podia vivido muito intensamente,
cada instante que me foi dado,
mas buscava entender como tudo se passava,
como numa busca pelo sentido.
A vida por si tem sentido, mas era metido,
queria sempre mais,
adorava esta com minha família,
porém queria mais e mais.
Vivia aqueles instantes com muito carinho,
mais achava que estava aquém do que queria,
do que esperava,
o tempo passou e nunca encontrei o mais,
nunca estive completamente presente,
em minha vida, vivia no futuro,
mas hoje descobri algo,
descobri que era no passado que era feliz,
perdi todas expectativas do futuro e olho pro passado,
cada momento bom. Ahhh.
Mas quantos não já partiram,
pra longe, pra outra vida,
fomos cúmplices nos risos,
nos gestos no viver.
Agora descobri que na vida o que importa é o presente.
Vi muita gente dizer isso,
Li santo Agostinho, mas nada adiantou.
A vida tem seu tempo, enquanto não vivenciamos,
não experimentamos, o que sabemos.
Somos seres empíricos, não usamos muito da razão.
Aprendemos com a emoção.
Mas essa forma de apreensão nos custa muito caro.
Custa tempo e sofrimento, custa dor, solidão,
trabalho.
Não sabemos renunciar, enquanto não transformamos em razão
toda a emoção vivida.
Os caminhos da vida são muito curvos,
talvez sigamos em espiral,
talvez quem sabe sigamos a concha do tempo.
Onde partimos de um ponto e nossos
horizontes vão se ampliando.
Parece que estamos vivendo tudo novamente,
mas estamos mesmo é seguindo em espiral,
na espiral do tempo.
Tomamos consciência de nossa existência,
de pessoas como seres, de nossas obrigações e
suspiramos podia ser diferente.
Mas no momento que tomamos conhecimento das consequências de nossos atos,
no momento que projetamos nossos desejos,
a vida perdeu do doce o puro sabor,
da beleza a pureza,
da alegria a ousadia.
Descobrimos que nossa pele,
está enrugando, os cabelos falhando ou clareando,
nossos risos não são tão belos e brancos,
vemos no outro nossa imagem,
aceitamos os valores,
nos dobramos a idade, ao corpo,
nosso espírito, no entanto cada dia tem mais vigor,
compreende o amor.
É a vida passa, para todos.
Se não renovarmos nossos genes,
se não tivermos nossos filhos.
O que será de nós?
O que será de nós. Nos apegamos a objetos,
a animais.
Vamos envelhecendo por dentro,
vamos ficando mufinos e tristes até que a morte
vem como uma benção.
Certo dia em um velório, de um amigo de meu pai,
ele falou que todos partem, chega a hora que a vida perde a graça a magia.
Em uma entrevista perguntaram a Clarice Lispecto o que ela acharia de viver o ano 2000,
com sua voz bela, respondeu que não queria está presente,
já que seus amigos mais queridos não estariam presente.
A matéria se dobra, já não quer mais o espírito.
O fim de todos, aqueles que viveram todas as fazes da vida,
nasceram, cresceram, amaram, se reproduziram, envelheceram e sofreram
é a maior benção,
ganham da vida toda experiência e reflexão,
e tem na morte compaixão e respeito pelo ser.