sexta-feira, 20 de maio de 2011

Tarde

Que linda tarde de céu azul com nuvens branca.
E o frio que faz torna-a maravilhosa.
Pássaros voam no céu.
As nuvens passam devagar,
tomam diversas imagens.
A brisa fria prende as pessoas
no conforto de suas casas. 
É uma tarde típica de outono.
É maio, o ano está passando tão rápido.
Estou só em casa, sinto vontade
de comer, fazer algo, sair deste estado,
mas nada mudará é a tarde
é maio, é o frio
e nada que eu faça me sacia,
não adianta comer, dormir, correr,
resta ficar quieto
e contemplar a tarde
que passa devagar,
fria, bela.
Diferente do ano
que voa na asa de um jato.

Por que escrever?

Escrevo sobre o que está ao meu redor e que me desperta curiosidade, ou faz acordar alguma ideia, ou ainda me faz lembrar de algo. Tem muitas coisas que nos faz bem e enche nossa mente de desejo de escrever de eternizar aquilo pra si ou quem sabe pra outra pessoa. Nem sempre somos tomados de tal vontade. E muitas vezes somos indolentes. Nos somos tomados pelas preocupações quotidianas, coisas que achamos ser essencial  para nossa existência, mas que na verdade não faz a mínima diferença. Somos nos quem julgamos o que é melhor para nós. Acreditamos muitas as vezes que os nossos julgamentos servem para julgar as situações, o caráter dos outros, somos muito subjetivos. Eis um grande engano. Com a correria do cotidiano, esquecemos da humanidade do outro e no unimos com quem pensa igual a nós e categorizamos o que está ao  nosso entorno. Acabamos por esquecer quem somos, o que queremos e a que viemos, por que viemos. Nossa vida muitas vezes parece sem graça, interessante é o alheio achamos. Esquecemos as pequenas coisas que nos dar prazer e por fim felicidade. Esquecemos de viver as mínimas coisas, de refletir sobre certas coisas,  de não racionalizar muitas coisas, simplesmente viver aquilo. Uma das maneira que encontrei para estar comigo mesmo, foi escrever. Quando comecei a por uma ideia no papel, percebi que precisava de fatos, de ideias geradas destes fatos, então passei a prestar atenção nas coisas, nas situações, nas pessoas, nos seres ao meu redor, na natureza, no céu. Percebi a partir de então que a vida é colorida, que existem pessoas além de mim, pessoas que muitas vezes precisam de mim, e  na maioria das vezes não, mas as minhas atitudes diante destas pessoas pode mudar seu comportamento e mudar o nosso comportamento junto. Eu descobri a riqueza das poesias, da filosofia e de todas as ciências. Descobri ainda a minha importância para as pessoas que estão no me entorno, para o meu bairro, para minha cidade, quiçá para o meu pais. Sou um cidadão, como todas as pessoas tenho direitos e deveres. E foi nessa busca por algo que escrever, que acabei dando significado a vida e foi ainda tentando entender o mundo que senti um intenso desejo de ser um escritor.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Flor de Jasmim

Tomava uma flor na mão,
tirava sua vida
só para sorver seu odor.
Muitas vezes nem tinha a cheiro,
simplesmente tomava-a
pelo prazer de desfaze-la.
Tomava uma flor na mão,
para desmachá-la
numa brincadeira boba
de bem me quer e mal me quer.
Tomava uma flor na mão,
olhava-a profundamente,
cheirava-a com carinho,
contava suas peças
as sépalas, as pétalas,
os estames e guardava-a
entre papéis.
Guradava-a em minha mente,
numa doce memória.
Sempre fora assim,
não acreditava na alma das flores,
até que em um certo dia
que encontrei uma flor
num velho livro,
da biblioteca municipal.
Aquela flor perdera a cor,
estava amarela,
doara a folha do livro uma cor em forma de flor
amarela e o livro doara a flor
a forma plana.
Aquela flor marcava
uma página onde
estava impressa
um poema de amor.
Então tomado pela
flor, comecei a refletir
quem pusera aquela flor ali,
o que pensava, quem pusera
a flor ali? Sofria? seria homem ou mulher?
Era uma flor de jasmim,
sim, fora branca, e se tornara
era amarela.
o poema tratava do amor
doce e maravilhoso como o jasmim,
nele havia
diversas palavras jasmim.
Sim aquela flor
se impregnou em minha mente,
roubou minha alma, por aquele instante,
tirou-me a calma.
Sim causou-me angústia
as dúvidas sobre a flor,
naquele livro de folhas desgastadas,
e capa preta.
Estava entre tantos livros.
Quem pusera a flor ali,
quem seria? Seria jovem?
Seria idoso?
Estaria vivo.
Peguei o livro emprestado,
li e reli o poema.
Então devolvi o livro
adormeceu em minha mente
a memória daquela flor.
Na correria da vida,
parei de olhar para as flores
até certo dia
ver um grande pé de jasmim,
a numa grande casa,
era o  maior jasmim
que já vi,
estava florido,
perfumado
de flores brancas.
Tomei uma flor do chão,
despetalei-a.
A casa estava fechada.
Então sempre que
por lá passava roubava uma
flor,
estava sempre fechada,
supunha que teria
sido da li,
a flor seca de jasmim.

Casa

Acordo cedo, está tudo escuro, as luzes da rua tem um brilho ainda muito intenso. Pego o computador e vou para a sala, ligo-o e começo a acessar o mundo, como uma janela que dar  para qualquer lugar. Para isso só preciso digitar o sítio e dar um enter. O sol ainda nem nasceu para o dia, mas eis que eu já. Tudo aqui é silêncio que é quebrado com o dedilhado no teclado. Meu primeiro sitio a ser acessado é o da rádio, assim poderei ler e ouvir as notícias do mundo. Então acesso duas rádios uma brasileira e outra inglesa. E me fico entretido acessando o que aconteceu, acontece e está previsto para acontecer no Brasil e no mundo. As notícias não são nada animadoras, graças a Deus tem as colunas pra entreter.
 Está frio, então me enrolo. Esquenta, desenrolo. Olho através da  janela e vejo a lua como um espelho de reflexo pálido. Então o sol nasce devagar, parece está cansado.
Ana finalmente acorda, tomamos o café, arrumamos as cobertas e finalmente começo a trabalhar, na janela mágica. Faz um frio muito gostoso, nunca visto aqui em Ribeirão Preto.
A impressão que tenho é que o a cor verde do piso torna mais frio o ambiente. Esse quarto pequeno de paredes brancas, com uma cama, uma escrivaninha e uma cadeira e um armário, se não fosse tão organizado não seria tão confortável. Então permaneço sentado em frente ao computador. Em outros tempos seria um louco. Como pode alguém ficar o dia todo em frente a uma máquina? Confesso que muitas vezes fico impaciente. Então olho através da janela. Olho para a organização dos objetos, presto atenção nas coisas, nas formas. Então escrevo algo. Procuro sítios com entrevistas, informações de escritores. Acesso uma rádio espanhola e ouço música erudita. Escrevo e respondo emails. Enquanto isso no mundo lá fora, as aves cantam ou voam pelo céu; as árvores esperam pacientemente pela primavera, a brisa esfria mais o mundo. Melhor assim, merecemos o frio, afinal aqui é sempre tão quente. Volto novamente para o quarto. E então entro no meu mundo subjetivo e penso e viajo em minha mente onde encontro uma ideia que quer ser investigada, volto ao mundo. Digito no sítio google que me dar n informações em milésimos de segundo. Leio, reflito.
E quando estou concentrado sou obrigado a ir ao açouge  comprar carne moída. Vou e volto, comprei uma melancia e ao provar que não é lá essas coisas. Sinto frio o dia todo. Então almoço...
Saímos para ir ao banco, voltamos volto para a janela mágica. Leio, completo os dados de uma tabela...
E chega então a noite...
E mais um dia vivido.

Açucena

Certa tarde, no outono, quando caminhava, à toa, numa estrada vazia, tentando alongar as pernas e um pouco corpo. Fazia muito frio naquela tarde. Era de costume caminhar no fim do dia ali, conhecia tudo que tinha naquele lugar. Mas naquela tarde, em que o sol brilhava intenso, e era um brilho tão vermelho. Então quando subia uma pequena declinação com a vista voltada para o chão. Eis que vi no barranco algo parecido com uma flor desabrochando. Era muito branca, algo parecido com uma mão com dedos fechados que estava pra se abrir. Então, aproximei-me e vi bem de perto era um lindo botão de uma flor muito parecido com açucena. Aquilo era uma açucena. Então, ouvi suave um estalo e como uma espigas de milho sendo desfolhada, vi aquela flor desabrochar, lentamente. Ah, fiquei boquiaberto, e quando ela se abriu e começou a exalar um doce odor. Então a noite já tomava conta de todo o lugar. Todas as formas desapareciam, quando repentimanente ouvi um som forte e rápido, som de asas batendo e eram mesmo asas, pois vi chegar uma grande mariposa escura. A mariposa voava com muita destreza, chegou na flor, desenrolou a probócide e ficou ai tomando o meu. Tudo já estava escuro, mas continuei vendo a bela flor a mariposa. Em poucos instantes só podia sentir o cheiro da flor. Então fui pra casa com aquela imagem das belas e suaves pétalas, do doce cheiro, da grande mariposa. Cheguei em casa ébrio com o cheiro e as imagens daquela flor, do seu desabrochar. Era como se tivesse acordado de um sonho. Seria um sonho? Comecei a me questionar. Tomei um banho. Comi uma graviola doce e me sentei na cadeira de balanço. Aos poucos em frente a minha casa a lua começava a despontar, junto com ela uma brisa soprava. No céu estrelas piscavam numa festa, mas aos poucas a lua ia ofuscando o brilhos das estrelas. Eu via as coisas e nada percebia. Tudo que minha mente pensava era na açucena, no cheiro, na mariposa. 
Então comecei a me indagar, mas naquele barranco nunca vi nenhuma açucena, nunca ninguém plantou nada lá.
De onde veio aquela açucena?

Dia frio

Está tão frio hoje. É muito estranho esse frio aqui em Ribeirão, confesso que é a primeira vez que sinto frio aqui, mas não seria referência, se nem mesmo moro aqui. Venho as vezes, nos fins de semana. No quarto, minhas pernas nuas, sentem um frio. O chão está tão gelado, apesar do sol está brilhando. O céu hoje está cheio de carneirinhos. Nossa como adoro esses dias frios. 

Silêncio da manhã

O silêncio da manhã.

Ainda está escuro, a sombra da noite não partiu.
A lua prateada brilha serena no céu, mas o tempo
é chegado. As horas anunciam a chegada do dia.
Aurora começa a acender suas brasas e logo
chegará o sol.
Todavia neste momento vivo o silêncio.
O meu corpo como o dia desperta
de uma noite de sono, neste momento tudo
é silêncio.
Um silêncio escuro e frio.
Dentro de casa nada se mexe,
nada se ver.
Através da janela o frio atravessa
frouxo trazendo de fora
o silêncio frio.
E minha mente desperta.
e começa a funcionar,
e encontra no silêncio paz.
Vivo  um intenso silêncio.
Ouço o respirar das pessoas
em suas quentes camas.
Além disso tudo é silêncio.
Na cozinha as baratas se recatam
leves. Os ratos voltam para o escuro dos esgotos,
e os morcegos mordem suas
vítimas cautelosamente,
então no silêncio desperta o dia,
mais um dia, que pode ser o último
dia, o melhor dia,
mas o dia faz segredo
e em silêncio desperta a terra.
Gosto de sentir o silêncio da manhã,
de tocar no silêncio da manhã,
pois é frio,  é belo,
é fantástico.
Quando era criança
e nas noites de São João
tinha um ritual de acender a fogueira,
papai se encarregava
de tudo e eu apenas ajudava.
Aquilo era como o nascer do dia
silencioso, o fogo precisava de
atenção para pegar, para acender
então ficávamos calados
até o fogo pegar,
acho as vezes que o fogo também curte
o silêncio para despertar.
Então a noite  como o dia
começavam depois que se fazia
brasa, e chama,
e só através do silêncio despertava
a beleza da noite, do dia.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A casa de meus avós



Meus avós, pais de minha mãe, tinham duas casas uma na serra e outra no sertão. É da velha casinha do sertão que tenho as minhas primeiras lembranças deles, pois era nela que moravam até então. Aquela casa era pequena, velha, baixa e escura, com por ter poucas janelas. Era uma casa sem conforto, feita sem capricho; construída para abrigar trabalhadores durante o inverno, guardar a safra da chuva e do sol. Mamãe contou-me que meus avós foram morar lá depois que todos seus filhos deles se casaram.  Como meu avó já estava ficando cansado e não podia mais trabalhar tanto como fazia quando era jovem, resolveram que seria melhor morar naquele lugar que se chamava Vertente, pois tinha ali terras mais planas e mais próxima de casa para cultivar. Exigindo menor esforço no trabalho. Assim foram morar nas naquela propriedade, naquela casa.
Eles viviam do trabalho, criavam gado, porcos, galinhas e perus. Meu avó cuidava da lida da roça, cultivava feijão, arroz, milho e algodão. Enquanto minha avó cuidava dos afazeres caseiros. O passa tempo  naquele lugar era trabalhar. Ali, trabalhava-se de inverno a verão. No inverno cultivava-se feijão, arroz e milho, melancia e melão, e no verão se cultivava algodão e preparava as terras para plantar no inverno. Já o trato com o gado se estendia por todo o ano.
Naquele tempo as Vertentes era muito povoada. Até tinha uma escola funcionando. Tinham várias famílias que conviviam em paz.
Meu avó era uma pessoa muito, como diz lá no sertão, gaiata, brinachona, feliz. Gritava naquele sertão velho.
-Olha a erva rasteira.
E dava uma bela gaitada.
Já minha avó era séria e recatada. Não tenho muitas recordações de quando eles moravam lá.
Minha irmã do meio, mais velha que eu um ano, morava com eles. Meu avó a chamava carinhosamente de Lera.
Todavia o tempo foi passando e chegou o dia que meu avó não podia mais trabalhar. Então tomaram o caminho de volta para a serra, onde ficariam mais perto dos filhos, e da cidade no caso de doença.
Então, eles partiram de lá, na mesma época que as pessoas começavam a ir embora dali,  em busca de melhores condições de vida.
Aquela vida pacata já não bastava para as pessoas que ali viviam.
A velha casa do sertão logo foi ocupada por um tio que viveu nela por muito tempo, ele recebeu de herança aquela velha casa com uma pequena quadra de terra, mas ele trocou aquela propriedade pela propriedade de  meu irmão que fica na serra. Então mais uma vez a casa foi abandonada. Hoje a velha casa das Vertentes está abandonada.
Na última vez que fui a casa de meus pais resolvi ir visitar e rever a velha casa.
Fiquei muito triste de ver aquela casa que tanto pulsou, foi tão cheia de fartura, de gente e agora se encontra vazia com as portas fechadas e por vezes com algumas partes ruindo. Foi de cortar coração. Como deixar a velha casa desmoronar?
O que se pode fazer. Conservá-la de pé seria muito bom, mas falta capital. Então como corpo decadente a casa morre a cada dia. Chegará o dia que não mais existirá.
A casa também envelhecera e agora aos poucos como toda matéria desfaz-se as estruturas.
Minhas memórias daquela casa são muito vagas, eis que todos aqueles que tinham diversas memórias de lá, dormem eternamente.






Pessoas se encantam

As pessoas ficam velhas e se encantam.

Outro dia, quando visitava uma área de cultivo de plantas aromáticas no núcleo da Unicamp, durante a tarde, enquanto caminhava através das hortas. Chamou-me a atenção uma grande casa rosa com um grande pé de jatobá em sua frente. Então parei para observar, pois gosto de ver o estilo como eram construídas as casas antigas. Eis que vi ali, bem na frente da casa, sentado um senhor idoso. Quem seria? O que fazia? Não sei, mas aquela cena. Um senhor sentado com a cabeça baixa ou seria sinal de cansaço ou de pesar na alma. Nem imaginei sobre isso. Só imaginei quantos anos haveria de ter? Que teria feito durante a juventude? A tarde estava quente, mesmo assim estava sentado diante do sol. Eis que o seu tempo estava gasto. Só lhes restava descansar, seu corpo consumido pelo tempo, aguardava o descanso. Esperando se encantar

Oculto

A manhã vem vindo. O sol logo despontará no nascente, mas ainda está escuro. O que me aguarda este dia?
Nada me conta. A manhã chega silenciosa e fria. Estou preparado para viajar, mas o desenrolar do dia é quem vai dizer o que vai acontecer comigo. A cada instante que se desvenda o mistério da vida é algo totalmente desconhecido. Se tudo sair como penso vou viajar, ver o mundo claro, mas eis que a tudo e a todos é oculto o que vai acontecer.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh