terça-feira, 24 de maio de 2011

Rua

Escuras as ruas se esvaziam,
só o brilho da lua e das estrelas
ali alumia o escuro da noite
que enche toda a rua.
A rua Felizberto
cheia de árvores
que fazem sombra
que acalmam
e esfriam
a quem passa.
A noite fica vazia
escura e fria...

Viver e o cansaço

Vivo,
Canso-me muitas vezes.
Canso de pensar,
canso de tentar,
canso de reagir,
canso!
Mas enquanto não morro!
Ainda estou vivo
e por isso sinto,
e supero o cansaço
a vida é uma dádiva,
e cansar uma parte,
e viver é uma arte.

Os inteligentes

Lembrei!!!
Na minha infância, eu acreditava que as pessoas mais inteligentes eram aquelas que sabiam fazer coisas que ninguém mais ali sabia ou as que faziam com maior perfeição.
Dentre as pessoas que admirava, ou melhor achava inteligente, havia um senhor chamado Elizeu que mexia com carpintaria e com soldagem. Em minha casa guardávamos os sereias, milho e feijõ, em silos de zinco. Então todos os anos era a mesma coisa, sempre que usávamos os silos as bocas por onde passavam os grãos ficavam quebradas, eram defeituosa por gênero. Então todos os anos era a mesma cantiga quebrou a boca, tem que concertar. Em algumas das vezes papai chamava o Elizeu, que trazia aquela coisa sólida e depois fundia no fogo e soldava as bocas, para serem quebradas do mesmo  jeito. Ele tinha uma marcenaria, e quando quebrava algum objeto, ou melhor foice, xibanca ou lavanca, papai levava pra ele soldar. Gostava de ir com papai, porque achava  muito legal aquelas máquinas que ele tinha. Aquela super plaina, um torno eu acho. Achava que aquela era uma toca do professor Pardal. Mas ele nunca inventava nada, só concertava. Tinha Severino Manases que tinha um jipe que só faltava falar. Roda movido a gás, bojão, e concertava-se com arame. Era muito interessante a relação dele com a mecânica, que acho que ele não entendia nada, só tinha paciência de Jó.
Hermes era outro senhor que mexia com ferro e tinha um carro que nunca se acabava. Bem uma má qualidade compartilhada por eles, com exeção de Serveino, era a ignorância. Eram pessoas como dizem lá, brutos de dar nó em arame farpado.
Enfim eram essas figuras que acreditavam ser os mais inteligentes, e realmente eram muito inteligentes.


O pensar e o tempo

Penso, porque tenho tempo para pensar.
Sobra-me tempo e ainda reclamo sua falta.
Penso porque vejo a natureza tão bela,
vejo a liberdade que tem as aves,
os insetos e as flores. Quantas vezes
não sinto vontade der um outro ser,
Mas penso por pura ignorância,
pois cada um é o que é por
acaso da natureza.
Agora, sou homem,
mas ser é um estado passageiro,
passa muito rápido.
Então quando tenho tempo
vago eu penso.
Quase sempre acredito ter
tempo vago e protelo,
entretanto não tenho,
e a cada segundo
perco os segundos
como as flores perdem
os polens,
como a ribanceira
perde argila,
areia levada ao vento.
Algo que perco e não
recupero jamais,
mas estou aprendendo
a convergir o tempo
na moeda do pensar,
estou economizando
o tempo, organizando
minha vida,
estou apreendendo
a eternizar o tempo,
mas pra isso,
preciso gastar do tempo
que me falta.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Carta ao amigo



Tenho medo do tempo que passou,
do tempo que passar, do tempo por passar,
a vida é breve, se sei disso por que do temor,
por que sinto uma dor peito intensa dor.
Mano sei que a vida vai passar, que está
passando, e estou perdendo a coragem,
nem sei mais o que é vadiagem,
aliás nunca soube, nem tive tempo para isso,
não me arrependo, senão não 
teria conhecido pessoas tão 
valiosas para mim,
por medo de perde-las me sinto assim,
Caro amigo,
caríssimo amigo,
acho que preciso ir a igreja,
preciso de alguém pra conversar,
mas alguém que saiba me escutar,
em que eu confie,
É nas horas que nos sentimos
fracos caro amigo,
que somos tristes
e se não temos
em quem conversar!!!!
Meu caro amigo,
eis ai onde mora o perigo,
podemos enlouquecer,
as vezes perde-se o sentido viver,
somos assim humanos,
oras bárbaros, tiranos,
oras fracos.
Caro amigo,
nem tudo que parece forte é,
nem tudo que parece sólido é forte,
muitas vezes somos entregues a nossa sorte,
outras vezes quando chega a morte,
apodrecemos.
Meu amigo
tenho que ser forte,
não quero passar a vida
sendo um mero produtor de merda,
preciso produzir ideias,
porque merda, gente mediocre é,
gente que não tem fé.
Caro amigo,
a vida é um perigo,
iminente,
é preciso ser valente,
mas ando meio triste,
situação assim pior não existe,
ouço Neruda,
leio bandeira,
e reflito,
quero produzir ideia,
não ser mero produtor de cocô,
e isso muito me angustia,
a vida, meu caro amigo
precisa de muita amizade,
de pessoas de confiança que te compreda,
precisa de gente humana,
então segue-se o caminho
que a a vida traça,
e desfia o fio do destino
tecido pelas moiras.
Caro amigo
é lua minguante,
sinto minha alegria
minguar, mas
bem logo uma
lua nova surgirá.
Minha alegria é que é outono,
é que posso ouvir Bach, Mozart,
posso tentar entender filosofia,
ou sei lar uma poesia,
ao menos tenho voce pra escutar,
ou sei lá,
assim é a vida passageira,
ligeira, tirana,
mas fazer o que
tudo que nos é dado, nos é tirado,
ao menos boas memórias
pra cova se leva,
ou o simples ato de existir,
por si se sacia.

Imagens

Antes, muito antes, encontrava a felicidade numa tenda de flores,
nas flores e seus odores, andando pela mata de manhã e a tarde.
Podia caminhar livremente pela mata, a qualquer hora.
Sentia o cheiro das flores, o vento soprar.
Ouvia o riacho ecoar suas águas pedras abaixo.
Sentia a terra molhada, terra perfumada,
de flores, terras pintadas pelas ervas.
Como era belo ver a mata se fechar,
se vestir de folha,
ouvir cantar o sabiá, acauã, o joão de barro
no fim da tarde.
Como era bom ver a terra enxuta no fim do dia
e vertendo na manhã seguinte.
Quebrar um ramo de marmeleiro,
cheirar flor de jurubeba
ficar a contemplar a natureza.
Sinto muitas saudades,
muitas saudades,
hoje descobri que
a música pode abrir a minha mente
as doces memórias,
lá de Serrinha, toda minha...
Toda minha.

Prece

Deus, ando com medo do tempo,
com medo de perder o que não tenho.
Não sei, mas ando temeroso,
sei que não tenho motivos,
mas acho que estou me apegando
demais a matéria!
Dai-me luz,

Maio

Como estão sendo claros, frios e agradáveis
os dias de outono, agora em maio.
Temos o dia todo de céu azul,
nuvens brancas,
as manhãs e as tardes vermelhas
como brasa.
Passam tão rápidos
os bons dias,
é tão bom vive-los 
intensamente,
maio, oh maio,
de brisas frias,
de sol claro,
de flores coloridas.
Maio que nunca mais voltará,
maio quem o sabiá
está calado,
mas as manhãs estão tão fagueiras,
logo partirás maio,
e eu também partirei,
deixando doces adeus
a ti maio.

Tempo ecoa

O tempo ecoa
na aurora,
no ocaso,
o tempo voa,
rouba de nós
a juventude,
a vaidade,
a energia,
o tempo é impiedoso,
cobra de nós cada segundo,
mas o tempo é justo,
e nos dar a liberdade
de fazer o que quisermos
enquanto o tivermos.
Por não saber o que fazer
com o tempo que vivemos,
sofremos,
nos angustiamos,
mas o tempo,
como o vento,
não é piedoso
e nos ceifa
no momento certo,
a morte
sua serviçal
é impiedosa,
chega e nos
leva e deixa
a dor a quem fica,
tempo,
soa na concha da vida,
da memória,
tempo,
tempo.

Não me vejo

Diante do espelho não me vejo.
Sei que os anos passaram, pois
festejei cada um e com muita alegria,
mas não vi o tempo passar,
sempre estive comigo,
todavia não vi as marcas do tempo
em mim.
Quando percebi meu primeiro
cabelo branco, senti aflição,
percebi que envelhecera,
o corpo já dava sinais,
mas só o diferente me fez ver,
não vi as rugas aparecerem,
não vi o tempo passar,
contei o tempo,
mas não percebi, que passara,
ainda bem, senão estaria louco.
Então tem um dia que nós acordamos
e vemos que o tempo passou,
cai a ficha,
corremos para o álbum de fotografias
e então temos um choque,
o tempo realmente passou,
mas não vi as marcas no espelho,
eu não me via,
ainda bem.
Mas as fotos revelam
a relevância da vida,
dar um frio saber que envelhecemos
e morremos.
Então buscamos as memórias
e vemos que são tão longas.
As jornadas e não temos como
contornar,
resta perceber e assumir
que o tempo passou,
e trabalhar vida a fora.
Ainda bem que esquecemos,
por senão tudo seria
tristeza.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh