quarta-feira, 6 de março de 2013

Após a chuva

À tarde choveu. Após a chuva o mundo parece mais vazio. As pessoas não saem para caminhar ou curtir a tarde.
E foi isso que percebi na tarde de hoje.
Sai para caminhar com um guarda-chuva. Andava a passos lentos tentando perceber o mundo a minha volta. Olhava para as plantas, as pedras, os carros e para o céu procurando algum avião. Nada mais belo que aviões no ar. E fui caminhando enquanto a tarde caia.
O sol ressurgiu entre as nuvens e deu o último suspiro de luz.
Logo a noite foi caindo.
Enquanto voltava pra casa sentia o cheiro do mato molhado, o cheiro das Ipomoea alba, da palha do capim.
Senti tão só, mas muito feliz.
A passarela molhada, a noite chegando
e eu pensando na beleza da vida.
Coisas tão simples podem nos fazer tão felizes.
Coisas como caminhar numa tarde após a chuva.

terça-feira, 5 de março de 2013

Questões banais?

Hoje ao me deitar lembrei dos moradores de rua. Próximo a EMBRAPA há um grupo de moradores de rua composto por quatro pessoas. Montaram uma cabana sob os grandes eucaliptos.
Então penso o que fazem durante o dia? Onde depositam suas fezes? Como conseguem comida?
Como é viver sem tomar banho ou ter roupas limpas? 
Vejo sempre que há uma senhora, idosa, que aparenta ser mais velha que realmente é. Ela fica sentada, as vezes tem uma mais jovem. Já ouvi elas falando sobre não se meter com a vida dos outros. Ali mora também um senhor de barba, outro dia, um domingo, o vi mexendo no lixo de nosso prédio.
O vi sentado com olhar perdido a fumar um cigarro. Pensei: Que será que pensa?
Não sei, mas podia ser eu, podia ser um irmão, um amigo ou qualquer pessoa...
Este é apenas um retrato, um pequeno retrato,  pois as cidades estão cheias de pessoas na mesma situação ou pior, pessoas viciadas.
Gente que vive sua miséria calada.
Gente como eu, humana de carne e osso e pensamentos.
E o que fazemos para mudar?
Como dormimos sossegados?
Como queremos os melhores objetos e nos esquecemos das reais necessidades humanas.
Temos até medo de olhar no olho daquelas pessoas, parece que aquela realidade não nos afeta,
já é tão banal.
Eles falam, se organizam, mas não tem um norte.
Vivem perdidos, angustiados?
Sabe-se lá!
Nem sei o que fazer, nem por onde começar.

Passagem

O céu azul, o sol brilhando
E a manhã segue bela.
As aves buscam as matas
e cantam timidamente.
Hoje não há brisa
Apenas a luz do sol.
E muita gente com suas perspectivas.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Dissolver a alma

Segunda-feira depois de um longo dia de luta a tarde cai. 
É uma das lindas tardes que já vi. 
A brisa sopra frouxa e fresca.
Os eucaliptos faz sombra nas calçadas.
Saio para caminhar e vejo o lago Paranoá
Que está tão calmo. Suas águas
Mais parecem um grande espelho.
O céu estava tão azul com umas
Nuvens perdidas.
Os aviões se perdem em tamanha imensidão.
Aves voam de volta para seus pombeiros,
Voam um voo rápido e ágil.
É tão imensa a tarde
E tudo que ela alumia.
É tão pequeno meu ser,
São tão pequenos meus sonhos
Que se dissolvem nesta tarde tão bela.

sábado, 2 de março de 2013

Chove chuva

A noite caiu bem devagar e quente.
A chuva veio cantar em minha janela.
Chove chuva,
Chove chuva...
Chove chuva,

Vem e desperta em mim
memórias de alegria,
Vem chuva e me trás
Os sonhos que preciso sonhar,
E quando acordar
Que eu me sinta mais forte.

Estou feliz, com sua companhia chuva,
Estou feliz com a música de Dvorak,

Com os meus livros,
Com o meu autor favorito Borges...

Chove chuva,
Que a noite é bela
e não vai acabar de uma hora para outra,
Servirei-me de um chá,
E a noite sumirá no amanhecer.

Profunda noite

A noite já é profunda.
Quando é noite profunda 
E o movimento para,
As pessoas sozinhas
Em suas casas,
Consomem sua solidão
ou desfrutam da companhia
De quem ama...
Uns esperam,
Outros vivem
E a vida passa.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Ócio da noite

É noite.
Tudo em silêncio, exceto o ar condicionado do shopping vizinho.
O escuro da noite é quebrado pelas luzes frias da rua que ilumina com um verde escuro
a grama do jardim.
Através da janela nada de interessante para ver.
A quitinete vazia e silenciosa. Abro o computador, ponho pra tocar algo.
Faz calor, ligo o ventilador... e tento fazer coisas relacionada ao meu trabalho ou a estudo, mas não consigo. Não me concentro em nada. Parece que há algo me revelando que neste momento estou só.
Vou a estante olho meus livros, objetos e imagens... o ócio me consome.
Posso fazer mil coisas como ler, ver um filme ou fazer o que deveria fazer, mas me recuso
a fazer qualquer coisa. Pego o telefone e ligo, a conversa não me agada então desconverso e desligo.
E o dilema e a angústia me consome porque não faço o que devo fazer.
E a noite passa.

Paixão as palavras

Os livros por que lhes amo tanto?
O lugar onde cresci era o meu universo e tudo era tão imenso e havia tantos momentos de ociosidade o tempo se alongava tarde a fora. A noite via novela e o Jornal Nacional.
Quando a tarde caia, em minha casa, só restava dormir, sair para o mato ou não fazer nada. 
Então ficava ali na frente da casa na área olhando homens passarem a cavalo de jegue subindo e descendo com cargas de capim ou lenha. Uns apressados outros lentos, cada um a seu ritmo, gente passando com gado.
Então descobri as palavras e os livros que explicavam gramática, matemática, ciências entre tantas coisas. Descobri os livros não didáticos. Todos os nossos livros eram velhos e perfumados pelo tempo... Descobri um maravilhoso de Mahatma Gandhi, achei maravilhoso. Lia e relia as máximas que mais gostava. Li outro de Bruce Lee...
Lembro do primeiro romance que li o Cortiço de Aluízio Azevedo. Achei muito bom...
Aos poucos a leitura foi sendo inserida em minha vida, fui ocupando o ócio com textos, gostava de textos curtos... Depois vieram os romances. Praticamente lia tudo que caia em minhas mãos.
Aos poucos as coisas começaram a fazer sentido. Comecei então a me orientar por um universo paralelo ao que meus pais e os meus amigos diziam...
No início a leitura era apenas para matar o tempo, mas depois passou a ser o meu norte. Fui encontrando nos livros o alimento necessário ao meu bem estar. Aquelas histórias, instruções, questionamentos. Achava o máximo falar sobre os autores, sobre obras... Eu queria ser famoso como os escritores.
E foi assim que me tornei quem sou um eterno amante das palavras e dos livros

Coisinhas boas

Hoje a manhã amanheceu suave,
Nublada e leve.
Uma brisa fresca corre pelas ruas,
Faz balançar os ramos das árvores,
Os bambus parecem dançar.
As folhas esvoaçam
O cheiro do tempo,
das folhas e flores...
O tempo corre
E a vida segue...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Crianças egoístas

Ver criança brincar é uma graça. Vou sempre aos fins de tarde a academia de idosos do PIE. Lá fico curtindo a tarde, fazendo exercícios físico e observando as pessoas, os pais e as crianças, às vezes até cachorros. É muito engraçado ver como as crianças se comportam. Na verdade não sei se é engraçado. Porque na verdade as crianças são egoístas... Sim são... Hoje tinha um bando delas seis, nem vi os pais delas. Tinham entre cinco e sete anos. Três meninas eram as mais novas, uma loira e duas morenas... A loirinha era a bola da vez. Era ela quem escolhia a amiguinha. Então ela escolheu a mais serelepe de cabelos cacheados para ser sua amiguinha. A outra ficou excluída. Tadinha... A escolhida como amiguinha da loirinha ficou bulinando falando que ela não era amiga das duas... Para se proteger foi muito bonitinho a excluída tapou os ouvidos e saiu dali, no entanto ficava sempre rodeando... Que dó...
A escolhida tagarela falava alto para chamar atenção... que chata.
Tinha uma maior e dois meninos...
A maior era cortejada por Nicolas e Artur... Ela queria Nicolas o maior para brincar junto. Artur foi excluído... mas ele era mais forte e maior e sempre se sobre saia... e ficava perto da menina.
Até que apareceu uma menina magra e perguntou que serie Nicolas estudava, mas acho que só tava chamando a atenção de Artur... então os dois Artur e a menina de pernas finas foram brincar no balanço...
E as duas meninas continuaram excluindo a menininha.
Fui embora...
Crianças egoístas.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh