segunda-feira, 29 de novembro de 2010

metafísica

É perversa a ilusão que posso tudo,
quando não posso nada.
Estou preso a tudo,
a matéria, a substância a alma.

Mas e o que sou?
senão um ilusão,
se minha realidade só me causa confusão,
é necessário toda uma construção,
da alma, da vida e do ser.

Mas afinal o que sou?
sou produto do meio?
Sou uma ilusão?

O que posso senão ação,
como fazer cristalizar o que penso,
e não viver penso,
porque senão aceitar abdicar da liberdade,
o que faria só,
seria expulso do grupo,
um eremita!

ilusão, ilusão
tu me aflinges a alma,
me tiras a calma,
me coage a metafísica.

domingo, 28 de novembro de 2010

Leitura!

Primeiridade (Sentimento)

As vias do conhecimento são os sentidos. Que sabemos sobre cores se não vemos, sobre música se não ouvimos, sobre sabores se não percebemos? A partir das experiências que vivemos é que vamos construindo nosso mundo subjetivo. São estes saberes que vão nos dando propriedades para julgar o que nos é real ou irreal. A soma do que sabemos com nossas crenças vão formando nossas personalidades. Acho que somos seres muito sensuais e nossa capacidade de apreensão está completamente as emoções. São estas que intensificam a nossa cognição.

Securidade (Conflito)

Descartes depois que saiu em excursão no exército de Maurício de Nassau, viajando a cabo pelo mundo percebeu que haviam pessoas muito inteligentes, além daquelas pessoas que conhecia na França, percebeu essas pessoas ignoravam as ditas verdades francesas. Estariam estas pessoas erradas? Partindo dessa indagação. Descartes começou a duvidar de tudo. Antes de fazer uma afirmação, viu que era necessário um profundo questionamento, depuração e por fim uma apuração. E só então pode-se começar a pensar em faze-la.

Esse conflito que tem o ser ao questionar o que existe fora do ser?
O que eu vejo é real? é universal?

Terceiro (Interpretação)

A partir do nosso conhecimento nos interpretamos o mundo.
Nos vemos o que está fora de nós, interpretamos, e a partir desta leitura construímos o que acreditamos ser a essência destas coisas.

voo

Dia de sol, intenso brilho,
no céu azul, pontos negros,
se movimentam,
em círculos,
Deslizam no ar.
Quão belo é o urubu voar,
o majestoso do ar!
Pra lá, pra cá,
sobe e desce.
Já ouvi o som de suas asas quando plana baixo?
Que forte!
Quanta majestade de graça no ar!
Mas em terra!
É tão desengonçado,
e come carniça.
Toda graça na vida não vem de graça.
voa, voa.

Amadeus

Ah! Mozart,
Divino seja Mozart,
Que maravilha sedes sua obra,
algo bom humano, havia de se fazer,
e tu Mozart, foste via,
da Música!
Tu gênio, eterno seja,
enquanto existir,
Hei de aprendeu um pouco sobre ti,
sua obra,
hei de aprecia-la sempre.
Ah! Mozart,
Divino seja!

Ilumina

Dia,
claro dia de sol,
plena luz dourada,
em todos lugares irradiada.

Bem vindo seja Apolo,
vinde aquecer sua enamorada terra.

Aqui neste átrio,
sol, clareias minhas ideias,
refrigera minha alma.

Ilumia, desperta, acalma minha mente,
traz-me um pouco de fé,
sol, amanhece minha mente.

sábado, 27 de novembro de 2010

Calor

Noite quente, corpo ardente,
não corre uma brisa,
As ruas claras e vazias,
noite em ribeirão.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Noite

A noite sozinha,
tão fresquinha,
tão escura.
A noite parece triste daqui,
estrelas sorri,
estrelas piscam,
estrelas dormem no poente,
a noite, noivas flores,
se perfumam e desabrocham,
esperam os amantes,
como a lua, são cativantes do amor,
flores almas, perfumadas,
Que esperam as flores?
Mariposas? morcegos?
As flores noturnas não vêem cores,
ignoram a beleza,
só veêm a alma, na clareza as flores murcham.
Serão vampiras?
São flores, são flores,
que se entregam a nix,
as estrelas, a lua,

As flores são alvas,
são almas,
cheiras de aromas,
de essência,

A noite escura,
o que guarda?
estrelas,
luas
e flores.

Minha história


Sabe, nasci numa cidadezinha bem distante no nordeste, Serrinha dos Pintos, fica no estado do Rio Grande do Norte, filho de pessoas humildes, muito simples. Meu pai era carpinteiro, vez por outra vinha para São Paulo ganhar alguns trocados e minha mãe que segurava o tranco, ficava conosco, 5 filhos, o irmão de meu pai a ajudava. A vida era bem difícil. Minha cidade nem era município quando nasci. Tinha uma imensa vontade de aprender, mas não tínhamos livros, nem uma biblioteca no distrito. As escolas eram muito precárias. Aprendi a gostar de ler só. Lia o que aparecesse nas mãos. Eu tinha um sonho, ser diferente e sair daquela cidade. Não que achasse ela muito pequena, não nem tinha noção de tamanho de cidade, fui conhecer um prédio os 18 anos quando fui para Natal, minha vida alí era muito boa, mas queria ser biólogo ou médico. Então quando fui cursar o segundo grau, hoje ensino médio, descobri no novo ambiente uma biblioteca e foi lá onde descobri aquela coleção para gostar de ler. Uma coleção maravilhosa cheia de contos. Foi lá naquela biblioteca, lendo e vendo dona Bebete cochilar que comecei a viajar nas palavras, nas poesias e prosas. Fiquei encantado com a leitura, desde então lia muito, as vezes escrevia alguns versos que os perdi na minha bagunça. Não faltava uma aula, mas confesso que adorava quando faltava um professor, pois só assim corria para a biblioteca para ler.
A situação era muito precária, sonhava em fazer faculdade, mas não sabia como, nem onde, nem se seria capaz. Então costumava sonhar, todos os dias antes de ir para a escola a noite no pau de arara antes de jantar, saia para caminha no nosso sitiozinho. Parava olhava para aquela paisagem da caatinga com aqueles arbustos latentes, olhava para o sol, contemplava-o e pedia, feito Saliere, por talento. "Deus dai-me graça". A vida era cheia de esperança. Então no quando a noite caia, contemplava vênus que parecia me olhar com dor, ela nascendo no poente tão bela, encarava-a e suspirava, e segui com minhas irmãs e vizinhas até o ponto onde pegaríamos o pau de arara. Não foi fácil, não tinha livros de biologia, química, física, inglês, enfim quase de nada, e na esperança de aprender algo, pegava emprestado os livros dos professores. Não estudava eu lia, um e outro. Bem acabado meu ensino médio estava decidido a prestar vestibular para biologia, pois tive uma professora excelente. Não tinha dinheiro para pagar a inscrição, mas mamãe conseguiu com um candidato a vereador, da cidade, o dinheiro, isso em 1997, Então peguei o programa, fiquei numa tristeza, pois muito daqueles temas, jamais tinha visto, mas vamos lá. Fiz a seleção, minha pontuação foi excelente, mas minha redação foi péssima, bombei, fiquei muito triste, mas fazer o que. Queria vir para a casa de meus irmãos em São Paulo, mas mamãe me convenceu a ficar, pois iria acontecer um concurso da prefeitura, bem nessa época a prefeitura conseguiu um acervo de livros, então prestei para bibliotecário, pensei que assim poderia estudar, enquanto "trabalhava", na seleção concorri comigo mesmo, enfim passei, mas fui chamado para trabalhar na saúde. Fiquei muito feliz eu iria ganhar um salário que não era lá essas coisas, mas já era diferente, no entanto, meu objetivo era ir à universidade, então comecei a trabalhar, veio uma segunda prova de vestibular, então fiz para a UERN e UFRN, dois vestibulares, por mais que estudei não foi o suficiente, dessa vez fiquei muito triste quase arrasado, todavia era aquilo que queria. Então uma enfermeira nova chegou, ela tinha uma escola privada, a única na cidade vizinha, só quem podia estudar era quem tinha dinheiro que não era bem o meu caso. Ela começou desdenhando de meu trabalho, mas depois viu minha seriedade e me deu a mão. Nesse ano já tava ganhando comprei livros, e a enfermeira montou um minicuros de preparatória para o vestibular. Já ta cansativa minha história? Então, acordava com os livros, ia para o trabalho e todo tempo vago era preenchido com estudo, minha mãe coitada achava que eu ia ficar louco, já que um irmão dela quase, pirou quando estudava no seminário, quando dava dez horas, naquele silêncio. Coitada ela brigava, e me obrigava ir dormir, sendo que minha vontade era ir estudar, para driblar minha mão e meu pai, durante a noite, eu ia estudar na casa ao lado vazia, mas não tinha jeito, ela não entendia. Então saia para uma casa vazia que pertencia a meu irmão, pra não ouvir a televisão, mas quando dava 10h meu pai chegava chamando para eu ir dormir, quase fiquei louco, mas com meus pais. Nos fins de semana, mamãe não queria que eu estudasse com a mesma justificativa da loucura! Então eu dizia que ia passar o dia na casa de meu padrinho que trabalhava comigo na saúde, mas ia mesmo era para a secretaria e ficava lá estudando, comia na casa de uma amiga. Outras vezes eu realmente ia para a casa de meu padrinho, mas se enfurnava num quarto vazio da casa da mãe dele, era tratado muito bem lá, almoçava, tinha até lanche. E no final da tarde de domingo estava exausto, 1999 foi um ano muito cansativo. Então prestei a prova, e finalmente passei na seleção. No dia que saiu o resultado, eu, meu pai, minha irmã e meu irmão caçula tínhamos passado o dia plantando, pois tinha dado três chuvas seguidas a terra está pronta pra plantar, no fim de tarde um vizinho veio trazer a notícia, foi um dia muito emocionante, pois vi mamãe chorar já prevendo minha partida. Foi uma das maiores alegrias de minha vida. Enfim, fui embora pra Natal, tudo novo, gente nova, juntei um dinheiro, já que tinha passado para o meio do ano, e fui embora, sem lenço nem documento, fui morar moradia estudantil, cursei biologia, me especializei em botânica, fiz mestrado, depois que terminei fui morar ai na capital com meus irmãos. Passei um ano estagiando no Jardim Botânico, não consegui uma escola para dar aula, morava com minha irmã, o dinheiro que tinha era 50,00 que meu irmão dava por mês. Foi a muito custo que me adaptei, 2007 foi um ano em que aprendi muito, conheci muita gente importante na minha área. Então no fim do ano passei na seleção do doutorado, onde estou até hoje, desenvolvendo minha pesquisa. Descobri o gosto que já tinha pela filosofia. Descobri que cada dia conheço mais um pouco, descobri que nada sei e que o aprendizado é eterno. Viver é aprender.

A rosa

As flores do jardim,
são tão belas para mim,
adoro as cores,
os odores,
adoro a delicadeza,
sua singela beleza,
cultivadas ou na natureza,
as flores!
são cheias de primores,
a delicadeza dos vento,
a umidade da água,
a fertilidade da terra,
a delicadeza do jardineiro,
se enlaçam,
cultivam e cativam as flores,
ao som de Mozart,
sopram os ventos no jardim,
acenam as flores, pra mim,
mas a mais bela rosa escarlate,
como é séria,
e armada, oculta,
isso que encanta,
das flores do jardim,
uma delas é assim,
a mais bela,
mais oculta,
rosa bela para mim.

A noiva

O jardim daqui está numa festa.
Todas as plantas resolveram florir,
mas o que será que aconteceu.
Sai para ver.
Hum perguntei para a galactia que estava em festa,
vestida de rosa.
Belas flores galanteei.
Respondeu obrigada,
então indaguei o que acontece?
_Como assim respondeu.
-Por que estão todas belas?
-Você não sabe?
Não gosto muito da resposta de uma pergunta com outra resposta.
-Não sei!
-Olhe pro lado.
-Que tem?
-Ah! Não está vendo que a Musaendra?
-Sim, mas que tem.
-Ela está noiva.
-É mesmo! Que lindas plumas!
-Que botânico é voce!
-Não são sépalas brancas.
-É isso.
-Que bela sepalagem.
-Com quem vais casar?
-Com quem?
-Com a Ezenbekia leiocarpa.
-Parabéns!
É a primavera, suspirei e entrei cheio de alegria.
Viva a Musaendra.
Linda de sépalas brancas.

Despedida infinito e eterno

 A casa A casa que morei Onde mais vivi, Papai quem a construiu, Alí uma flor mamãe plantou, Ali vivi os dias mais plenos de minha vida, Min...

Gogh

Gogh