segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Morte

Eis que o destino a todos chegam.
Chega o dia em que a vida para,
e o calor que circula em nossas veias
estanga e os músculos guardados
no peito já não pulsam e não fazem pulsar.
Já não se sente o cheiro da flor,
nem se ver suas cores.
Neste dia tudo vivo que nos ama
se entristece, eis que não morremos
apenas nos encantamos.

Horizonte

Sempre que pude fui a praia
foi lá contemplar o mar,
gosto de ver a linha do horizonte,
gosto de imaginar
que indo lá eu consigo
ver o muito além da minha visão.
Sei que não vejo tão
longe quanto vejo numa noite de luar,
mas ao menos estou olhando
para o horizonte
como que encara um olhar.
Gosto muito de ver o mar,
gosto de ouvir o ser cantar,
e ver as ondas quebrarem na praia,
gosto de sentir o cheiro
da maresia, aroma que vem da áfrica ou sabe lá de onde.
O fato é que existe algo além
da linha do mar,
algo que me faz viajar.
Sempre me amarei na praia,
mesmo sem saber surfar.
No mar posso viajar vivo
em minha consciência.

Tempo e o vento

O tempo e o vento
mudam o curso das coisas.
Assanham as águas e
banham as praias.
As flores tira-lhes as cores,
e roubam seus odores.
As aves permitem fazer seu ninho
e cantar desde pequenininho.
Eles até despetalaram
as flores da acácia.
Conseguiram dar vida
ao meu jardim
que só tem planta
e nenhuma lesma.
O tempo e o vento
seguem sempre em frente
sem nunca voltarem-se para trás.
Acho que temos que ser
como o tempo e o vento.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Tarde de domingo

Uma leve chuva cai sobre a tarde de domingo.
Tudo está quieto, nada além da água
se move na rua.
É tarde de domingo, tarde de fim de ano,
nem dar vontade de trabalhar,
não dar vontade de fazer nada.
Só ficar aguardando o novo ano chegar.
O que passou é passado.
Água que caiu do céu demora voltar
pra lá...
E a chuva continua a gotejar a tarde de domingo.

E nada mais.

A brisa sopra lentamente
fazendo os ramos das árvores
se mover, mexe no espelho das
águas do rio, faz as flores balançar.
Enquanto o sol se esconde atrás
das nuvens.
Enquanto isso minha alma
foge do meu corpo,
minha alma monta essa brisa.
Não sei onde estou,
mas a sensação é semelhante
a caminhar sobre as águas,
tão deliciosa quanto desfrutar
do aroma de tilia,
ou divagar no tempo
contemplando algo
bom que nos construímos.
E a brisa continua soprando,
enquanto continuo sonhando,
pois só no mundo dos sonhos,
sou perfeito, sou pleno
e feliz.
Só sobre as ondas da brisa,
pois a realidade é dura,
é cruel é infiel a nossas
idéias.
Então contemplo
as flores, pois sei que
sua existência é plena
e nada mais.

Graças

Demos graças todos os dias.
Graças pela luz do sol,
pela água da chuva,
pela fertilidade dos solos,
pelo verde das matas,
pelo perfume, as cores
e a beleza das flores.
Demos graças por todas
as manhãs que nos são concebidas.
Tudo isso temos de graça.
Tudo isso a que ou a quem devemos,
nem posso imaginar,
só sei que ah,
a vida passa tão depressa,
e nem temos a graça
dever quão bela é a natureza.
Quão generosa é a vida
e tudo nos dado de graça

O Vento

O vento quando sopra
segue sempre uma direção.
O vento não tem intenção,
mas rouba o perfume das flores
e distribui entre os amores.
Beija a flor proibida sem nenhum pudor.
Acho que o vento
é mesmo um serviçal
de erus.
Será?
Sei lá.
Só sei que ele vai mundo a fora,
mal chega já vai embora.
Porque o vento não tem limites,
não tem fronteiras,
não marca as horas,
não escolhe o lugar,
Simplesmente vai mundo afora.
mal chega vai embora.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Meio

E quando passou meio dia,
quando o sol já passava
para o poente e a tarde
chegava tão bela,
O sol brilhava tão intenso.
No meu jardim
a acácia e a alamanda
refletiam a amarelo,
o dia era tão belo.
Vez por outra lufadas
de vento refrescavam o calor.
As aves cantavam e
se alimentavam felizes.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Atravessar

A manhã chegou faz tempo, mas  o sol não apareceu. Hoje é mais um dia daqueles que pra mim é perfeito. Manhã nublada, muito úmida, uma maravilha para ficar na cama, mas como não tenho esse hábito, além do mais é quinta-feira, não posso me dar o luxo. Então acordei bem cedo, preparei o meu chá, vasculhei na internet as notícias que queria ler. Selecionei algumas que achei serem boas para serem compartilhadas. Então como sempre faço fui a janela olhar o mundo. Olho para o céu nublado, as plantas de meu jardim. Não tem como não ficar namorando a minha linda acácia. Está perdendo as flores e ganhando folhas. A maior parte das flores são abortadas, mas muitas foram fecundadas. Logo os frutos aparecerão. Muitas coisas acontecerão até lá. Mas essa manhã, ai que delícia, tenho que contempla-la por ser tão gostosa, fria e silenciosa. Uma das certezas que tenho é que o que me resta na vida são os momentos do presente, o instante em que vivo o resto é passado não me pertence mais ou futuro algo que não atingi. Todavia posso sentir e viver as coisas. Posso guardar em minha mente tudo que penso ter e isso inclui essa manhã que caminha feito idoso, para seu fim. Então vejo as folhas das plantas do meu jardim surgirem uma a uma, bem devagar e vão aparecendo e se fazendo firmes e fortes, mas na medida do tempo, usando tudo que é necessário gastar para serem forte. Ah que delícia é essa suave manhã.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Chuva da tarde

Quando a chuva veio,
já era tarde,
o sol esfriou,
e a tarde não mais apareceu,
a tarde partiu com a chuva
que lavou o mundo,
as ruas e regou
o meu pequeno jardim.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh