sexta-feira, 14 de junho de 2013

Belo

Porque o belo me atém
uma manhã, um por do sol,
uma noite enluarada.
Borges, fonte de beleza e sabedoria.
Uma passarada cantando
e a vida acontecendo.

Alegria da manhã

Doces manhãs que me acendem na memória alegria.
O sol brilhando, nuvens se derramando.
Flores desabrochando, a terra umedecendo.
As aves cantando, a chuva ecoando.
A brisa escorrendo, o frio da chuva.

Doces manhãs que acendem na  memória alegria,
manhãs de inverno, manhãs de verão.

E o tempo passa, no inverno chananas e comelinas floridas,
no verão a poeira viaja com o vento.


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Entre o tempo a simplicidade e os poetas

Meus avós foram pessoas simples. Ao que sei pessoas de boa índole. Meu amor José, nasceu em 1902, ano que nasceu Drummond. Minha avó Sinhá nasceu em 1912, ano que nasceu Jorge Amado.
Vô José e vó Sinhá mal sabiam ler, viveram suas vidas sem ler ou conhecer Homero.
Cresceram e se tornaram adultos sérios em sua completa escuridão do que seria literatura.
Vó Sinhá sabia, mas teve que largar a escola para se casar e cuidar da casa, dos filhos e das finanças.
Meus avós viveram uma vida pragmática.
Crendo na força do trabalho e na justiça. Não sei como tratavam com sentimentos como ambição, cobiça, inveja... Sei que tinham religião.
A arte que meu avó sabia fazer era cultivar uma roça, ingênuas piadas, breves contos.
Crianças que se tornaram adultos com o tempo, aprendendo com a experiência.
Como seria se vovô tivesse sido culto?
Quem seria eu hoje.
Se meu avó tivesse lido como leu Drummond ou Jorge Amado?
Drummond fez farmácia e Jorge Amado fez direito.
Meus avós fizeram a escola da vida, as mesmas idades,
as mesmas épocas.
Meus avós encrustados num pequeno município, Martins, viveram a vida no sítio,
ouvindo e falando sobre suas vidas pequenas.
Sobrevivendo nesta inútil existência,
deram sopro de vida a minha mãe
e aqui estou, divagando no tempo.

Entender

De certo há aqueles que despertam para a vida ainda cedo.
E mesmo cedo aprende a ler o mundo e a entender profundamente a vida e é feliz.
E há também aqueles que vivem toda a vida sem jamais despertar.
Mas é certo que a todos que vivem
a vontade de viver é a maior de todas as vontades.
Aprendemos, às vezes, tarde que as coisas simples é o que de certa forma nos constitui.
A descoberta do mundo parece ser uma graça
que a alguns surge de graça
e as outras se consome toda a vida reconhecendo a fraqueza e assumindo a ignorância.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Estou

Certas vezes quando estou triste, desiludido
e ouço uma música ou leio um texto me sinto feliz.
E não sei explicar o que me arrebata e me faz feliz.
Só sei que meu peito parece sorrir,
minha alma entra em jubilo,
esqueço o que me afinge
e estou feliz.

Noite

Calma a noite estrelada e fria,
de céu escuro e estrelado.
Silêncio!
Grilos cantando,
Silêncio!
As estrelas piscam,
pulsam sua luz.
A noite oculta as flores.
A noite oculta as cores.
O perfume não esconde,
mas as noites
os seres descansam.
E a noite segue.

Viva

Doce vida,
maravilhosa vida,
antes a dor, a tristeza e todos os turbilhões de sentimento
a morte.
Ver o sol nascer,
a noite cair.
Viver a vida!
Sem preocupação,
logo a vida passa,
logo a vida passa.
Por isso, seja,
enquanto pode.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Medo maior

Hoje, fui a um velório.
Tristeza e dor encerravam naquele recinto.
Aquela capela onde apenas se velam corpos mortos.
Uma capela no cemitério, sim no cemitério onde todos haveremos de habitar pela eternidade.

Não me lembro do nome do cemitério,
mas não importa.

Sei que ali aquele lugar com mais de trinta capelas,
todas estão lotadas, todos os dias.
O corpo que ontem vivia,
hoje é só um corpo.

E sai dali e vi vendedores de flores,
e me dei conta que ontem pessoas sofriam ali,
hoje pessoas sofriam ali,
e amanhã pessoas sofrerão ali.

E quem sou eu neste mundo,
neste tempo?
Havia em mim um medo maior,
um medo real da morte.

Prestar atenção

A rua,
os prédios,
as calçadas,
pessoas indo e vindo.
Pessoas que conheço e desconheço.
As lojas,
os carros,
o dia passando.

As vezes não nos damos conta
de como passa a vida.
Não observamos
o que acontece no mundo,
pois cremos que nosso mundo é maior e mais importante.

Mas, às vezes é preciso que algo aconteça
para que percebamos que a vida  vai além de nosso
cotidiano que há o cotidiano do outro.
Que somos para nós e o outro é o outro.
Que somos o outro para o outro.

As vezes a vida nos abre os olhos,
a vida é capaz de nos surpreender
até mesmo quando imaginamos que isto
não pode ser possível.

Por isso é bom prestar atenção nas coisas.

Soltos ao vento

É de manhã,
doce e ensolarada,
de céu azul.
No jardim
nolinas adultas,
embelezam o céu,
doce cortina verde
pra lá e pra cá.
Como meus pensamentos,
soltos ao vento.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh