sábado, 7 de janeiro de 2012

Ameaça

Gostaria muito de caminhar agora a tarde, mas o tempo não me anima.
Nuvens escuras de chuva se aproximam rápido, não quero me molhar.
Será se vai chover? O vento sopra forte e frio.
Não sei se quero que chova ou não.

Mais humano

E o que sei eu do mundo?
Algo físico ou algo metafísico.
Quando criança e muito jovem
era regido pela religião e ética
ensinada pelos meus pais.
Hoje que cresci, sinto que ainda
estou preso as ideias de meu pai,
ao carisma e doçura de minha mãe
que sempre fez tudo para me agradar.
E o meu mundo pouco a pouco
foi criando vida, formas e cores
e foi se revelando cada vez mais
diversos.
E descobrir que podia caminhar
com minhas próprias pernas,
e que aquilo que buscava
no mundo onde nasci,
descobri que as formas,
todas as formas tinham nomes,
palavras que poderiam
serem interpretados por todos.
E foi num dia de sol que descobri
que através das formas
poderia tirar meu sustento.
E me sinto feliz ao saber
que saber o nome das
famílias das flores,
poderiam me alimentar.
E o que sei eu do mundo?
Não sei nada,
pois ainda tenho medo,
medo de não dar certo,
de não ter onde morar,
medo de voltar de onde eu vim,
mas voltar para onde eu vim
seria regressar
ou seria falhar?
Não sei,
sei que conhecer o mundo
não faz maior ou menor,
melhor ou pior,
faz-me ainda mais humano.
Faz-me mais humano viver mais e mais
neste breve mundo.

Sem eco


O tempo não para um segundo sequer. Então vai nos consumindo, nos corroendo e nos ensinando. Que memórias tenho do tempo? Quase todas as minhas memórias foram enterradas no tempo, quase todas, restam algumas impressas em fotografias ou documentos, mas são tão poucas. Há ainda as memórias vivas que aos poucos o tempo vai consumindo, meus parentes, vizinhos e amigos a morte os consome. E eu que sou tão displicente, desaprendi de como conversar. Muitos temas não me interessam mais, só porque parece que estou aqui por uma eternidade. É a falta de memórias provoca isso em nós. E quando vou descobrindo que vivi num mundo de mitos e de crenças tão ingênuo em que muitas coisas fazia sentido a luz do mundo em que vivia, hoje parece que vivi num mundo de adultos crianças. Meus avós eram tão simples, mas suas experiências o davam autoridade para seguirem suas vidas, o mesmo modelo foi seguido por meus pais e tios que aprenderam a viver tudo sozinhos, num mundo de faz de contas. Nesse mundo discussões por nada, orgulho de ego era comum. E quantas pessoas não se aproveitaram de suas ingenuidades ou digamos de sua ignorância. Foi naquele modelo, naquela forma que fui moldado como tijolo que quando barro úmido é moldado em uma forma, depois seca e é cozido e nunca mais volta a ser o mesmo barro, porque o fogo mudou as propriedades do barro. Tenho medo de já ter sido cozido e ter perdido a minha plasticidade. As condições onde eu nasci não eram fáceis e por isso o ter era tão importante por questão de sobrevivência e nessa ilusão várias gerações foram consumidas felizes ou tristes. O tempo as consumiu, sem sequer deixar um eco.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Sol e chuva

No finzinho de tarde chove suavemente em ribeirão,
o sol ainda teima em aparecer formando uma
linda paisagem, um gostoso contraste entre
a chuva e a luz do sol.
E só de imaginar o calor que estava,
só de sentir a gostosa brisa.
Que felicidade!

Breve ilusão

Guardei tudo,
tudo do ano que passou,
em um porão,
procurei deixar minha mente vazia.
Pensei em tanta coisa...
Então refleti o absurdo,
que escrevi, guardar tudo,
mas que tudo,
tudo meu que só preenche a minha imaginação...
Tudo isto não passa de uma breve ilusão.

Horizonte

Olho para o céu como quem olha para o mar e tudo que vejo é um horizonte distante. Pessoa disse que somos do tamanho do que vemos. Se for verdade sou muito grande porque adoro olhar para o céu a qualquer hora, adoro olhar a linha do horizonte no mar. Talvez não por ser grande é que goste de olhar para o horizonte, mas porque sei que sou tão pequeno, tão ínfimo que ador olhar para longe e imaginar o que poderia encontrar, algo que me tornasse imortal. Olhar para o longe faz bem a minha alma, pois parece que ela sente falta de onde veio do mundo. E olho para o céu, para as nuvens, para o nada, simplesmente imagens do nada do horizonte.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Limões

Quantas vezes penso coisas que me deixam indignado. Às vezes quando saio e percebo o quanto as pessoas precisam se tornar civilizadas. A educação resolveria isso? É muito saliente o desrespeito pelo qual somos pressionados a conviver. Atitudes que vão desde as mais medíocres como furar uma fila, jogar lixo pela janela do carro ou do ônibus, lavar a calçada com jato de água, ouvir o som do carro nas alturas até violência verbal e física no trânsito, assalto ou até mesmo assassinato. E por que esses fatos ainda nos deixam indignados? se são tão trivial onde moramos, além disso temos uma mídia sedenta que necessita ganhar dinheiro, e publicar, mesmo que sejam fatos irreais, quanto mais sensacionalismo melhor. E ainda tem as novelas, e os programas comentando as novelas, uma coivara que se tocar fogo nem cinza produz, vai tudo pelos ares. Creio que o Brasil nunca cresceu tanto, mas ao mesmo tempo, nunca o outro invadiu tanto o espaço alheio. As pessoas pensam que só  por terem poder de aquisição podem desrespeitar os outros, creem que só porque pode comprar, gastar podem invadir o espaço alheio. Indigna-me saber que a Justiça serve apenas para proteger o capital dos ricos. A merda é que hoje nem isso acontece, pois existem ladrões que são eleito pelo povo para surrupiar nossos bens. E o que acontece com os recursos arrecadados que deveria ser investido em diversas coisas na sociedade? Vão parar nos bolsos dos ricos. E como ficamos? Com a cara de ignorantes, sem saber o que fazer. E nós pobres mortais que reclamamos dos ladrões de colarinho, cortamos a fila do banco, jogamos lixo pela janela... porque achamos que podemos! Ah, quando vamos tomar consciência. Será se um dia essas coisas não acontecerão. Não creio, mas se só temos limões, que podemos fazer, tomar limoada azeda.

Imaginação

Não sei voar, nem mesmo a baixas altitudes, mas as vezes algumas coisas me roubam a atenção e emocionam-me e fazem com que voe as altas altitudes, talvez o lugar onde Nietzsche dizia está os ares mais puros. Fisicamente não seria possível acontecer, mas no universo mental, tudo é possível e é através dele que consigo atingir tais alturas. Não faz muito tempo, quando não era tão envolvido por esse mundo capitalista, eu conseguia passar longos instantes olhando para as nuvens e vendo coisas mais lindas e bizarras. E consegui viajar na imaginação, mas a nova vida adotada me arrebatou daquele mundo, só restaram resquícios. Tomaram meu tempo! Acho que aprendia com maior facilidade naquele tempo. Hoje, muitos males me importunam, problemas como onde vou morar, como vou me virar, bem é acho que o  mundo se expandiu,  não é só doces e brinquedos que me fazem feliz. Talvez esteja sendo muito saudosista, mas meu intuito é refletir um pouco, voltar mais para o meu mundo de faz de conta quem sabe assim seja ainda mais feliz.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Chuva na tarde de Ribeirão

Chove em Ribeirão,
chove enquanto o sol brilha,
chove na tarde de sol,
e a água da chuva vai lavando as ruas,
vai roubando o calor
pelo sol doado,
as plantas se movem
ao sopro do vento,
felizes
e a tarde vai ficando mais amena,
mais gostosa.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Nada nos define

O que nos define? A matéria e sua forma, nosso comportamento, tudo que aprendemos. Afinal que ou quem somos? Talvez sejamos um pouco de cada coisa que vivemos. Certo dia um amigo me falou que somos o que absorvemos do outro. É somos tão complexos física, química e psicologicamente pensando que seria impossível nos definirmos. Todavia acho que somos como a água cheio de formas, sem limites. Somos como tudo na natureza, tudo na vida. Somos tudo e nada dependendo dos nossos humores. Nem sempre que ouço uma poesia, uma música tenho harmonia, embora estes estímulos desencadeie muitas lembranças. Acho que somos muito natureza, somos como a brisa sem destinho, somos como o sol claro e quente, como a lua fria e serena, como o mar que se quebra e se deita na praia, somo como as florestas esplendidas, mas podemos ser como covil de raposas escuros, fétidos e traiçoeiros. Nada nos define.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh