sábado, 10 de janeiro de 2015

Só assim

A vida necessita de um motivo para ter significado e é exatamente o que venho constatando ao longo dos meus dias vividos. É com alegria ou tristeza que percebo minha humanidade. Perceber que somos humanos demasiadamente humanos. A proporção que os anos escorrem de nossas mãos podemos perceber a perda ou o tingimento dos cabelos, as limitações físicas, dores na coluna e nas articulações, disfunções hormonais. A dor de uma certa forma torna-se nossa companheira pode variar de pessoa para pessoa. É com tristeza que vemos as pessoas mais próximas sofrerem de dores.
Borges já dizia que nos tornamos prisioneiros de nossos corpos. Quando não são levados para sempre.
A vida é para fortes.
A dor é para poucos.
Tudo faz parte da vida.
Só vivendo para saber.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Adeus Tio Jussier

O tempo passa,
Sempre passou,
Sempre passará,
Mas para alguns o tempo se desgasta.

O tempo para, depois de um início,
Depois de tanto passar,
O tempo para.
Hoje o tempo parou,
Para meu tio que viajou,
Viajou para o passado,
Estacionou sua viagem,
Decerto vó José e vô Sinhá
O esperam sua chegada na eternidade,
A gente continua aqui vendo o tempo passar,
Amanhã restará só a lembrança.

Meu tio que partiu,
Que vi envelhecer,
Vi a doença que o consumiu
Longos anos a fio.

Homem paciente que viveu de ilusão,
O chão de seixos ferrugíneos,
Não mais suportará seu peso,
Nem as bignoniaceas perfumarão seu caminho.
Adeus Tio Jussier.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Tenho tudo que quero?

A noite se aprofunda,
Como um navio se distancia no mar.
Tudo é horizonte distante,
Estrelas e praias.

Quem sou eu nesse universo
Ultra diverso?
Nada!

Tenho tudo que quero?

Tenho a noite,
Uma sacada para espiar
E sentir a brisa passar,
Uma grande caneca de chá,
Meus Adenium,
As lindas palmeiras Dypsis madagascarensis,
E todo o céu para observar,
Livros para ler
E a solidão para pensar.

Tem tanta coisa para me entreter
Não sei se quero.
Não sei se sei está só?

A solidão as vezes me amedronta,
Mas muitas vezes me dar força.

E assim continuo segundo minha vida.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Constante

A noite,
O silêncio,
O clima quente,
Nenhuma brisa,
Nenhuma expectativa,
Luzes da noite de Natal.
O passado,
O presente,
Amanhã o que acontecerá?

Sabe lá,
Sabe lá...

Tudo isso vai passar,
Absolutamente tudo,
Se concluirá,
Noites virão e passarão

domingo, 14 de dezembro de 2014

O ser e o nada

As paredes brancas,
Os poucos móveis,
A janela.

Deito-me ou vou a janela,
Olho para o mundo,
Olho através do meu ser.

Conhecer e ser conhecido.

Ser quem sou,
Antes de tudo requer
Saber o que eu sou
E quem eu sou
E o que posso ser.

Eu sou o que me fiz.
Eu sou a situação,
O devir,
O ser e o nada.

Sou a soma do que vivi,
A soma do que vi.

Eu vivi o querer ser o que sou.
E sou o que sou, mas querendo
Cada dia mais tornar ser o que sou.

E foi sempre olhando para o horizonte
Que visualizei ser quem eu sou.

A minha casa paterna tem a cozinha voltada para o poente,
E era de sua calçada que mentalizava meus pedidos,
Eu tinha fé,
No escuro do ocaso,
Depositava meus sonhos e meus anseios,
Olhando através dos ramos das Anonas,

Quando sai de casa perdi essa referência,
Eu materializei meus sonhos,
Mas faltou algo,
Olhar para um horizonte,
Eu andei perdido
Por tanto tempo,
Crendo está certo.

Perdi o hábito de olhar para o céu,
Perdi de olhar para meus queridos
Através das estrelas,
Encontrei no materialismo
A felicidade passageira,

Mas sinto falta
Do poente de minha casa,
Das frestas nas telhas,

Creio que muita coisa não se pode comprar,
Não se pode cultivar.

Aprendi uma nova forma de gostar,
Tenho a paciência e tenho que aprender a tolerar...

De minha casa tenho um novo poente,

Sei que tudo passará

E só restará o nada.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Tudo se vai

A tarde que passa,
A noite que passa,
A manhã que passa,
O dia que passa...
Absolutamente o tempo passa.
E quando percebemos este fato?
Nós simplesmente não percebemos
E se percebemos ignoramos,
Não aceitamos.

Nós não aceitamos nossa vida efêmera,
Cremos num eterno retorno
E vemos o tempo se estirar até que chegue o nosso dia de ser algo e não nada.

Mas esse tempo,
Mas esse dia nunca chega
Porque ele não existe.

Somos tão idealistas e não percebemos
Na realidade da vida,
No agora,
Neste instante que passa
E tudo se vai,
Tudo se vai.

Alguma coisa fica,
Alguma coisa fica.

Dezembro

Dezembro chegou.
O céu está tão cinza.
As noites mais enfeitadas,
São árvores e luzes coloridas,
É a brisa do verão,
A comida farta,
Momento de reflexão,
Que aconteceu de bom
E o que poderá acontecer ano que vem.

Dezembro chegou,
Quantos dezembros já passaram,
E quantos deles passarão?

Há aqueles que amam,
Há aqueles que odeiam...

A parte isso dezembro sempre passará,
Nossas memórias subjetivas
Dirão quanta esperança empenharão...

Que passe o dezembro,
Que venham outros...

Vejo que sempre nos distanciamos de tudo que amamos,
Mas como amamos muito,
Muitos outros dezembro virão.

Ordem em casa

A ordem na casa.
Cada coisa no seu devido lugar,
Livros na estante,
Cadeiras sob a mesa,
Travesseiros sobre a cama,
Plantas floridas em seus jarros.

A casa toda ordenada,
Mas onde me inserir  na casa?
Sou a desordem na ordem de minha casa.
Quanto mais ordem mais fria e vazia é a casa.

Como desfrutar de minha casa estando ela ordenada?

Esteja onde estiver, na cozinha, quarto ou sala
A casa, esse doce lar,
É uma verdadeira entropia.

As vezes fujo de casa,
Pois minha casa é solitária,
Vou para a desordem da areia da praia,
Andar entre ruas fatigadas de sujo...

Às vezes saio só para ter que voltar para casa...

A desordem da casa é a nossa desordem expressa.

Gosto de minha casa, minha rua, minha cidade,
Gosto de tudo que me envolve,
Amanhã sabe lá onde estarei
Ou se serei...

Minha casa,
Meu ser.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Efêmera flor de jasmim

Uma flor perfumada de jasmim,
Roubei-a de um muro duro.
Era uma flor branca e perfumada,
Ficava ali abeira da estrada,
No canto da rua, sobre o muro,
Fatigados os ramos do jasmim
Floriam flores brancas
Flores perfumadas,
Doces flores perfumadas,
Flores brancas de jasmim,
Duas flores desbotadas,
Já não são claras,
E nem perfumadas,
Como foi no dia que roubei-as para mim.
É preciso cuidar bem de jasmim,
Ter um jasmineiro inteiro,
Porque flores são tão efêmeras,
As flores nocturnas de jasmim.

Enquanto a noite passa

A noite estrelada,
A brisa fresca que cruza a janela,
O céu escuro pingado de estrelas.
O silêncio dentro de casa.
Só a luz acesa me faz companhia.
Só a luz clareia as capas dos livros.
Não quero fazer nada,
Pensar em nada,
Quero desfrutar do ócio.
Quero silêncio,
Quero ouvir o intimo do meu ser.
O coração a bater.
A ociosidade é provocadora.
Não me deixa quieto.
Vou a janela e curto a brisa.
Enquanto a noite passa.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh