O movimento como podemos captá-lo?
Alguns movimentos são muito lentos como o crescimento de uma planta, enquanto outros são rápidos como o vôo do beija-flor. Assim, fica claro que os extremos são imperceptíveis aos nossos sentidos.
Agora como captar o movimento do tempo que assim como o crescimento de uma planta se dar de maneira extremamente lenta e por isso mesmo não chega a ser percebida.
Hoje, ao acordar tive uma lembrança ou foi uma ideia ou foi um estímulo, não sei como categorizar o que senti, mas veio-me a mente a importância da água no movimento de mudança ou de ação para a natureza ser alterada.
Nos vinte anos que vivi no sítio, percebi o que acontecia na natureza dali. Havia e há nitidamente duas estações do ano que denominamos de inverno e verão, sendo a primeira curta e renovadora e a segunda longa e modificadora. Percebi que a água trazida pela chuva o fator limitante é enquanto a luz do sol é o fator abundante que faz a água evaporar. Bom este ciclo de inverno e verão promove a modificação da natureza e essa natureza certamente foi por mim subjetivada. Parece que na minha mente existe apenas algo dicotômico renovador e destrutor, parece que não consegui entender o meio termo, como na natureza com duas estações aprendi a olhar sempre para os extremos que vai do ápice da insolação ao ápice da intensidade de pluvial, sem meio termo.
Parece loucura e não descarto a possibilidade de ser, porém em solo úmido a semente germina sem intuição se será verão ou um inverno. Há que germinar, há que germinar, há que brotar das gemas flores e frutos.
Mas quando acordei, na verdade lembrei que os extremos do verão do seu ápice surgia o inverno e daquilo que era seco com a chuva, tornava-se úmido, e do silêncio se fazia o canto das aves, o zunzun das asas dos insetos, o coachar dos sapos, a força da vida renovava tudo até nossa cansada esperança.