quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A solidez da alma

A rua de rochas duras, fatigadas e sujas está sempre vazia.
Quando cruzo o portão, sinto uma proximidade do chão,
Sinto a solidez angulada das rochas cortadas e unidas pela argamassa
Nessa rua estagnada.
Às vezes molhadas da chuva, as vezes cinzentas do sol.
Estas rochas que antecedem minha existência nesta rua.
E que persistirá minha existência.
Mas minha existência quimérica
É uma existência livre onde posso ir e vir e não ficar fatigado.

A minha rua que não é minha,
É uma rua com muros cansados,
Sem cor, com lodo escuro da época da chuva,
O que salva são as plantas,
Uma Senna, um jambeiro, um jasmim...
Cicas atrás dos muros,
E pessoas ocultas,
Quantas pessoas ocultas nessa vizinhança vazia.

Eu

Eu
Às vezes não quero ser quem sou.
Queria ter uma concha para poder me ocultar em mim mesmo.
Queria ser uma rosa entre as rosas do jardim.
Uma estrela numa noite estrelada.

Às vezes enquanto caminho queria ser um paralelepípedo do calçamento,
Um grão de areia da praia.

E quando caio em mim que paradoxo,
Pois sou tudo isso para o outro.

Aquele ou aquela que cruza por mim e não me ver.

Na verdade sou oculto para o mundo.
E cotidianamente vou tomando consciência disto,
Embora meu ego muitas vezes seja mais inflado que a realidade que me cerca.

Eu

Tento ser aquilo que como,
Aquilo que ouço,
Aquilo que uso,
Aquilo que me impressiona.

Mas muitas vezes não sei quem sou.
Quero me conhecer e só vivendo descobrirei.
Viver é descobrir aquilo que somos, é tomar consciência da consciência
É  conhecer a se mesmo.

E conhecer a se mesmo muitas vezes,
E conhecer nossas fraquezas e nossos medos.

Eu quero viver todos os dias que me forem dados
Sendo sempre eu mesmo.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Tudo novo

A noite de natal se aproxima e com ela o ano novo e com ambos novas esperanças.
Ruas vazias, luzes coloridas a piscar.
O ano correu,
A lua cheia apareceu tantas vezes,
Fazia tempo que não a acompanhava.
A vida vai seguindo,
Sem tom.

Evolução

Onde começa ou termina algo?
Algo pode ser tudo, inclusive nada.
A matéria e suas propriedades,
Aquilo que nos constitui,
Que um dia se dilui e se dissolve.
O que podemos compreender do todo?
Como podemos expressar?
Algo se inicia quando percebo,
E continua a crescer em mim,
Enquanto percebo tomo consciência
Desse algo que se faz ou se desfaz para mim.
Não entendo nem 10% do que vejo,
Do que sinto, do que é.
Minha tênue existência não é suficiente,
Então vamos viver o que nos é permitido,
E toda a evolução será produto da humanidade
E mais nada.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Cores do sem fim

O mundo,
A luz dourada da manhã,
Que desponta com a aurora,
E se desfaz em luz transparente,
O verde viridescente das flores,
Amarelo, azul e vermelho das flores,
A luz do sol que inunda nosso mundo
De cores e de energia.

Após o dia cai a treva noturna,
A existência que me antecede,
A razão que me constrói
E degenera com minha morte.



terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Consumir

Um chá pra acalmar,
Uma noite frouxa,
Após um dia inteiro,
Um dia que começa
Com uma oração,
Uma leitura,
Um pedaço de bolo,
E se desenrola entre uma conversa,
E o trabalho,
Entre uma aula e outra,
Entre o almoço,
E a tarde que passa
E a noite que chega,
Passam os dias,
As semanas,
E esperamos ansiosos por nosso capital,
Consumimos ansiosos
Nossas contas,
Sem percebermos que estamos consumindo
Nossas vidas.

Cartola

Cartola um gênio da música.
Viveu na cidade maravilhosa,
Entre pessoas de boa conversa,
Gente agradável pulverizada de alegria,
E felicidade intensa.
Tuas lindas canções,
Que horas se estaria inspirado?
Qual o local favorito para escrever?

Vá entender o gênio e a genialidade.
Suas obras nos cativam,
Nos conquistam pela beleza,
Pela melodia e pela singeleza.



segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Esperança

A noite profunda,
O grilo cantando,
O corpo cansado.

O sono e a brisa chegando,
Tomando conta da alma,
A vida passando,
A esperança de tudo
Está melhorando.


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

As vezes

Às vezes, nus pegamos estáticos olhando para o além, para o nada. Nós ficamos num estado estranho
 e sentimos uma sensação de está vivo, algo bom. Estamos ali ouvindo os sons distantes ocultos de nossos horizontes, sabe lá o que será! um pássaro? um ronco de motor? ou o burburinho de uma conversa algo externo ao nosso alcance ou o nosso ser.

A verdade que não entendemos tais sensações, talvez as cabras e as vacas que ruminam entendam estes momentos mais que nós. Esse momento de vácuo em nossas vidas.

Talvez estes momentos aconteçam porque somos imersos por uma avalanche de informações em que não conseguimos absorver nem cerca de  10% destas que acreditamos serem importantes à realização de nossos sonhos e nossos anseios. Nós nunca nos contentamos e queremos sempre mais.

Somos pressionados e se não estamos buscando absorver o mundo nos sentimos inúteis.
A ociosidade nos causa tédio. Não temos tempo de não pensar.

Dai nossos seres nos fazem viajar ir ao além. E quando não aguentamos a pressão buscamos forças superiores, adquirimos vícios, crenças ou até mesmo hábitos distintos.

Diante de nosso subjetivismo nos perdemos no caos do mundo. Talvez Pessoa tenha razão voltar a atenção seja a melhor solução.

Quem sabe!
Quem sabe o que é melhor para si é você mesmo.
Tudo vai acontecer de qualquer jeito.
Nossa vida vai passar de qualquer jeito.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Sentido

Fim de ano,
Luzes de natal,
Pisca-pisca coloridos
Como doces de confetes,
Piscando noite a dentro.

A noite vazia,
Os sentimentos vazios.

Corrente elétrica,
Luz, brilho cor.

Está difícil encontrar um sentido.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh