quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Assim

O que me toca?
Que me faz bem?
Sei que o mundo nos impressiona, mas tem coisas que tocam forte nosso eu.
Poderia citar a música,
A natureza,
Um conto,
Um poema,
Uma paisagem,
Uma pintura,
Uma fotografia,
A consciência...
O que nos toca se trata de matéria subjetiva.
Vivemos nos perdendo e nos encontrando,
Felizes ou tristes...
A existência sempre nos assusta quando a descobrimos.
Alguns momentos nos sentimos bem
Enquanto outros nos apavora,
E assim vivemos.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Entendimento

Entre coisas que vejo,
Tem coisas que prefiro ver
Como as flores,
As aves,
As matas,
Os bichos,
A natureza...
As vezes o silêncio.

domingo, 15 de setembro de 2019

Coisas simples


As paisagens que mais me acalmam são memórias distantes de minha infância.
Paisagens da caatinga com suas coisas singelas como o cair da chuva,
Nascer da babugem, encontrar um ninho de uma ave,
Sentir o cheiro do marmeleiro e do velame,
Ver rolinhas voando,
Pássaros cantando,
Um bem-ti-vi, uma casaca-de-douro,
Um azulão, um papa-cebo.
As coisas mais simples são mais interessantes.

O possível

Através de uma fotografia, 
Vejo a forma de alguém que foi
E já não é mais.
Para a realidade é como se nunca tivesse sido.
Um sonho, uma memória ou uma ideia?
Isso nos assombra,
Ser e não ser,
Vir a ser e deixar de ser,
Fazemos de tudo para não deixarmos de ser,
Buscamos incessantemente negar o não ser,
Um poeta escreve um poema, Pessoa.
Um pintor pinta, Gogh.
Um músico compõe, Mozart.
E um ser comum?
É como se tivesse em meio oceano,
Buscando uma ilha,
Sabendo que o destino é morrer afogado,
Mesmo assim nunca se desiste,
Pois é assim que tem de ser.
Nossos instintos muitas vezes nos salva,
E a nossa consciência nos afoga.
Uma fotografia é uma memória,
Nos alertando para a brevidade da vida.
Sabendo disso, temos a certeza que nem tudo é possível,
Mas o que for possível.
Que seja.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Oração

Senhor,
Perdoa-nos
Pois queremos muito além do que merecemos,
Vida eterna, ausência de sofrimento,
Por que é tão difícil entender que a vida é só uma passagem?
Por que achamos que sofremos tanto?
Não sei por que queremos tanto
Se quase não suportamos esta vida,
Senhor,
Ensina-nos a viver,
A nos conformar com nossos sofrimentos,
A aceitar nossa finitude,
Dai-nos conforto a nossas angustias,
Ajuda-nos com nossas fraquezas,
Dai-nos consciência,
Ensina-nos a vivermos o hoje,
Pai amado,
Protege-me dos grandes sofrimentos,
Senão ajuda-me a aceitar
O que a vida tem para mim.
Amém

Existir

Uma manhã nublada,
Fora de casa um roxinol a cantar,
Assim como patativas e sibites,
A gente com as ideias perdidas,
Na existência,
Na vida...

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Saudade

Às vezes bate uma saudade gostosa,
Saudade do tempo,
Saudade de um tempo recente,
É sempre um espanto essas coisas,
Coisas humanas.

sábado, 7 de setembro de 2019

Gratidão

Uma manhã que nasce na chuva,
Poder ficar na cama,
Tomar uma caneca de chá,
Ler e entender,
Agradecer.

Ao tempo

Certa vez, Platão proferiu que o tempo é o espelho da eternidade.
Como não concordar com essa profunda ideia.
Drummond dizia que o tempo era sua matéria.
E o que falar do tempo pensado desde o mais simples poeta até os mais profundos filósofos.
Não tenho nada a dizer do tempo, mas apenas senti-lo 
E tentar esquecê-lo todos os dias, pois me angustia saber que cada dia pode ser o último.
Ao mesmo tempo essa consciência não deveria me angustiar,
Mas valorizar e admirar cada momento.
Se o tempo é o espelho da eternidade,
Minha vida é uma fresta estreita na eternidade,
E a existência é uma grande dádiva,
Proveniente de um lampejo de desejo,
Acolhido no mais adorável dos lugares,
Onde estamos profundamente protegidos de tudo,
No colo materno.
O tempo é contínuo e segue constantemente,
Este momento em que escrevo o poema,
Logo, antes que termine o texto já será passado.
Eterno devir da existência.
Que lindeza, concordo com Drummond,
O tempo é a minha matéria e isso é tudo.

sábado, 31 de agosto de 2019

Nosso lugar

A gente acorda e se localiza pelo som.
As galinhas cantando na faxina,
Os sanhaços nas pinheirais,
O joao de Barro lá longe,
O vento no telhado,
A casaca de couro sabe la onde.
Um carro ou uma moto,
Um cachorro,
Cadê o gado,
Cadê os jumentos e burros?
Não estão mais aqui,
Não ha mais força para trabalhar,
O tempo passou.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh