segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Passagem

A manhã caiu com esperança,
Depois de momentos ruins,
A esperança é o que nos resta.
O sol nasceu tímido,
As nuvens deram uma atmosfera de segurança,
Então a chuva caiu mansinha,
E o calor se fez presente,
Nada para animar,
Só esperando esse tempo passar.
E vai passar.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Retroagir

Ir e vir,
Caminhar por caminhos suaves
Ou por lugares pedregosos,
Ter sempre cuidado,
Nunca se sabe quando é possível se machucar.
Aprendemos que poucas coisas nos importam,
Mas essas coisas podem nos machucar,
Depois de machucado,
Não existe retorno.
É aguentar a dor.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Nada

O cheiro,
A textura,
A simetria,
O som,
De tudo que percebo,
Consciente ou inconscientemente,
Ajudam-me a entender meu mundo,
E essas combinações...
Ah,
As memórias de que servem?
Melhor seria não pensar em nada.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Sentido oculto

As manhãs de domingo com seus cafés,
As conversas entre adultos,
O céu essa eterna incógnita,
Os cantos e os quintais que não conseguia ocupar estando lá,
Os lugares vistos,
As pessoas que se revelavam e me permitiam conhecer o que queria que fosse conhecido,
As leituras lidas, palavras impalatáveis, frases, parágrafos,
O desejo de tudo saber, feito Fausto!
Esta construção inacabada que é ser,
E se perder sendo muito menos daquilo que se é.
Apelar para as memórias,
Essa vontade de saber,
Essa sinfonia inacabada,
Só sobram imagens desconexas numa memória,
E o eterno medo do fim.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Marcas

E o que levamos da vida?
Nada material,
Carregamos conosco apenas memórias boas ou ruins!
As vezes a vida nos premia com marcas.
As marcas são deveras doloridas,
Essas marcas as vezes podem não fechar
Se não tivermos uma história de superação,
Se desistirmos da vida,
Todavia não podemos e nem devemos.
A vida é maior que tudo.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Coisa mais boa

Ah! Que delícia que é ver e ouvir a chuva chovendo.
O som dos pingos pingando e a água escorrendo,
Chega a parecer que a vida é um sonho.
Essa sensação de que as plantas crescerão,
Que não vai faltar fartura, nem produção.
Ver a terra molhada escorrendo de água,
E ficar pensando só em coisas boas
Chega o coração fica grande e quente,
A gente se sente todo aquecido.
A vida até melhora.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Infância

As memórias de infância.
A estrada era de chão que era feito dum barro vermelho-arenoso.
Em frente nossa casa havia um cajueiro de cajus azedos.
O terreiro sempre teve o mesmo tamanho e era separado da estrada por uma valeta que sempre transbordava durante as chuvas.
A calçada era engendrada, áspera e irregular.
A casa tinha duas quedas d'água irregulares.
Que importam as formas.
O que foi! Foi.
Era ali que quando menino corria só de bermuda.
Não havia beleza na minha roupa, mas havia carinho e sempre usava-os limpinhos.
Mamãe se preocupava com minha limpeza e sempre me banhava.
Não havia poesia ou literatura,
Não havia um perfeito português,
Sequer ouvíamos grandes histórias.
As histórias eram contadas pelo rádio na difusora Am de Alexandria
ou na televisão preto e branco.
Confesso que não trocaria minha história por nenhuma história cheia de informações como são as de hoje.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Vetor

Que coisa difícil é entender o mundo.
Os ciclos da vida,
As estações,
Os meses,
As fases da lua
Essa soma do que vivemos,
Que nos permite aprender
E esquecer.
As coisas próximas e distantes,
O que tomamos consciência
E o que compartilhamos,
Experiência...
Experiência,
Que essa vida parece ser única...
Quem sabe.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

De frente

A tarde caiu,
A vida passou,
O horizonte cada vez mais breve,
A vida breve,
No alto da idade,
Do alto da experiência,
A senilidade,
O fantasma da morte,
A prisão que é o corpo.
Reflexão...
As coisas prazerosas se foram,
Os amigos se foram,
Pouca coisa resta...
E como encarar tudo isso?

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Nós

O tempo que passa,
Os anos e meses e semanas e dias,
Passam sem parar
E deixam as coisas, os eventos para trás
E assim vamos alinhavando a vida,
Construindo nossas histórias
De fracassos ou de glórias,
E não queremos ficar para trás,
Mas ficamos porque o tempo
É um rolo compressor
Que tudo esmaga e acaba,
Todavia a vida se reproduz
E continua carregando nossas coisas boas e ruins,
Nossa evolução ou involução.
E nós somos nós mesmos.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh