos encanta com suas formas, suas cores e movimentos.
Também nos encanta o suporte para a vida os objetos, as rochas e as paisagens.
Particularmente sou encantado com as rochas, mais do que as paisagens.
Embora seja botânico e ame as plantas.
Acho que tudo isso tão poético...
De uma certa forma a biologia é poética,
Acho que no geral, coisas para além do universo da experiência é tão inerte.
Se não fosse a práxis, acho que nada de referencial bibliográfico teria valor.
Afinal quem ler as coisas botânicas que a ciência produz com prazer?
Tenho medidas, tenho formas, distribuição e filogenia!
Que me interessa isto?
Acho que me interessa mais um quadro de girassóis de Gogh.
Acho que interessa mais a poesia musicada sobre o sertão e suas plantas escrita e cantada por Gonzaga.
Acho que interessa mais quais flores florescem no jardim.
Sim, interessa-me ver uma semente germinada,
Ver uma erva, arbusto ou árvore florida,
Acho que me interessa os odores...
Coisas que vejo e conheço por ser botânico.
Não interessa o que publico, coisas que só entendo e nem sei porque entendo.
A beleza está na realidade real,
E não na realidade objetiva que construo.
Quando escolhi a Biologia talvez não tenha escolhido a biologia,
A práxis me ensinou a amar a biologia,
Quando descobri que os matos que cresciam na roça de papai eram biologia,
E botânica e zoologia com os bichos, particularmente os insetos,
As interações ecológicas.
Agora tudo isso me alimenta,
Sou feliz com isso,
Enquanto me fizer satisfeito.

Memórias

A certeza que nada volta atrás,
O tempo é o presente,
Seguimos sempre em frente,
Hoje pode, assim como o agora pode ser o fim,
Não devemos gerar expectativa,
Visto que as coisas são como são
E não entendemos isso.
São muitos os porquês,
Só a experiência nos explicará,
O tempo é curto para picuinhas,
É preciso aprender a valorizar o que realmente importa,
Pois tudo é passageiro,
Aqui tudo é ilusão.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Viagem

A estrada não estava poeirenta, mas sim lamacenta.
A lama vermelha, água marrom,
E a vegetação verde florindo,
As águas de janeiro escorrendo,
As pessoas felizes...
Idosos, homens e crianças felizes.
A mudança esta sempre acontecendo no mundo,
Uns partindo e outros chegando,
Alguns no meio do caminho,
Nos encontramos em algum ponto,
Estamos sempre seguindo em frente,
Tentando entender o incompreensível.
E a vida segue assim,
Indo para o Boqueirão da Onça.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Guardado na alma

Na Bahia tudo tem.
São tantas belezas e riquezas naturais.
Tem todo tipo de vegetação,
Flores de todas as cores,
Formações as mais diversas,
Conheci o Brejo Brásida,
Um lugar perdido no município de Sento Sé,
Fica no boqueirão da Onça,
Tem gente simples, humilde e educada,
Que cria bode para viver,
Tem roças de doces bananas,
E coco a valer,
Recentemente, janeiro de 2020, este ano estive lá,
Foi tão rápido, mas deu para rever e conversar com os amigos,
Mariluce, Leleco, Seu Chilico, Evilázio, Guinho...
Vi os quintais produtivos
E pude tomar banho na fonte termal à tarde inteira,
A água sempre morna toda a tarde,
Até o só sumir entre as gameleiras gigantes,
No alto de um coqueiro
Cantava uma graúna,
Era um canto tão belo,
Era um canto de bom dia,
Um canto de despedida do dia e do sol,
Tudo ficou guardado na minha alma,
A paz, a conversa boa, a paisagem e a água quente da fonte.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh