segunda-feira, 11 de março de 2013

Metamorfoses da vida

Acordar e ver o sol ou a chuva.
Sentir-se vivo.
Sentir a brisa da manhã
ou o calor do sol radiante.
Ver o vento abanar a copa das árvores,
a abelha visitar as flores.
Sentir o aroma de flor
ou do lixo que também existe.
Poder ir onde quiser por si.
Delicia-se de qualquer coisa
que mate a fome.
Cada segundo é raro,
cada segundo nos faz falta.
Viver tem que ser com prazer
ou com dor...
Viver é mais importante.
Mesmo que às vezes não valha a pena,
Tudo passa, hoje estamos vivos,
amanhã quem sabe?
Os campos elísios
estão cheios de magros,
sábios, leais... todos mortos.
Viver é um conjunto de possibilidades.
A cada manhã que vejo,
a cada manhã que vivo,
tudo pode mudar,
par bem ou para ruim.
Mas tudo muda a todo instante.

A tarde que passa


Mais uma tarde se foi em minha vida.
Esta tarde foi tão agradável e bela.
Quantas tardes já não se passaram,
praticamente uma eternidade de tardes.
Tardes como esta que se passaram
em puro silêncio.
Tardes como esta ensolarada,
sem um sopro de vento.
O lago era um largo espelho brando.
O céu azul desenhado por nuvens
suaves, oras azuis, oras brancas ou vermelhas.
Quantas tardes como está já não se passaram?
Quantas tardes adormeceram para a eternidade.
Olhos que contemplam podem não poderão contemplá-la
nunca mais, nunca mais.
Olhos que pela primeira a viu
terá uma vida pela frente para descobrir
os teus mistérios.
Vivo tentando entender a tarde,
tentado encontrar um pouco de mim nelas,
tentando ser um pouco parte dela.
Os pombos voltam de seus passeios,
papagaios voam aos casais.
E a tarde se desfaz,
E a tarde se desfaz. 
E minha vida, por um fio
o que me trás?
Só o criador saberá o que será do meu amanhã,
é ele quem sabe.

domingo, 10 de março de 2013

O bezerrinho

No curral nasceu um bezerrinho
que é todo vermelhinho,
Nasceu tão fragilzinho.
Todas as crianças do mundo
iriam adorar ver o bezerrinho
que após nascer
já se levantou,
em poucas horas
saiu correndo.
Na manhã seguinte,
quando o sol nasceu
o bezerrinho corria
pra lá e pra cá
de rabinho levantado,
berrava um berro de alegria.
Que alegria e vigor do bezerrinho.
O velho dono do curral
roupa suja, barba por fazer
sorri de alegria
cada bezerrinho que nasce
mais viva é sua esperança
e sua alegria no viver.

sábado, 9 de março de 2013

A barata angustida

Solitária na lixeira pensa a barata:
_ Quem sou eu? O que faço tem sentido para a minha vida?
Enquanto se alimenta do lixo a barata continua a pensar.
Sou uma barata, sou rica, vivo no meu mundo falto de alimento. Nunca me falta comida. Sou linda e maravilhosa, sei voar. Seria capaz de viver a uma gerra nuclear.
Tudo que faço é viver e ai está o sentido da vida. Viver.
A barata vivia sozinha, mas não sentia solidão...
Certo dia, enquanto chovia a lixeira virou jogando a barata para fora.
A lixeira foi arrastada para o rio.
A barata desamparada, logo buscou um abrigo até a chuva parar.
A barata se sentiu desamparada.
Quando parou a chuva, a barata saiu em busca de uma outra lixeira.
Não demorou muito encontrou uma lixeira.
Conseguiu entrar e uma surpresa ao entrar na lata haviam mais baratas. Estavam numa algazarra.
Sem graça a barata falou um oi.
As outras baratas a ignoraram e riram da barata.
Pela primeira a barata se sentiu ridícula, mas como não tinha para onde ir ficou ali mesmo.
Comeu do lixo e ficou só observado.
As outras baratas olhavam para ela com desprezo.
Até tentou conversar, mas não obteve atenção.
A barata se sentiu mal, feia e ridícula, mas precisava ficar ali ou achava que precisava.
Achou que poderia ser amiga das outras baratas.
Mas sempre era rejeitada.
As outras baratas se acostumaram com a barata, mas como ela sempre vivera sozinha, não sabia
como se portar, falava alto e o que pensava... Isto não era permitido...
Poxa barata por que não mandou elas se fuderem?
Mas não a barata ficou ali, aguentou até chegar o dia de ir embora.
Ficou ali para ver até onde suportava.
A vida nunca fora tão ingrata para a barata. Ela sentiu nojo de si, de tudo que pensava de quem era.
Então numa manhã de sol foi embora.
Encontrou uma lata de lixo sem baratas e foi viver sozinha.
Mas nunca mais foi feliz, pois ecoava em sua mente
as risadas e a recusa das outras baratas.
Então numa manhã de sol se atirou na calçada
e foi pisada pelo primeiro humano que passou.
Suicidou-se de tanta angustia.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Dupla face

É tarde da noite. Saio da rodoviária do plano em direção a W3 Norte. Meu corpo está cansado. Vem a mente reflexões. Olho através da janela e nada percebo. Ninguém senta ao meu lado. Acho que tenho cara de mal mesmo, como alguns conhecidos dizem. Enfim, penso na vida, penso nas coisas que falo, penso no que sou. As ruas estão escuras e vazias... A certa altura da W3 vejo mulheres nas áreas escuras do setor comercial. Mulheres usando roupas curtas e sob a luz das áreas escondendo a face. Mulheres que vendem o corpo por necessidade. Há quem diga, mulher de vida fácil. Não sei por que falam isto. Uma pessoa que sai de casa a noite e se subordina a fazer sexo com qualquer pessoa por dinheiro, seja uma pessoa de vida fácil. Quem são elas? De onde elas veem? Por que se prostituem?
Junta todas estas questões em minha mente e ai não sei mais distinguir minhas ideias.
Vou dormir num caos...
E a noite segue, hoje a noite algo foi revelado, coisa nunca tinha visto.
As pessoas, as ruas e a cidade revela ter diversas faces. Conhece-las as vezes nos choca,
mas ao mesmo tempo nos ensina.


quinta-feira, 7 de março de 2013

O espelho

O que vejo quando olho no espelho?
Muitas vezes não vejo nada.
Muitas vezes uso o espelho, 
mas não me vejo ali...
Todavia tem dias que me vejo no espelho
vejo as marcas do tempo,
sulcos na pele, sulcos na pele,
barba feita ou crescida,
olho nos meus olhos
e nada vejo, perco até o timo,
as vezes me pergunto: Quem sou eu?
Não vejo os anos passarem,
parece que cruzei a infância e adolescência
sem perceber...
O espelho me faz cair em si,
por isso me vejo ou desprezo
minha imagem no espelho...

quarta-feira, 6 de março de 2013

Faróis... Só Jesus salva?

Há pessoas que sabem ver, perceber e viver no mundo. Creio que estas pessoas são faróis que guiam as pessoas por um caminho mais suave diante das dificuldades da vida. Certamente não sou uma destas pessoas, mas percebo pessoas que foram ou são assim.
Para mim, Borges que foi um bom escritor é um farol da literatura. Lineu um farol para a Taxonomia. Gandhi um farol para a Índia e para o mundo. Mozart um farol para a música.
Acho que estas assertivas são indiscutíveis. São clássicos que devemos conhecer, mas quem seria o nosso farol real vivo? Até conhecer alguns professores, não sei se teria um. Os ídolos da televisão ou cinema só divertem, mas o que me ensinam?
Além de meus pais, minhas mestres e orientadoras, Iracema Loiola e Ana Tozzi, ajudaram-me a me tornar quem sou, apararam muito minhas arestas. Diria que aprendi muito com os meus amigos
aprendi a viver melhor...
São tantos os amigos que estão demasiadamente distante...
Precisamos nos reconstruir e recriar tudo para não sermos esquecidos.
Com o tempo vamos perdendo a cor e nos tornamos invisíveis...
Queremos sempre tanto ter cor e não cair no esquecimento.
Os faróis podem serem visto a distância.
E se quisermos ser faróis o que faremos?
Há quem creia que estamos aqui para cumprir uma missão,
há os que creem que só viemos aqui por acaso e devemos viver.
Pois eu digo é sempre bom ter um farol, mesmo que seja tão popular como Jesus.
Pois o mais simples dos homens fala: -"Só Jesus salva".
Ah, Jesus é um dos maiores faróis.
Como pude esquecer o farol da religião.
Aquele que sempre esteve comigo e espero que continue,
pois é a memória mais viva de onde vim e o que eu sou...
Borges, creio que foi ele quem disse que a oração é herança que levamos para sempre
de nossos entes queridos.
Ele que sabia tanto falou isso... sábio farol...

Após a chuva

À tarde choveu. Após a chuva o mundo parece mais vazio. As pessoas não saem para caminhar ou curtir a tarde.
E foi isso que percebi na tarde de hoje.
Sai para caminhar com um guarda-chuva. Andava a passos lentos tentando perceber o mundo a minha volta. Olhava para as plantas, as pedras, os carros e para o céu procurando algum avião. Nada mais belo que aviões no ar. E fui caminhando enquanto a tarde caia.
O sol ressurgiu entre as nuvens e deu o último suspiro de luz.
Logo a noite foi caindo.
Enquanto voltava pra casa sentia o cheiro do mato molhado, o cheiro das Ipomoea alba, da palha do capim.
Senti tão só, mas muito feliz.
A passarela molhada, a noite chegando
e eu pensando na beleza da vida.
Coisas tão simples podem nos fazer tão felizes.
Coisas como caminhar numa tarde após a chuva.

terça-feira, 5 de março de 2013

Questões banais?

Hoje ao me deitar lembrei dos moradores de rua. Próximo a EMBRAPA há um grupo de moradores de rua composto por quatro pessoas. Montaram uma cabana sob os grandes eucaliptos.
Então penso o que fazem durante o dia? Onde depositam suas fezes? Como conseguem comida?
Como é viver sem tomar banho ou ter roupas limpas? 
Vejo sempre que há uma senhora, idosa, que aparenta ser mais velha que realmente é. Ela fica sentada, as vezes tem uma mais jovem. Já ouvi elas falando sobre não se meter com a vida dos outros. Ali mora também um senhor de barba, outro dia, um domingo, o vi mexendo no lixo de nosso prédio.
O vi sentado com olhar perdido a fumar um cigarro. Pensei: Que será que pensa?
Não sei, mas podia ser eu, podia ser um irmão, um amigo ou qualquer pessoa...
Este é apenas um retrato, um pequeno retrato,  pois as cidades estão cheias de pessoas na mesma situação ou pior, pessoas viciadas.
Gente que vive sua miséria calada.
Gente como eu, humana de carne e osso e pensamentos.
E o que fazemos para mudar?
Como dormimos sossegados?
Como queremos os melhores objetos e nos esquecemos das reais necessidades humanas.
Temos até medo de olhar no olho daquelas pessoas, parece que aquela realidade não nos afeta,
já é tão banal.
Eles falam, se organizam, mas não tem um norte.
Vivem perdidos, angustiados?
Sabe-se lá!
Nem sei o que fazer, nem por onde começar.

Passagem

O céu azul, o sol brilhando
E a manhã segue bela.
As aves buscam as matas
e cantam timidamente.
Hoje não há brisa
Apenas a luz do sol.
E muita gente com suas perspectivas.

Jaca em família

 Eu sempre amei frutas. Caju, goiaba, pinha, araçá, seriguela, pitomba, pitanga, umbu, cajarana, cajá, coco, coco catolé. Essas tínhamos em ...

Gogh

Gogh