terça-feira, 11 de junho de 2013

Medo maior

Hoje, fui a um velório.
Tristeza e dor encerravam naquele recinto.
Aquela capela onde apenas se velam corpos mortos.
Uma capela no cemitério, sim no cemitério onde todos haveremos de habitar pela eternidade.

Não me lembro do nome do cemitério,
mas não importa.

Sei que ali aquele lugar com mais de trinta capelas,
todas estão lotadas, todos os dias.
O corpo que ontem vivia,
hoje é só um corpo.

E sai dali e vi vendedores de flores,
e me dei conta que ontem pessoas sofriam ali,
hoje pessoas sofriam ali,
e amanhã pessoas sofrerão ali.

E quem sou eu neste mundo,
neste tempo?
Havia em mim um medo maior,
um medo real da morte.

Prestar atenção

A rua,
os prédios,
as calçadas,
pessoas indo e vindo.
Pessoas que conheço e desconheço.
As lojas,
os carros,
o dia passando.

As vezes não nos damos conta
de como passa a vida.
Não observamos
o que acontece no mundo,
pois cremos que nosso mundo é maior e mais importante.

Mas, às vezes é preciso que algo aconteça
para que percebamos que a vida  vai além de nosso
cotidiano que há o cotidiano do outro.
Que somos para nós e o outro é o outro.
Que somos o outro para o outro.

As vezes a vida nos abre os olhos,
a vida é capaz de nos surpreender
até mesmo quando imaginamos que isto
não pode ser possível.

Por isso é bom prestar atenção nas coisas.

Soltos ao vento

É de manhã,
doce e ensolarada,
de céu azul.
No jardim
nolinas adultas,
embelezam o céu,
doce cortina verde
pra lá e pra cá.
Como meus pensamentos,
soltos ao vento.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Lembrar de ti

Quantas coisas me lembram de ti,
e nem são grandes coisas,
pequenos gestos, cuidados e carinhos.
Sinto muita falta.
A roupa desbotada,
a luz do sol radiante,
o som da chuva tristonho.
Com quantas coisas na vida
não sei lhe dar, ainda.
E quando cai a manhã
e quando cai a noite,
no auge de minha solidão,
me angustia a vida,
e respiro tristeza...
Quantas coisas me fazem lembrar de ti.
E um dos demorados esquecimentos
não querem adormecer em mim.
Não querem anoitecer ainda.

Recomeçar

É de manhã, mais um dia começa.
Uma nova manhã passa sem pressa.
O sol aparece devagar, após uma
noite fria, após fatos concluídos
é de manhã, após uma noite de amor,
após uma noite de velar,
após uma noite de dor,
é de manhã hora de se conformar,
tudo passa.
É de manhã e  sol brilha,
as aves cantam felizes, talvez.
E nas manhãs a noite se encerra,
e de manhã tudo pode recomeçar,
ou desaparecer.

domingo, 9 de junho de 2013

Morte

Eu, você e a vida,
somos parte do todo,
como o céu,
como o sol,
como a chuva.
como as plantas,
como os animais.

Chegará o dia que seremos
natureza morta.

sábado, 8 de junho de 2013

Íntima

Como uma flor desabrochada,
arrebatou-me o olhar sua beleza.
Roubou toda minha atenção,
e todo o meu tempo te doei,
e feliz vibrei ao beijar-lhes
teus cálidos lábios.
Neste instante meu coração
quase saltou para fora
de tanta alegria.
Sentir o calor e a maciez
de teu abraço.
Estive em teus braços.
E no dia mais esperado,
íntimos fizemos amor.
E hoje, sedes distante de mim,
quão trágica é a dor da separação.
Suave manhã de frescas flores,
faz aflorar a memória
dos beijos, risos e abraços.
Hoje nada mais resta,
senão lembranças
de ti doce flor.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Saúde

Eis que só sentimos a vida, que mais a valorizamos se estamos enfermos.
Quando a garganta foi.
Quando algo nos torna enfermo.
Como crianças clamamos pela saúde.
Se o corpo arde em febre,
tudo perde o valor diante da saúde...
Enfermos queremos antes de tudo,
saúde.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Vagando

A noite que tanto acalenta nosso cansaço.
Estou em alguma parte ou simplesmente
aqui sentado enquanto a noite passa.
Não seio em que pensar, 
ouço Mozart e minha mente ao vento.
Ah, quanta beleza que pode ser gorrada da alma humana.
Quem dera tal sublimidade.
Mas resta-me apenas ouvir, Mozart
e ver Gogh e ler Borges.
E viver sem medo, mas de olho nos limites.

oculto na noite

Cada flor perfumada,
é uma flor encantada.
Quando vou ao lago
quase sempre vou só,
entristece-me ver o lixo,
cada vez mais evidente
entre a borda e a água.
Resistentes ipomoeas
com seu perfume branco,
alegra minha alma,
branca cor de doce flor.
Branca garça esvoaça
a pescar.
E as águas do lago,
horas plácidas,
horas ondulando,
e quando a noite cai,
e apaga o lixo,
o lago fica tão bonito,
e a flor se encanta
noite afora.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh