sexta-feira, 3 de maio de 2013

Um lugar perdido

Num lugar muito distante da cidade, na borda de estrada de barro vi uma casinha.
Entre tantas que já vi, aquela casinha era especial, embora muito simples. 
Era uma coberta com folhas de coqueiro e tinha as paredes caiadas, bem branquinhas. 
Em frente àquela casa, no lado oposto da em frente a casa havia um horizonte descampado que dava para uma montanha, onde crotalárias tingiam de amarelo aquele breve horizonte.
Havia ali torres de eletricidade plantadas que cruzavam aquele lugar, dividindo o lado da planície e o lado da montanha.
Os fios presos aquelas torres fazia som constante que parecia ser o rápido bater de asas de mariposas no meio da noite.
Ali o silêncio reinava e só era quebrado quando aves cantavam o cão vira-lata da casa latia.
O terreiro da casa era limpinho e só a poeria ali repousava. 
Enfrente havia uma grande latada de Allamanda com flores grandes e amarelas e verdes folhas brilhantes.
Ali naquela hora da tarde se sentavam num bando de madeira um senhor idoso e numa cadeira uma senhora com a face bem escupida pelo tempo.
Naquele lugar repousara seus corpos e complementava aquela paisagem.
Aquela paisagem que se formava no fim do dia, àquela hora da tarde.
Quanto tempo restará aquele casal, aquela casa, aquele cão, aquele lugar.
Certamente, aquela casinha velha é muito jovem em relação àquela montanha.
Mas velha para os que a pouco nasceram.
E minha visão de transeunte aleatório que poderia ler ou perceber.
As galinhas corriam no terreiro, o cão se levantou, latiu, mas logo se deitou!
O Henrique perguntou para o senhor. - Posso fotografar aquelas plantas? 
Nem sei se o senhor respondeu.
A senhora com um ar lapidado pelo tempo, nos ignorou feito uma rocha.
Por trás da casa haviam grandes pés de ipê.
Quanto silêncio ali havia.
Aqueles velhinhos não ousavam falar nada,
acho que a montanha impunha silêncio aquele lugar.
O som constante que ali havia era apenas aquele falso bater de asas da borboleta!
E a tarde caia leve naquele lugar perdido da chapada.
Enquanto imaginava, nunca mais ali voltar.
Conheci o desconhecido que nunca mais será me revelado,
senão por meio de uma foto...
E a noite dormiu naquela casinha.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O voo elegante através da tarde

No fim da tarde, as pombas voam muito rápido indo ou vindo.
Quem saberá! Sempre imagino que estão voltando.
Só sei que é voo é tão elegante e belo para um ser tão singelo.
Como pode uma ave tão boba ser tão elegante e rápida.
Só uma explicação divina.
O fato é que elas vem do norte,
Cruzam o lago em grande altura e velocidade.

No fim da tarde, quando tudo é exuberante e extremamente belo,
quando o céu está lindo,
quando o crepúsculo faz a natureza parar,
quando a luz do sol tinge tudo de vermelho,
faz a água do lago ficar azul.

E ainda tenho o voo das pombinhas...
O joão de barro sumiu e deixou a obra por acabar.

E a tarde é mais linda quando vejo um casal de papagaios
com seus voos pedalantes, e seu grito emocionante.

E a noite caiu lentamente
enquanto uma garça e um socó voavam seus voos elegantes e belos
cada batida de asa, raios de luz a menos
e a noite chegou,
por essas horas as pombinhas já estão empuleiradas,
e agora a noite está cerrada.
Só as estrelas piscam,
mais nada.

Esperança

Numa pequena rua
de um pequeno povoado,
no meio de um cerrado
vivia um menino.
Seu nome era Chico.
O menino crescia naquela pequena rua
e falava com simplicidade
tudo que descobria era tão grande
em relação aquela rua.
O menino gostava empregar os nomes que aprendia.
Sua mãe era simples e muito zelosa
e sempre o abraçava quando fazia algo de errado.
Ela sorria e dizia cria tento menino.
Mas a mãe morreu de febre
e o menino que era filho único
ficou ali sozinho,
seu pai nunca soubera quem era.
Dizem que era um caminhoneiro que passou ali
e numa noite de festa embriagara sua mãe.
E Chico não tinha avó,
pois sua mãe perdera os pais
em movimentos rurais,
chegara ali com os tios que morreram cedo afogados no rio.
E Chico cresceu só.
Seus olhos eram pura tristeza,
depois que sua mãe morreu
nunca mais nomeou nada
se tornou recluso em si.
Vivia abandonado feito um cão
tolerado por ser inofensivo.
Comia do que sobrava,
numa casa e na outra.
Trabalhava por um prato de comida.
Certo dia ele sonhou com sua mãe
vestida de azul e um manto branco
e no sonho ela disse.
Chico vive a vida.
Então quando acordou ouviu o canto das aves,
viu as cores das flores,
E se sentiu firme
para continuar a vida.
Chico cresceu 
crendo no sonho materno...
E assim viveu 
e assim se tornou
um grande poeta nomeador.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Flores do cerrado

Há tantas flores belas no cerrado,
flore amarelas, flores vermelhas,
flores lilases!
Há flores de todas as cores, e formas
e odores, e tamanhos.
Há tanta luz no cerrado,
tanta planta encriquiada,
mas bonitas.
O cerrado nu,
o céu azul,
o vento fresco ou o calor escaldante,
quem se incomoda?
As flores continuam na moda.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Ilusão humana

Após a chuva cair,
após sementes germinarem,
após as ervas crescerem,
após estas florescerem e frutificarem.
A chuva volta a cair
e as sementes a germinarem,
estações após estações.
Repetidas milhares de vezes,
milhares ou milhões de anos,
em silêncio a terra trabalhou em sua criação.
Flores ornadas, frutos perfumados e tudo quanto é tipo de animal.
A terra não pupou esforço nesta lenta transformação.
Eis que surgiu um animal
que aprendeu a pensar,
e pensou que podia mais que a terra.
E em pouco tempo conseguiu extinguir quase toda a diversidade
em benefício próprio,
Destruiu florestas, reduziu montanhas a crateras na terra,
construiu um mundo em seu benefício
se organizou e agora se auto destrói.

E a chuva continua a cair
e a erva continua a crescer,
e a natureza a degenerar,
até onde vai aguentar?

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Assinalada

A manhã caiu entre o escuro e o frio.
A aurora tingiu de rosa ou de vinho o céu vazio.
As maritacas deram som e vida e ocultou
o escuro, mas o frio que ficou
e com a luz viva do sol a manhã assinalada,

E aos pouco as formas foram sendo revelada,
e aos pouco já não é mais madrugada,
e aos poucos é um novo dia,
e aos poucos se alinhava uma poesia.

domingo, 28 de abril de 2013

Tempo eterno jovem

Carregamos conosco memórias que vivemos, memórias de nosso tempo.
Cada um tem o seu tempo, cada um pertence a um tempo.
E o desfecho deste tempo faz de nós que somos.
E o que fazemos deste tempo é construir a nossa história.
A nossa memória nos é fiel ao tempo.
Somos frutos de um tempo, de nossas memórias
que está tecida com aqueles que viveram e vivem conosco, 
assim como somos parte de suas memórias.
O tempo se renova em nossos sobrinhos, nossos filhos
e tudo brota do amor e que foi maravilhoso.
No fim tudo se desbota com o tempo
paulatinamente vai sendo substituído,
o que foi vai perdendo o brilho e o vigor
passa a ser ultrapassado, matéria, diversão...
As coisas parecem avançar,
temos aversão ao antigo, sem percebemos que também ficamos antigos
em nosso pensar, em nosso agir.
Amamos o novo que muitas vezes é revelador.
O tempo nos ensina que não há mistério no mistério que revelado
e muito do que existe nos é revelado perde a graça como a flor perde o viço.
E temos que aprender a dar vida e brilho em nossas crenças
e nos tornamos categóricos e ultrapassado...
Nem imaginamos como somos ultrapassado quando cremos
que as cosias novas são menos interessantes ou valorizadas,
quando damos brilho ao que cremos ser o melhor.
Nos enganamos, assim o tempo nos ensina
e assim parece também a vida a nos ensinar.
Mais dia ou menos dia nos olhamos no espelho,
e nos deparamos com a realidade que estamos velhos e ultrapassados,
que nosso universo simplesmente encolheu, somos reféns de nossos corpos,
somos reféns de nossos pensamentos.
Para nossa sorte podemos recomeçar ou ao menos tentar.
Porque a realidade é dura feito granito e costuma nos por obstáculos
até que não possamos mais ultrapassar.
Cada segundo passado nos fere o último nos matará.
E o tempo seguirá eterno, jovem...
Se quisermos nos renovar temos que ceder nossos egoísmos
e dar vida a nossas sementes de vida
E tudo continuará reagindo,
como sempre foi e será

sábado, 27 de abril de 2013

Ir

Quando você partiu,
algo em nós se dividiu.
Você foi para longe do meu olhar,
eu queria, mas não podia te beijar,
Eu queria suavemente te tocar.
Quando caia a noite você não estava lá,
só podia imaginar através da lua,
através das estrelas,
através das flores!
Quando te encontrava,
meu sol brilhava mais intenso.

Quando você decidiu partir,
e quando você partiu,
tantas coisas entre nós ruiu!

Minhas noites,
meus fins de semana,
tudo também partiu.

E eu não sei o que fazer,
e eu não sei como viver,
só.

Ocupo meu tempo
que se esticou
com o ócio.

Flores murcham sobre minha mesa.
E o tempo passa,
e tudo passa.
Talvez, sempre talvez...
Eu aprenda algo,
com a sua partida
com a minha vida.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Tanto faz!

Quero poder ver o sol da tarde cair,
quero ver a lua na noite lunecer...
Estamos no ano dois mil e treze, 26 de abril.
E a sexta-feira é soprada pelo tempo,
e vai desfiando a malha que é o dia,
e como uma vela alumiado a noite,
e os grão de areia caindo,
e as plantas crescendo...
Tudo vai acontecendo lentamente.
E a vida passando.
Que posso fazer para embelezar a vida hoje?
Acho que vou pintar com as palavras flores, campos e jardins...
acho que vou escrever frases bonitas.
Tanto faz o tempo vai passar mesmo.

É dia

É dia,
O sol brilha a todo vapor,
o céu está todo azul.
Aqui nada acontece além
do rádio tocando.
Lá fora, tem gente pegando ônibus para seus trabalhos
sem nada perceber, irritadas com o sono abortado.
Gente ganha a vida vendendo café em paradas de ônibus.
Em outros lugares nada acontece.
A água que sobra da chuva escorre a cantar.

Tudo isto acontece hoje, sexta-feira, fim de abril.
As maritacas ainda cantam e o frio parece querer fugir.

Finalmente após a noite,
É dia.



Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh