domingo, 4 de maio de 2014

Visitas de família

Domingo,

Na minha infância, domingo era sinônimo de visita a casa dos avós.
Íamos mamãe e eu ou para a casa dos pais dela ou de papai.
Cedinho, quer fosse inverno ou verão, após o café saímos caminhando,
Não tínhamos carro ou moto, então lá íamos nós subindo alto a cima.
Preferia ir visitar meus avós no inverno.
No inverno tudo era tão bonito.
A água escorria dos locais abrejados.
Mimosas floridas com flores branca ou rosa tão perfumadas,
As unhas de gato com flores brancas,
As bignoniáceas com flores rosa,
As canafístulas com flores amarelas,
As cajaraneiras forravam o chão de frutos maduros, acre-doces e perfumados.
E a todos que encontrávamos cumprimentávamos.
Quando íamos para a casa de vô Sinhá,
Depois de cruzar o corrego do porção que hoje está coberto pelo açude
Bebíamos água na casa de Nitinha,
Mamãe dizia que Nitinha era a limpeza em vida.
Ela tinha um cachorro de balaio que achava muito bonito.
Mais na frente pausávamos para um café em tia Nevinha e ai
acabávamos de chegar no sítio de fora.
Gostava de chegar em vovó.
De longe ouvia o pigarreado de vô José
E a voz baixa de vô Sinhá.
Ali passávamos o resto do dia.
Quando voltávamos que era bom porque muitas vezes ia brincar com meus amigos
De infância, as flores tinham murchado, as águas secado,
A vida passado.

sábado, 3 de maio de 2014

Vendo a vida passar

Madrugadas de chuva,
Manhãs de chuva,
Tardes de chuva,
Noites de chuva,
Como chove em maio,
Como chove em João Pessoa,
A floresta úmida,
A tarde enxombrada,
O campos vazio,
Caminho contemplando
O mundo
Vendo a vida passar
Em maio.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Tarde de maio

A tarde que passou,
Passou,
Passou nublada,
Passou chovida,
Passou fria,
Nem o sol apareceu,
A tarde passou vazia,

Mas passou
e a noite veio molhada,
As estrelas vinham e iam
E as nuvens choravam
é mês de maio.

Mês das mães,
As mães que dormem,
As mães inexperientes...
E agora que é maio,
E agora que a tarde passou...
Se foi,
Amanhã terá outra tarde.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Consumo da existência

Que noite bela,
A lua nua
É uma fresta de luz,
As estrelas brilham
Enquanto o vento sopra as nuvens
Que acendem e apagam as estrelas,
O céu azul marinho,
O som do mar,
E meu sentimento
De que estou perdido no universo,
Aquela sensação
De nada ser.
A vida é o consumo da existência.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Nada

A noite
Cada minuto,
Cada segundo,
Que passa.
O tempo se esvoaça.
E o que temos,
Nada,
Temos um corpo que usamos,
E logo, nada mais será.

domingo, 27 de abril de 2014

Agora existo

Agora, existo.
Assim como
Ontem existia,
Semana passada,
Mês passado,
Ano passado,
Neste momento palpito,
Penso,
Mas amanhã quem sabe!
Quem sabe se verei o sol brilhar novamente.
Se assim acontecer amém.

Agora sou carne, sangue, pensamento e vida.
E a vida, todavia se vai
E a carne e o sangue se desfazem.
Logo a vida passará,
Mas as palavras agora
Organizadas permanecerão
Ou desaparecerão.
Amanhã é outro dia.



terça-feira, 22 de abril de 2014

Inércia da vida

A manhã,
A brisa que atravessa a janela,
Toda a luz que alumia o mundo,
O tempo que se encerra
E inicia um novo ciclo,
Entre o medo e a coragem
A vida passa.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Triste tarde

A tarde está pálida, cândida tarde.
O céu azul celeste pálido.
Dia após dia o encontramos na vida,
Uma tarde pálida se um riso,
Átrios vazios,
Preocupação...
Solidão...
Que tarde pálida e quente
Que logo há de passar.

Sem ti

Quando você partiu,
Era abril,
A lua minguava no céu,
Feito um véu
Que oculta a profundidade
Senti-me só.
E como foi triste
E como foi doloroso,
Não pensei que isso ainda
Acontecesse...
Ah, mês de abril.
Como lidar com a vida
Como tocar a vida sem te ver,
Sem você.

Tantas interrogações

Um átrio vazio,
o pó e pelos se acumulam no chão.
Tudo aqui tem um dono,
Tudo aqui tende a cheirar a mofo.
Os objetos, tomam minha forma e o meu jeito.

Já percebi que os caem como os pelos,
Como a beleza...
E a gente é substituído.
E a gente é esquecido.

Em nosso peito o medo de errar
É cada vez mais vivo e reticente.

Como o tempo cai
e as memórias boas
Nos trazem sofrimento.
E isso é viver?

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh