segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Esperança

O sol que de brilho intenso,
Após meses de verão,
Sopra forte o vento do nordeste
Fazendo os garranchos e
Folhas de catolés vibrarem.
A terra com seus solos nus
Se deixam se levarem e se tornarem
Pó e poeira.
O nosso olhar para a natureza nua
É de compaixão
Rezamos, pensamos positivamente
Na chegada das chuvas.
Nos anima os sinais
O canto do roxinol,
O coaxar da perereca,
As árvores cobertas de ramas
Juazeiros, copaibas e jatobas.
Então aguardamos a chuva
Na nova manhã,
Na nova noite,
No preparo nebular.
Esperança é o que não pode faltar.

sábado, 23 de dezembro de 2017

Ociosidade

A tarde cai nublada, quente e fagueira.
O tempo,
A tarde,
O silêncio na tarde de sabado,
As árvores secas,
Os coqueiros,
O asfalto,
A ociosidade,
Um poema,
O vento calmo,
O terreiro poeirento,
O Natal chegando,
O fim de ano!
2017...

Fim de ano

Dezembro,
Dia 22, sábado
É quase Natal,
A casa está cheia de sobrinhos,
Aqui em casa tudo é encantador
Do nascer ao pôr do sol.
Ontem, vimos os álbuns de fotografias
E recordamos bastante, rimos
Nos emocionamos
Com as memorias.
Hoje amanheceu uma manhã limpa e ensolarada, agradável e fria.
Esperamos a chuva, mas enquanto não chega
Tudo vai desvelando lentamente.
E esse lentamente é continuo,
Pois a vida é contínua tambem.
Ainda deitado, percebo mundo lá fora
Enquanto o sol cresce,
As galinhas e aves cantando,
As crianças dormindo.
E o ano se indo.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Vô Sinhá

Não convivi com vovô Sinhá na juventude,
Mas tive o prazer de conviver na época doce, sua maturidade.
Sua fé em nossa senhora,
Seus adereços,
Sua artrose,
Sua sapiência,
Sua linguagem formal,
Suas crenças,
Nossas conversas,
Meu encanto,
Minha admiração,
Minha curiosidade,
Meu pouco entendimento,
Meu respeito,

O aprendizado,
A humanização,
A identidade,

As tardes quentes,
Os costumes,
O cuidado,
Os sofrimentos,
As alegrias...

A nossa existência,
O tempo expirado...

A saudade,

Vovô Sinhá faria 104 anos ontem,
Tempo espirado,
Enovelado em espiral,
Ecoando cada vez mais distante,
Mas vivo está meu amor,
Viva está em meu coração.

Ida

Um domingo,
Avós idosos,
Filhos amorosos,
O amor e devoção de mamãe pelos pais, vó José e vô Sinhá,
Que lindo isso!
A oração herdada,
A fé cultivada,
Sair de casa,
Caminhar com mamãe,
Cumprimentar as pessoas na estrada,
A casa de Alzelita,
A limpeza e o cachorro de Caboquinha,
A Casa de tia Nevinha, a casa de tia Biluca irmã José casada com Pedro de Lião, a casa de Neta, 
A escola isolada,
A casa de finada Januária irmã de vô José,
A casa de Zequinha, a casa de Paté
E finalmente a casa de vô Sinhá...
A vôz roca de vô José com cabelo e cavanhaque branquinhos,
A gaitada viva, sua bengala, seu silêncio o corpo cansado.
Vô Sinhá fazendo as coisas,
O feijão cozido as 8h,
O cachorro,
O banheiro velho,
A calçada avistando o parieiro,
A conversa,
Minha impaciência,
O tempo roto desbota até as memórias...
Muitas coisas passam ocultas na vida,
Não tem como entendê-las,
Salve o amor fraterno.

Memórias amorosas

A generosidade de vô Chiquinha,
Suas cândidas flores,
A cristaleira com a foto de Tiane, Tia Margarida,
A foto de papai quando novo,
Um quadrinho que papai trouxe da Bahia escrito lembrança de minha querida mamãe.
O altar azul,
O peituril baixo da área,
O simento riscado em moldura,
As largas paredes brancas e as portas azuis da casa,
Os tornos de madeira, as vezes com abelha,
O fogão baixo,
A gaiola com o golin,
A lenha queimando,
O feijão borbulhando ao ser cozinhado,
O arroz da terra pronto,
O frango cozido,
O café,
A conversa arrastada de vovó,
Sempre chorava a partida de vovô
A chegada,
A conversa,
A partida,
Não entendia muito daquilo,
Acho que hoje talvez entenda um pouco mais...
As pessoas partem e deixam saudades,
Guardamos na memória,
Essa doce poesia que é viver.

Avós

O tempo,
Cada estação com suas peculiaridades,
Calor, luminosidade,
Folhas e ramos secos,
Flores singelas,
Pássaros cantando,
As cigarras e seus cantos,
Cheiro da flor de caju.

E as memórias nos aproximam do passado,
Vô Sinha, Vó José,
Vô Chiquinha, Vó Chico,
As flores puras do jardim,
Um pé de romã,
Um pé de pimenta,
Uma horta atrepada,
As galinhas gordas,
A doce cana do pedrecal,
As  mangas espada,
As jaqueiras de Tio Michico...
As bananas e limões do São Pedro,

Vivas memórias de alegria, fartura e esperança,
Que jamais me abandonarão.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Aurora

Aurora primeira,
A fria madrugada,
Crepúsculo encarnado,
Aves despertas,
O badalo do chocalho tilinitando,
Cantos dos pássaros no baixio,
A poeira fria do caminho,
O algarobal, as latadas de melão de são caetano,
Os pássaros voando, cantando, forrageando,
O preá desconfiado,
Flores estreladas de jurubeba,
Fotografia, alegria da alma,
Os cinco sentidos,
Concentração das ideias,
Enfim plenamente vivo.
Depois a manhã passa,
E esse dia pelo fica na memória.

Sanidade

Uma lua cheia,
Um vale inundado de luz e vento,
O som do vento,
A noite que esfria,
O monólogo,
O silêncio,
O autoconhecimento,
O caminho,
A margem,
As rochas no caminho,
O entendimento,
A fé,
Os medos,
As crenças,
Tudo que passa,
A ignorância,
A sabedoria,
As fases da vida,
O cuidado...

Tudo que margeia a sanidade.

Ocaso no sertão

O anoitecer enluarado,
Uma estrada de areia com curvas,
A vegetação intrincada, toda cinza,
O vento soprando entre árvores e arbustos exauridos,
Um ser humano e seus pensamentos,
Sua condição humana,
Seus orgulhos e pecados,
O ocaso,
A hora da Ave Maria,
Schubert...
Luiz Gonzaga,
Rogai por nós pobres humanos,
Para que saibamos caminhar vida a fora
Em paz.
Que o orgulho, que a inveja, que a angústia essências humanas
Não falem mais alto.
Que sejamos mais fortes que nossas fraquezas,
Porque o amanhã é tão próximo,
Que tenhamos sossego em nossos corações,
Que enfrentemos os problemas com coragem,
Que humanamente sejamos dignos de ser quem somos.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh