quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Antese

Quão efêmera é a beleza da rosa,

que desabrocha em plena manhã,

toda bela, fresca e vigorosa,

e no fim do dia, perde o vigor e afã,

Efêmera é a beleza humana,

Cuidado, o que é hoje não é amanhã,

Se hoje sorri um riso branco,

Se hoje negras madeixas brilham,

Amanhã tudo te deixa,

A beleza o vigor,

Cuidado com o pudor,

Pois nem sempre tens beleza,

A rosa se desfaz em fruto

E tu em que em filhos?

Cuidado rosa,

Cuidado o que expressas,

Porque aqui tu pagas,

Tu muchas rosa,

Senão se valorizar,

Quem de ti cuidará,

Tudo passa,

Tudo morre,

A vida corre,

E a beleza efêmera

A que te sobra.

Cuidado com o que te espetas.

Cuidado com o que tu cativas.

Vida é efêmera.

Chegando a Salvador!!! 23:32.

Plana no ar o desengonçado urubu.

Chegando em Natal 0:40h

Sonho

O tempo é traiçoeiro e está sempre nos seguindo onde quer que vá. Arranca de nós a beleza,

A força e o vigor, mas nos trás de presente a experiência. Nos prepara cada surpresa, nem sempre boa, nem sempre ruim. Na verdade sentimos intenso medo da morte, que nos aguarda e o tempo nos oculta. A morte está presente entre nós, nos apavora, nos leva as pessoas mais queridas, o tempo não perdoa pois conta nossos dias desde o nascimento, vai nos consumindo e nos entrega a morte ao nada.

Daqui do ar, agora lembro das aventuras do pequeno príncipe. Imagina voar pelos ares, conhecendo planetas, explorando o universo. Onde e quanto podemos explorar?

Sinto um sono, também já é quase meia noite.

Brincar de Avião.

15-12-10 23:00

Brincar de Avião.

Quando era pequeno e ainda morava com meus pais. Eu achava o avião a coisa mais interessante que existia, pois não entendia como uma asa de lata voava. Alí naquele sertão só tinha um avião. O avião do pastor Pedro que era um americano e era celebrava cultos na igreja batista. Vez por outra tirava o avião da garagem e voava, não sei pra onde. Naquele monomotor ele subia aos ares. Quando ouvia um barulho no ar, saia correndo para ver a asa de lata passar. Diziam que quem tivesse dinheiro pra pagar ele dava uma volta, nunca tive vontade ou coragem, mas que aquilo me encantava. Ah! Isso sim. Então no fim do inverno quando a palha de milho estava seco eu e meus amigos passavam as manhãs confeccionando cataventos e aviões voando pelos ares da imaginação tal qual urubu, besouro ou beijaflor. Íamos onde a imaginação nos levava. Brincávamos sobre os galhos dos cajueiros ou cirigueleiras de piloto. Era muito divertido ser piloto de avião. Hoje cá estou eu voando, mais pareço um boi na gaiola, mas pelo menos assim encurto o tempo até meu destino e ainda ouço Bach. A vida mudou muito de lá pra cá.

voar

Voar

Em pleno ar,

Estamos a voar,

Muito além das nuvens,

Além da litosfera,

Sobre serras e planícies

Daqui tudo é tão pequeno lá em baixo,

Vemos luzes distantes a piscar,

E um céu tão escuro, nublado,

Só o pisca da asa de lata

Alumia lá fora,

Em pleno céu,

Voa a asa de lata.

15-12-10 23:00

Viagem

15 dezembro de 2010-12-15 22:39

Estamos em pleno ar,

Na ave de lata,

Que não para de pular,

Parece que estamos indo por uma estrada cheia de seixos,

As pessoas até estão caladas,

As luzes estão apagadas,

Estamos indo do Rio para Salvador e depois para Natal.

Aqui dentro fazia calor agora faz frio

E o grande asa de lata não para de saculejar,

Aqui não tem muito o que fazer senão ler, ouvir música.

Estou com vários livros, de prosa e peosia.

Camões, Baudler e Maiakoveski,

Deste o que melhor compreendo é o de Camões

Já o Flores do Mal, nada e o de Maiakovski

Dar para entender o contexto social.

Da Rússia naquele tempo.

Passou um lanchinho.

Ana ta impaciente ora ler, ora tenta dormir,

Agora come.

A luz de dentro da lata impede que veja lá fora.

Sinto um incomodo no nariz agora, uma sensação de falta de ar.

Vou ouvir cantatas de Bach.

Tédio

Perdido no túnel,
na concha do tempo,
perdido em vã pensamento.
Vejo o mundo vazio,
vejo o mundo frio,
coisas, sentimentos,
paisagens. Vivo estou,
vivo sou, ago, faço,
posso dar ar a matéria,
gerar a vida,
mas de que adianta,
o que me adianta,
se o meu mundo é só meu,
como distribuir o meu mundo?
Se nem tudo me agrada,
se parece que a vida para,
se atravesso o tempo,
rompendo o tédio da existência,
se nem todo mundo tem
o brilho de criar,
canaliza sua vida
aos desejos.
E o brilho do criar!
Vejo o céu azul,
bordado de nuvens,
claro pelo sol.
Vejo o céu pintado de estrelas,
vejo a noite recolher
toda a luz e derramar
seu escuro lado
ao todo...
E o tédio me domina,
por só querer o que me agrada,
maldita alma,
fugir da física
é muito difícil,
renegar a natureza
é um sacrifício,
por isso passa o tempo,
derrama-se o tédio
em minha mente,
em minha frente,
resta apenas contemplar
a dor, a existência,
pois sem ação,
sou matéria inerte,
cozinho os pensamentos,
as ideias,
chacoalho a mente,
planto novas ideias,
desejo novos mundos,
e só os encontro dentro de mim,
é hora de mudar,
metamorfosear,
pois o tempo passa,
a matéria é a mesma
senão a moldarmos.

Rotina

Aurora já está quase indo, toca o despertador. Mal acorda, desliga o despertador. E pensa mais um dia. Senta, pensa na existência, pensa no dia que foi, no que vai ser. Levanta, segue para a cozinha, come algo, e segue para o banho. Banha, veste-se, pega o rádio liga, põe o fone, pega a bicicleta e segue para a universidade, ainda está escuro. Pensa na vida, pensa na morte, nos medos, ouve as notícias, fica indignado quando chega na universidade liga o computador, no qual passa o dia todo, quando volta pra casa, frustrado pois ainda falta tanto pra fazer. Segue para a praça pra fazer exercícios, pois se preocupa com a barriga, com a falta de cabelos, com o comentário dos outros, com a vida. Respira fundo, faz um lanche e ler e vai dormir, com um penso na consciência, sem saber se fez ou não o que devia. Finalmente dorme um sono turbulento, se preocupa com tudo e pensa, puxa vou fazer tudo de novo, amanhã.

Leiteiro

Ao quebrar da barra cantam os primeiros galos anunciando o novo dia. O relógio marca três horas. Rincha o jumento lá para as bandas do fim da terra, perto do riacho. Acorda o forte leiteiro, lava a cara, calça a bota e segue para o curral. Uma a uma as vacas são arreiadas e em seguidas desleitadas. lá se vão duzentos litros de leite em um tambor, para ser transformado em queijo. E o leiteiro esse não para vai para casa, toma o café e segue para a baixa tirar comer pro seu gado. Trabalha o dia inteiro pra suas vacas. Vive em função de seu gado e estes em função do leiteiro numa harmonia que segue de geração em geração. Quando cai a tarde, sentado na área da frente, saciada a fome do gado, o leiteiro ver seu gado de bucho cheio a se acomodar. Com a consciência tranquila, janta e em seguida dorme o sono dos justos pra acordar no mesmo horário do dia anterior.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Caos

As vezes a mente parece vazia,
disfarça muito bem pois está mesmo é muito cheia.
De saco cheio de tanta informação, cobrança.
Ave, parece que o mundo vai parar se não
tivermos tudo no prazo certo.
A mente cansa dessas coisas.
A vida seria bem mais bela se não fosse
esse medo que sentimos de ficarmos
desamparados.
Quando o sertanejo ver que chegou janeiro
e não choveu ainda, ele aguarda
fevereiro, marco e abril,
se não choveu ele reza
porque sabe que o fumo é grosso,
e logo as coisas vão se apertar,
espera por Deus.
Acabamos de esquecer de Deus,
acabamos acreditando que tudo
é técnico e que não depende só de
nós muitas vezes.
Abraçamos novas ideias,
e esquecemos as velhas,
as vezes nem guardamos,
jogamos fora, mas se as novas não derem certo?
O que faremos?
Voltemos as velhas ideias
e sigamos a vida,
porque a vida continua
e o tempo passa por cima
do que não segue.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh