sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Odores

Os odores

As coisas que tem odores,
guardamos na memória,
e revivemos quando sentimos.
Quando sentimos os odores,
das flores, das almas,
de comidas, das bebidas,
das roupas lavadas,
das cobertas,
quão fortes são as memórias,
cheiros de vitórias,
de amor,
de dor,
lembro do cheiro
do posto médico de quando era pequeno,
do cheiro da anestesia bucal,
lembro do cheiro da roupa
passada a ferro a brasa,
do cheiro branco da farda,
do cheiro amarelo do cajú,
do cheiro ácido amarelo do cajá,
da castanha do cajú em ruma,
do cheiro do barro molhado seco sendo molhado pela chuva,
da garapa de cana fervendo nas caldeiras,
das flores de laranjeira, cafezais,
do doce cheiro da dioclea, mimosa, cardeiro,
lembro do cheiro das vezes secas de gado,
da água com caparosa,
dos mufumbais,
Recentemente passei a amar o cheiro do jasmim,
mas nem sempre foi assim,
jasmim em minha terra era usado para enfeitar defuntos, não tinha boas lembranças
me dava medo os jasmins,
na casa de Eliza tinha um enorme pé de jasmim,
na casa de minha avó tinha um pé também, mas
apaguei aquelas memórias,
Jasmim hoje cheira para mim.
Gosto do cheiro da magnolia.

A vida é mais bela
quando fico assim,
quando sinto cheiro de jasmim,
de Sestrum,
cheiros da noite,
noites frias,
porque as quentes, nos tiram o sono e os sonhos.

Dúvidas

Olho para o mundo inteiro pra buscar algo de mim.
Olho para as plantas, vejo as formas deduzo nomes.
Olho para o céu vejo o azul, através das nuvens
percebo sua profundidade dele, é infinito, às
vezes é preciso olhar a noite para perceber
seu tamanho, é meio estranho, pois se precisamos
da luz para ver melhor as coisas, como assim é
preciso a noite, até mesmo as verdades
são provadas de maneiras opostas.
Olho para uma rua, sei onde ela vai dar,
mas não sei quais são as possibilidades
que me permitirão se seguir sempre em
frente, talvez volte ao mesmo ponto,
mas até sei que não serei o mesmo,
o tempo, a distâncias e as coisas que viverei,
me transformarão.
Olho para uma pessoa, acho que sei algo,
acho que posso deduzir adjetivos ou conceitos
sobre tal, mas que ledo engano,
não conhecemos nem a nós mesmos,
quem dirá o outro.
Olho então para mim.
E indago quem sou? o que sou?
Qual a minha origem, confesso
que desconheço meus humores,
meu ser, me acostumei demais comigo mesmo,
com meus conceitos, com minha vida,
não pus em prática, minhas personas
que poderia ter. As vezes me acho mediocre,
acho que estou ficando quadrado.
Acho que nem eu estou me aguentando.
As pessoas também não. Acham que sou grosso,
Que fazer!
Acho que vou voltar,
Não devo mais confiar em ninguém?
Talvez sinto que como um marisco
estou me fechando cada vez mais do mundo.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ilusão

Queria poder seguir
as minhas ideias,
ir além do impossível,
queria poder ao ler
tudo aprender,
tudo conhecer,
mas já sei que uma vida
é muito pouco,
posso dar prioridade,
queria tantas coisas
fazer, viver,
todavia algumas
me são distantes,
outras nem tanto,
quem sabe não poderia
em minha imaginação
poder realizar,
quem sabe,
mas tem que ser do meu jeito,
será apenas ilusão,
mas talvez seja mais confortável
que o real,
não faz mal,
afinal, parece que a vida é só uma ilusão,
a gente pensa bem forte,
e as coisas acontecem
ou podemos fazer de conta,
tem que acreditar,
senão tudo não vai passar de ilusão,
agora penso que sou feliz,
tenho tudo que quero.
Pronto.

Calor

É tarde da noite,
O vento não apareceu,
faz um calor danado,
não tem quem consiga
ficar sem um ventilador,
que fazer pra fugir de tanto calor.

Uma folha sequer se mexe,
essa casa apesar de branca
arde de calor, parece está
em febre.

O corpo prega, sua,
há uma impaciência,
um sono desassossegado.

Mas é noite,
mais uma noite,
o corpo cansado,
logo adormecerá
um novo dia virá.

Prova

Como é cansativo passar todo o dia ser ver o sol brilhar, o dia passar, uma árvore a balançar. Ficar sentado em movimento repetitivo, vendo a mesma questão uma, duas... vezes. Avaliando... O dia custa a passar, cansa o braço, a mente. Vendo uma certo, errado...
Mas como diria Pessoa "Tudo vele a pena"

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Questão

Em minha frente
uma resposta
sem nexo,
escrita em pobre português.
Tenho que julgar
se está certo ou errada.
Quanto poder de decisão.
Certo ou errado?
Está sem nexo,
acho que errado.
Errado, porque não tem nexo?
Foi incoerente, mas nem por isso é uma pessoa burra,
não cada um sabe mais sobre algo.
Vamos respeitar, afinal
nem todo mundo
sabe o que é hercogamia.
É só um conceito.
É importante?
Pra que ou pra quem?
Sei lá, pra selecionar as pessoas nesta prova sim...
Puxa isso vai decidir uma escolha.
Quanta responsabilidade.
Errado,
precisa rever os conceitos,
ser responsável e estudar mais um pouco.

Pensar

Quase nunca paramos para pensar. Não temos esse hábito, deixamos que as coisas aconteçam por si. As coisas vão simplesmente acontecendo e nós decidimos o que queremos seguir. São difíceis as escolhas, pois se não fizer uma boa escolha pode se arrepender por muito tempo, podes mudar o rumo de sua vida. Fazer a escolha certa é uma incógnita uma aposta que terá de fazer, mas que sentido temos que tomar? Muitas vezes escolhemos o mais fácil, mas nem sempre corresponde as nossas expectativas, temos muitas expectativas e algumas vezes investimos todas nossas energias em uma única, as vezes essa não é uma boa escolha, mas cremos que sim. Não percebemos a quantidade de oportunidades que tem em nossas vidas. As vezes não paramos para avaliar se vale a pena ou não. É importante crer que vale a pena, pois se não for o que cremos que é, iremos amargar as decepções. Portanto parar para pensar vale a pena, criemos esse hábito, talvez assim possamos ver a vida com mais luz.

Verbo

Quanta busca por saber,
quanto desejo viver?
Mato meu tempo no trabalho,
na lida da vida
viajo nos meu dias,
com minhas breves alegrias,
essa busca pelo ter,
constitui um pouco o meu ser.

Vida, vida quanto mais polida,
mas sofrida,
todavia o que se deve fazer,
não se pode evitar envelhecer,
sabemos que iremos morrer,
essa busca por saber,
é uma maneira de tentar
driblar o ser.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Dança do tempo

O tempo
passa como a luz do sol,
nem percebemos que passa,

sopra o vento nossos rostos,

esculpi em nossa pele
as marcas do tempo,

Nossa alma se perde,

na longa caminhada
da vida,

as marcas de ferida,

são cicatrizes,

que dão ao tempo,
as notas da sinfonia
que é a vida,
essa poesia,
com fim

pra todos e pra mim.

Dacair

Não temos como evitar o envelhecimento se vivermos, se continuarmos vivos, nossos corpos como são ingratos. Como são cúmplices com a gravidade, com a ausência de água, como acumulam gordura. Ontem mesmo era um menino ingênuo que entrava na faculdade, ia dormir tarde conversando com os colegas. E os meus colegas como eram novos. Como éramos novos. Quantos apetite tínhamos. Vontade de crescer, de ser gente importante. Queríamos curtir, mas nossos sonhos sempre batiam a porta cobrando responsabilidade. Hoje passados dez anos, que somos seres calvos, com a barriga surgindo, os músculos se adiposando. Com muito mais incertezas,
mas responsabilidades, com muitas crenças. Então penso no que evoluímos? Pode ser que em muitas coisas que eu não percebo. Acho que minha alma ainda é de criança. Não aprendi ainda a lidar com problemas de gente grande. É tudo tão complicado. Mas o tempo não volta, nem os corpos rejuvenecem. Não ficamos mais condicionados a vida. E vivemos acreditando fazer o certo.
Mas o que é o certo?

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh