domingo, 21 de junho de 2020

57. Fumaça

Estar no presente,
Longe do passado,
Está aqui,
Está em qualquer lugar,
Próximo ou distante do imaginário.
Sei lá o que preenche o nosso ser?
O que preenche nossa existência?
Oras as coisas parecem vazias de sentido,
Oras parecem cheia de tudo,
Dança meu pensamento,
Feito som de violino,
Se enovelando e desenovelando,
Feito fumaça de incenso,
Essa existência despropositada,
E nós a todo tempo buscando um sentido,
Será que nos perdemos nesta busca?

56. Junho

O sol suave de junho,
O vento frouxo soprando o dia inteiro,
Os papacebos cantando,
Os capins amadurecendo,
Os cabeças de velho florescendo,
As jitiranas se enovelando cobertas de flores,
As pinhas maduras,
Os catolés com vivas folhas,
Estas são minhas paisagens favoritas
Do lugar onde cresci,
Tudo isso para mim é o mais belo enigma de Deus e da vida.
Vida que se reproduz,
Que é antes de tudo bela
Em uma de suas singularidades,
Quase tudo que é belo é passageiro.
Como é o mês de junho.

sábado, 20 de junho de 2020

55. Vento

O vento sopra animado neste sábado.
Vai por ai assanhando cortinas, perturbando fogo,
E ampliando a sensação de frio.
Com este céu azul de nuvens frouxas,
Que falta faz não poder ir a praia ver o mar.
A amplidão do horizonte,
A areia quente,
A água salgada,
O povo indo e vindo.
Como é a vida.

54. Lenguas

Gosto dos poetas de língua espanhola
Como Neruda, Borges e Galeano.
Sei que há todo um universo,
Mas que desconheço pode ser que seja a língua ou a distância.
Todavia a língua castelhana é maravilhosa,
O som e toda sua composição me permitem ampliar meu universo e me permitem ainda
Conhecer histórias e lugares e pessoas e uma pluralidade fantástica.
O inglês é uma língua muito difícil, pois há nuances que não permite que entenda o sentido exato das coisas, acho muito difícil ler qualquer poeta no original.
O esforço com o inglês é descomunal,
Acho que faria uma leitura melhor se pudesse viver na Inglaterra, mas aqui estou
Sem conhecer Black e Host e Turner.
Ao menos queria a Cup  of tea with milk.

53. Universo

Bem que gosto de ler, não na verdade amo a leitura.
Leitura que me faz pensar, refletir, entender e aprender.
Algumas leituras são muito mais do que isto,
Pois me permitem ver o mundo como não vi,
Sentir, ouvir e existir como alguém diferente.
Nietzsche faz isso comigo.
Algumas leituras são alucinantes, de tamanha inteligência como quando leio Borges.
Admiro Gandhi sob o espectro da leitura e sei que há quem o julgue de forma distinta.
Está realidade objetiva não está disponível a mim. E nem sei se queria subjetivá-la.
Agora me vem a mente as ervas e as árvores e solo ordenado pela chuva. Está realidade é minha e conheço bem.
Minha realidade sempre foi muito simples sem flores pluripétalas, sem frutos suculentos, mas é uma realidade contingente.
A leitura que faço do mundo me permite ampliar e expandir este universo objetivo,
Mostrando que está singularidade faz parte de uma pluralidade que é o mundo.
Aprendi vivendo e acreditando em idéias e sonhos e na realidade contingente.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

52. Quarentena

Hoje, 19/06 completa três meses de quarentena.
Três meses sem sair de casa para trabalhar, socializar ou ir lá pra mamãe.
Três meses de muito trabalho, amplo trabalho no computador.
Artigos e livros confeccionados.
Minha coluna dolorida do desconforto de minha cadeira.
Três meses sem cortar o cabelo,
Se bem me lembro só aconteceu uma vez quando estava fora no sanduíche.
Três meses sei ir a mata,
Onde fui apenas duas vezes na universidade.
Não me lembro disso me acontecendo nos últimos 19 anos.
Três meses só com Dayane em casa,
Assim um cuidando do outro.
A quarentena veio para nos ensinar
A viver de uma maneira diferente.
Estamos todos vivendo uma experiência ímpar.
E tendo a pior política da história.
Sobreviveremos se Deus, Buda, Ala, Shiva permitirem.
É isso, uma grande momento,
De resistência para uns e de final para outros.

51. Sensação

A chuva chove agora,
O sol nem apareceu.
Aqui estou pensando perdido.
Ouvindo o som da chuva.
Penso na existência,
Sinto que estou cansado,
Mamãe não está bem,
Por isso não me sinto bem,
É muito ruim ver alguém próximo 
Assim.
Nada fica com sabor,
É o drama da vida,
É o que devemos enfrentar.
Vai passar,
Amém.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

50. Noite

Noite, 
Escura noite,
Fria noite,
Silenciosa noite, 
O vento dar de açoite,
E balança as árvores de cá pra lá.
No céu, nenhuma estrela brilha,
Só nuvens enxarcadas de chuva.
A noite me dá um descanso,
Para que amanhã tudo corra ainda melhor que hoje.

49. Queiroz

A tarde caiu nublada,
E agora desfia do céu uma neblina suave.
Assim, se vai mais um dia.
Para todos um Grande dia,
O Queiroz apareceu!

48. Insônia

A noite é longa quando se perde o sono.
Quando no silêncio há ruído 
E o pensamento gira desordenado,
Nada a fazer.
Um chá?
O corpo não ajuda sentindo que é impressão.
 A gente fica assim perdido e enfadado.
Pedindo pra não surtar.
Sabendo que está acordado
Já é uma piração.
Mas é isto.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

47. Poesia

A tarde quase partiu,
Há um hiato de luz dourada na minha vista,
As coisas, a paisagem está dourada.
Ouço piado de aves, sanhaçus,
Chiados de pardais.
O que dirão?
Ei... Cadê!!!
Sabe-se lá o que expressa a natureza...
Sabe lá o que é a vida!
Rapaz, costumamos tentar entender o mundo através dos outros e não do nosso olhar.
Os poetas nos ajudam muito mais que tudo.

46. Enfado

Tem dias que a gente sente o corpo enfadado,
Sentimos que algo não está bem,
É uma sensação de cansaço,
A coluna e o abdômen não estão bem,
E nada nos faz sentir melhor.
São essas sensações que nos fazem pensar na vida,
Porém na maior parte das vezes não sabemos como descrever
Estas sensações e nem sei se vale a pena escrever sobre isto.
Sensações semelhantes venho sentindo a vida inteira.
E agora que a tarde caiu
Parece que o cansaço bate mais intenso,
A vida, às vezes, é assim cheia de incógnita.
E sempre buscamos algo que nos faça bem,
E descontamos no açúcar,
Na comida, na bebida...
A gente se sente enfadado, mas precisa seguir em frente.

terça-feira, 16 de junho de 2020

45. Um chá

O vento sopra fio na tarde fria.
O barulho dos carros,
O corpo dolorido,
A falta de disposição.
A gente rica assim,
Sem motivos para nada,
Melhor fazer um chá.

44. Contentamento

Pia longe o bem-ti-vi,
Sob a chuva nasce a madrugada.
Que vontade de ficar na cama,
Que vontade de se sentir bem,
Mas o corpo está assim aborrecido!
É a vida.

43. Chuva chovendo

Chove,
Chove manhã chuvosa,
Após uma madrugada chuvosa.
A chuva não para de chover,
Mas isso é bom,
Adoro ouvir a chuva chover.
A chuva chovendo acalma a alma.
Ecoa em nossa mente
Feito uma concha do tempo,
Vamos longe no tempo.
Chuva sempre foi uma coisa boa para mim.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

42. Mar

Minha mente gira entre o normal e o metafísica diversas vezes por dia.
Num dia vivo uma imensidão de coisas e situações e momentos e movimentos.
Assim sou.
Assim aprendi a ser,
Tentando sempre está em equilíbrio,
Buscando sempre a harmonia e o bem está.
As vezes tenho a certeza que tudo me é desvelado, as vezes sei que tudo é obscuro.
Essa essência humana com ou sem paciência.
No ir e vir da mente ou do ser.
Vou como que navega descobrindo o mar da vida.

41. Através da janela

Através da janela 
Através da janela vejo o mundo,
Sigo por vezes os movimentos dos seres e forças.
Seres que voam, caminham ou correm.
Através da janela vejo o espaço,
O espaço que se apresenta com apenas uma dimensão,
Vejo o céu azul,
Vejo o céu nublado,
Vejo a lua em noite plenilúnio,
Vejo as estrelas em céu atropurpúreo,
As vezes a gente tem uma epifania olhando a janela.
Ontem fotografei rolinhas se banhando numa poça de água.
Foi tão bonito,
Fotografei um gavião na antena do prédio lateral.
Através da janeira do banheiro,
As vezes sinto um vazio,
Parece que estou num terceiro plano, um terceiro universo.
Através da janela assisto o mundo
Que parece mais interessante
Mais interessante que cá comigo.
Pensar no que pode ou não acontecer é perca de tempo,
Por isso vou a janela e contemplo o mundo.

domingo, 14 de junho de 2020

40. Mãe Lurdor

Revelação
Nesta semana, terça-feira  09-06-2020,ficamos sabendo que uma nova pessoa chega na família.
Hoje, domingo, 14-06-2020, ficamos sabendo da triste partida de mãe Lurdor.
Era uma pessoa maravilhosa que amava Dayane tanto quanto a mãe ou mais.
Sempre foi tão amada e atenciosa comigo.
Sempre reclamando o José para se conter com as palavras e as brincadeiras.
Tão conversadeira e amiga da irmã dela, tia Maria.
Quando íamos visitá-la, lembro que ficava contemplando Dayane,
Um olhar termo de mãe e amiga.
Fazia de tudo para que estivéssemos bem.
Agora dormiu, descansou, pensa que não conheceu nossa família.
Descanse em paz mãe Lurdor.

39. Blum de sensações

O vento que sopra suave,
Vejo no alto da serra as árvores rebanando,
Indo e vindo.
Esta paisagem que parece morta,
Mas que é viva,
Viva tanto em minha mente
Quanto na realidade.
A casa de vovó,
Vovó sentado na frente de casa,
Vovô na cozinha com mamãe,
O fogo de lenha aceso,
Aquela realidade que não entendia,
Essa realidade dura e sem enfeite, sem planta,
Me amedrontava,
Desse mundo por mim desconhecido.
Esse mundo que é o que é,
Foi e continua em transformação...
O Cheiro doce das flores mimosas,
O rosa dos paudarcos,
A baixa de cana,
A poeira vermelha...
Esse mundo real que continua ai.
O tempo que tudo imbrica e esconde...
Desconhecido, Desconhecendo.
E a vida que tudo transforma.
Realidades que se pintam,
E tomam forma
E que desaparecem.

38. Vento ao meio dia

A vida inteira tive certeza que a vida é efêmera.
Tive consciência aos meus sete anos que morreríamos.
Naquela tarde chorei e mamãe perguntou e não respondi.
Só chorei.
Corri para o quintal onde havia um cajueiro onde dormia as galinhas e chorei.
Chorei vendo os pés de pimenta carregados de pimentas vermelhas,
Chorei quando vi a altura dos coqueiros sinal de senescência.
Sobrevivi com minha mãe e minhas irmãs as secas, as privações, a saudade.
As rochas roladas nas estradas,
A areia trazida pela chuva anterior,
A dor de perder meu avó.
Consciência!
Consciência de minha realidade.
Consciência de uma realidade universal.
E descobri nos livros outras realidades para além da minha.
Aquilo que sei descrever,
E o que fica entalado em minha garganta e em minha alma por não saber expressar.
Aqui estou descarregando emoções.
Aqui estou... na certeza que este momento é efêmero,
De que logo será nada,
Será um vento ao meio dia.

36. Dúvidas

Tudo desaparece da face da terra.
Algumas coisas são mais duradouras que outras.
Nós vamos sendo substituído aos poucos.
Porque as coisas acontecem devagar,
Nem percebemos e quando percebemos já se foi tudo.
Até parece que tudo é eterno.
Mas não é,
Fugimos da realidade
E vamos para o mundo da imaginação.
Mas a vida é real e material
E efêmera e a qualquer instante pode terminar.
E tememos por isso.

35. Nada

O solo arenoso e alvo,
As ervas pequenas com flores alvas,
A paisagem compacta de arbustos e trepadeiras,
O cheiro do mato,
Meu ser...
As memórias, todas as memórias...
Do passado, daquilo que não existe mais.
Quantas paisagens,
Quantos domingos,
Quantas conversas,
Quantos vizinhos,
Quantos amigos...
Quantas chuvas,
Quantas coisas aconteceram em minha vida,
Quantas coisas aconteceram em nossas vidas.
O que foi e o que poderia ser,
Essa contingência que é a vida ou viver,
As perspectivas.
Como avaliar tudo isso,
O que passou a me constituir,
O que foi descartado,
Aqui estou,
Invocando memórias,
Registrando memórias...
Tudo é passageiro, inclusive este momento.
Só me recordo do solo arenoso, o lajedo,
As ervas, os solos a realidade
Sob minha perspectiva...
Tudo é contínuo
E infinitas as situações enquanto se reproduzem.
Nenhuma coisa seria capas de descrever isso.
Nada...

34. Vida

Passando aqui pela vida.
Vida breve ou vida longa.
O que gostaria de levar?
Sei que não tem como levar nada,
Pois não sei para onde irei.
Sei que o fim é trágico,
Mas se tivesse a opção de levar
O que levaria comigo para o infinito?
Levaria todas as minhas memórias
Memórias das paisagens da caatinga florida,
Levaria o cheiro e a sensação de abraço de meus pais,
Levaria o olhar dos meus familiares,
A alegria de mamãe,
A admiração por Borges, Mozart, Gogh.
Esta sensação de viver é tão maravilhosa.
Tão maravilhosa quanto era a impressão de que as coisas eram mais do que são realmente.
Sempre apostei nisso.
Sempre acreditei nisso,
Bem, hoje sei que é necessário muito mais elementos que essa impressão.
Ao menos,
A minha maneira de existir já chegou a um equilíbrio.
A vida vai passando,
A vida vai se desvelando,
E ao conhecê-la creio que posso um pouco mais.
Mas o resultado é sempre diferente do esperado.
Vida...

sábado, 13 de junho de 2020

33. Momentos preciosos

Tempo, tempo, tempo.
Ardido tempo,
Cedo tempo,
Tardio tempo,
Este eterno compasso,
Medida de nossa vida,
Que segue os ciclos naturais,
Dias, luas, estações, translações.
Numa sinfonia geométrica,
Que nos ensina e nos experimenta,
Muda, avança,
As vezes regride,
Algo que enche a alma.
Temos todos medo do fim, do mal e da morte.
E não seria diferente.
O tempo é nosso algoz?
Tempo,
Tempo,
A poesia que amenize o existir,
Este efêmero ser.

32. Paralela

Vivos?
Onde estamos?
Se nossas memórias nos traem.
Nunca estamos num único tempo.
Associado ao agora está o passado e o futuro a depender de nossas aspirações ou inspirações.
Visando um bem está.
Fugindo de nossa realidade.
Onde estamos?
Longe do aqui e agora.

sexta-feira, 12 de junho de 2020

31. Festas juninas

Na época junina, noite de santo Antônio tem fogueira.
Lembro de ajudar papai a fazer as fogueiras.
A gente usava lenha de cajueiros e cajarana.
Como nosso sítio era grande nunca faltava madeira.
A noite papai acendia a fogueira,
A gente soltava traque e queimava Bombril.
E se sujava todo de poeira.
Tempo bom.
De manhã só restava a cinza da fogueira.
A gente se esbaldava de comer bolo de milho.
E éramos tão felizes.
Que é bom ser feliz todos os anos,
Mas esse ano.

31. Reflexão

A soma do dia se faz no fim de tarde.
O corpo que acumula cansaço,
Quer descanso,
Quer silêncio.
A sensação de bem está que sentimos nestes momentos.
Visto que nossa mente é sempre caos,
Paz é o que nós queremos.
Reflexão.

30. Calor da tarde

À tarde há uma atmosfera de silêncio,
A luz vai se encolhendo e se dourando,
Cães latem a toa,
Ouvimos o pio de bem-ti-vis.
Silêncio.
Sim um momento de reflexão.
Reflexão do oco gerado pela tarde,
Refletimos várias coisas.
Nos tornamos metafísicos e pensamos nossa existência.
Relembramos o passado, nossa maior referência,
Sendo que é no calor dos momentos que as coisas acontecem
E ganham sentido.
O calor da tarde,
A soma do dia quase se totalizando.
O pio dos bem-ti-vis dizem muito.
De onde sou,
De onde estive,
De minha história...

29. Tarde de Santo Antônio

Que tarde sensacional,
Céu azul com nuvens alvas,
Vento frouxo e fresco.
Paz.
Hoje é noite de Santo Antônio,
Sem fogueira e sem fogos.
Este mês de junho não tem bandeiras,
Não tem festas juninas.
Em outros tempos aqui havia tanta alegria,
Chega a ser quase poesia,
Mas esse ano,
Precisamos sacrificar o São João.
Vamos sobreviver,
Vamos sobreviver!
A tarde está linda,
Sob a música de Mozart.

28. Memórias doces

Estou aqui sentado fazendo minhas coisas, às vezes, sinto uma canseira no corpo e na alma.
Então aflora velhas lembranças do passado.
Memórias de coisas simples, mas tão gostosa de sentir.
Sempre muito bom.
Associei essas memórias algumas músicas de Mozart.
Nas minhas memórias estamos entre junho e agosto.
As plantas estão todas floridas.
As folhas estão amarelando.
As mimosas estão docemente florida.
Quando a gente caminha sente o cheiro doce das flores.
As aves cantam,
A luz é mais amena,
O clima é mais fresco.
É tão gostoso.
Fecho os olhos e sinto.
Sinto que estou ali, menino.
Com nossos bichos,
Com nossos pais novos.
Com nossa paisagem...
Descolado da realidade presente,
Consciente de tudo,
Mas inebriado da vida.
Que passa tão rápido.
Sopra vento,
Sobra e perfuma o ar.
Viva a vida.

quinta-feira, 11 de junho de 2020

27. Nome

A escolha de um nome é algo delicado.
O nome é algo que se leva por toda a vida,
Portanto é necessário muita cautela quando
For nomear um serzinho.
Sempre se constrói uma história neste processo de nomear.
Nunca se pensa sobre, mas basta vir ou aparecer a oportunidade que o povo fica desnorteado.

26. Indignação

A quarentena se prolonga e a tragédia vai deixando rastros,
São aproximadamente 40 mil mortes de Covid-19.
E em algumas cidades o comércio está abrindo.
Bem a tragédia maior parece ainda está por vir.
Nós ficamos em casa, embora fiquemos aborrecidos,
Cansados,
Mas é preciso ter paciência.
Afinal se  todos tivessem ficado em casa não estaria nesse caos.
E o pior presidente da república do Brasil continua a fazer os desmandos.
Esse ser abjeto já deveria ter sido preso,
Enquanto isto não acontece, estamos vendo o país ser destruído.
Parabéns Grande mídia e pessoas.
Esse filho é teu.

25. Espera

Só mais um pouco,
Um instantinho,
Estou acabando,
Vai melhorar em um minuto,
Logo estarei livre.
Assim que der certo.
Procrastinar faz parte da vida.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

25. Invólucros

As flores amadurecem e em frutos se transforamam.
O vento sopra o dia inteiro,
As manhãs com melodia de Mozart
E tardes de Vivaldi.
Realidade o que é que te compõe?
Realidade, existência toda essa singularidade,
Toda uma pluralidade.
Os mistérios que nunca descobriremos,
A existência, o instante presente.
Tudo e nada.

24. Loop

O tempo essa matéria que alimento minha alma.
Memória de coisas vividas,
Dos lugares, das situações.
O tempo a pulsar,
O tempo que delineia o destino.
O tempo.
Alguns sabem lidar com o tempo,
Outros não.
É assim.

terça-feira, 9 de junho de 2020

23. Coragem

Primeiro a sensação foi de uma explosão de uma bomba.
Atordoado, não conseguia processar nada.
As revelações são sempre muito desestabilizadoras.
Depois, a perturbação atingiu minha mente provocando um caos.
O caos que minha vida iria ficar.
Minha mente antecipava tudo.
Como um ovo num ninho
É preciso ser chocado.
E chocar uma vida é algo muito muito complexo.
As variáveis nos atordoam.
Medo... sim, mas com lucidez.
A lucidez é tudo.
Depois o som foi sendo reduzido.
Houve um rebuliço na família.
Todos felizes,
E eu atordoado.
A gestação nos atordoa no início.
Coragem.

22. Sensações

Beleza,
Medo,
Apreensão,
Angustia,
Felicidade,
Sentimentos...
Sentimentos e sensações que só a vida nos proporciona.
Este estandarte que nos é levantado,
Que nos é dado,
Numa concepção,
Na vida...
O mundo vai mudar,
Tudo mudará,
Já começou a mudança.

21. Feliz

Uma pombinha fez um ninho em minha janela,
Pôs os ovos, dois, chocou, gerou e criou seus filhotes,
Depois eles voaram,
E depois vieram mais duas pombinhas e se reproduziram no mesmo  lugar.
Plantamos uma cactáceas entre nossas rosas do deserto,
Que pegou, cresceu e colocou uma linda flor alva.
Agora Dayane se descobriu grávida,
Fiquei atordoado,
Pensativo...
Não tenho consciência ainda deste fato.
Dayane está nas nuvens.
Olha para o mundo com um olhar perdido,
Com um riso pleno.
Rindo à toa,
Pra lá e pra cá.
Sai para caminhar,
Quando voltei, vi todas as luzes acesas,
Ela rindo e ouvindo vídeos de gravidez.
Nunca vi uma pessoa mais feliz.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

20. Anunciação

Uma surpresa,
Dayane chegou da rua,
Disse que eu ia fazer o almoço.
Disse que não.
Dai ela tomou um banho.
Calada me chamou lá fora.
Dizendo que tinha um presente para mim.
Vi o pacote.
Pensei, gastando o dinheiro que dei ontem.
Mulher não pode pegar em dinheiro.
Vi o pacote e uma torta.
Que estranho pensei.
Falou em dia dos namorados.
Quando abri um pacote.
Tinha uma roupa de criança.
Ela disse que estava grávida.
Entrei num estado de choque,
Estado de dormência,
Foi um estado de choque diferente,
Estado que nunca havia sentido,
Estado de choque de vida.
Ainda estou dormente,
Enfim.
Que venha.

domingo, 7 de junho de 2020

19. A flor



A planta que amor plantou pegou,
Depois essa planta cresceu,
E encantou nossa vida com seu vigor,
Seu verde clorofila,
Sua textura caulinar afila,
Encantava pela forma,
Mas um pequeno botão surgiu,
E foi crescendo e crescendo,
Foi aparecendo,
Tomando forma 
E crescendo,
Até que neste domingo,
À noite teve sua antese,
E virou a mais linda flor,
Alva e perfumada flor.
Flor de amor.

18. Ondas

O que é está vivo?
Às vezes nos, perguntamos o que é está vivo,
Ou o que é o viver?
Estou aqui pensando e enquanto penso escrevo.
Esta ação reflexiva é neste instante um substrato para meu pensamento,
E matéria para minha discussão.
Amanhã ou outro dia se voltar a ler este texto, talvez não faça sentido algum.
Pois assim são as coisas.
O sentido, muitas vezes, é temporal, emocional, visceral,
Mas não estou e nem quero entrar por esse viés.
Minha ideia é que a vida é frágil.
Neste instante, sou.
Domingo passado, fui.
Todavia me falta a certeza, na verdade é uma incógnita se domingo serei.
Ou se amanhã mesmo.
Fatalidades, infelizmente acontecem.
E quando estas acontecem nos pega de surpresa.
E por um tempo nos sentimos atordoados.
Imagine o espelho de um lago quando é perturbado por uma rocha.
As ondas que perturbam o espelho e as ondas se expandem
E logo volta ao espelho.

17. Lastro

Crer que a vida é tudo é cruel.
Os invólucros que são os anos,
Que se desvelam com o tempo,
Se mostra profundo ou superficial.
A existência essa incógnita
Que pode nos deixar a qualquer instante
E quando uma existência próxima se desfaz 
Deixa um rasgo, um lastro de dor, de saudades...
Memórias que não creem e não aceitam o não ser,
Só o tempo nos faz aceitar.
As memórias serão eternas no ser.

16. Domingo

Amanhece silenciosamente,
O sol não apareceu ainda,
Assim como a lua cheia, à noite,
O sol está oculto sobre as nuvens
Que ora chove, ora não chove.
Apesar de acordar cedo,
Ficar na cama é excelente,
Sentir o corpo inteiro,
E poder pensar em qualquer coisa
Ou não pensar em nada.
Numa manhã de domingo.

sábado, 6 de junho de 2020

14. Cansaço

Tanta coisa acontecendo. 
O que podemos fazer?
Centenas de mortes diariamente,
Estamos em estado de alerta!
Até quando?
Quando isso vai parar?

13. Graças

A vida tema do meu ser,
Metafísica que me atormenta,
Vir a ser e deixar de ser.
Há um significado para tudo isso?
Ficamos atordoados quando
algo sai do prumo,
Quanto o contingente se materializa,
O medo se torna realidade,
Proveniente do inesperado.
Quanto seremos resilientes,
Mistério divino.

12. O fim

O silêncio e emoções se fundem neste momento.
Momento em tudo é reflexão.
Momento em que a vida se revela ser o que é em plenitude, fragilidade.
Algo contingente que aconteceu se materializou aconteceu e deixou de ser
Feito raio em céu cereno. 
Atordoados buscarmos explicação,
Quem dera parar o tempo. Apenas um segundo poderia mudar tudo, mas não é possível. O tempo é irreversível.
O que nos resta é orar,
Desejando que siga em paz.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

11. Eternitate

A noite plenilúnea
Com uma lua prateada,
Noite enluarada de junho,
Mês de Santo Antônio e São João.
Poderia ser apenas uma noite de lua qualquer,
Mas é uma noite enlurada com uma cortina
Triste.
Surpresas imediatas são sempre desagradáveis.
De supetão fiquei sabendo
Que uma rosa branca foi ceifada.
Aquela que tanto agraciou este mundo,
Dona de um riso doce e puro,
No trágico acidente se desprendeu da vida,
Como um cristal se desfez.
Não, não viu o brilho da lua desta noite.
Agora a flor se foi,
Agora temos apenas as memórias.
Descanse em paz Rejane.

10. Temor

Um momento,
Este momento.
O agora que é um devir.
Vem a ser e deixa de ser.
Esse movimento que ora é intenso
E ora enfraque.
Memórias que vem e vão
Via impressão.
Dá um desalento saber que tudo será nada.
Tudo será nada inclusive este momento.
Neste universo contingente, vamos habitando.
E vamos nos cultivando, nos nutrindo
Daquilo que a cultura nos oferece,
Vamos nos definindo de forma contingente.
É sempre improvável que algo der certo ou errado.
Momentos como este ajudam-nos a refletir
E ao decidir ser.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

9. Dejavou

À tarde,
Senti uma intensa alegria de viver.
E sim vi tanta beleza na vida que fui feliz.
Fui a janela e vi o céu azul com nuvens frouxas passando.
Vi a rua vazia, a luz refletida nas paredes alvas.
Vi o verde das castanholas das três ruas.
Pensei que a vida é movimento.
Sempre foi e sempre será.
Até que percebi que se tratava de um delírio.
Sabe quando você acha que alguém se interessou por ti, mas foi só um engano.
Pois é um flerte com uma realidade contingente.
Aí passou e a tarde voltou a normalidade.

8. Movimento

Os movimentos que sentimos,
Às vezes, percebemos.
Só às vezes.
Perceber não está muito sob nosso domínio.
O mover lento das nuvens,
Do vôo do urubu, de pombos ou pardais.
Talvez, vejamos tudo inerte.

7. Movimento

É tarde,
Já passou o maior dia,
É quase 15 horas.
Está quente e a tarde está muito iluminada.
Apesar de ter chovido pela manhã.
Sinto-me cansado.
O que pode mudar neste cenário?
Este tempo que será passado,
Como um tempo passado foi presente de um futuro oculto para mim.
Os dias são os mesmos.
E nós o que somos?
Não somos nada.
Somos apenas este movimento,
Incessante que começou a pulsar num ventre feminino,
Mas que está fadado a morrer na solidão.
Somos esses seres que cultiva os desejos,
E quando os desejos passam,
Passamos a cultivar ideias,
Ou estamos perdidos,
Por nunca termos nos ordenados,
Nos definirmos.
É tarde cedo.

6. Naquele momento

Ontem quando sair para caminhar,
Ainda estava escuro, mas do silêncio
Surgiu o canto doce dos pássaros,
Um canário e uma patativa cantavam
Harmoniosamente dando uma sintonia da madrugada.
O céu atropurpúreo estava limpo 
Onde brilhavam as estrelas.
Havia paz naquele momento.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

5. Noite

A noite o silêncio é intenso.
A sombra da noite tudo acalma.
Estrelas no céu atropurpúreo a rutilar.
Uma lua prateada revela toda a beleza da natureza.
A gente se sente até bem e em paz.
Deve ser a profundidade do universo celeste
Ou deve ser o encantamento com a natureza
Ou não deve ser nada.
Particularmente, prefiro crer que é.
Assim descanso em paz por mais uma noite.

terça-feira, 2 de junho de 2020

4. Amizade

Por acaso, lembrei de 2005.
Ano que viajava para campo na ESEC.
Lembro de ficar só no alojamento.
Ficava no maior medo,
Por causa das histórias que haviam.
Quando não o professor Adalberto estava lá.
E a gente conversava muito sobre coisas sobrenaturais.
Adalberto era maravilhoso, parecia um bruxo.
Na verdade era muito encantador,
Pois desconhecia pessoa mais inteligente.
Era médico, mas seguiu mesmo foi a biologia.
Saudades do meu velho amigo.

3. Oração

Quando amanhece,
Ah!
É tão bom quando amanhece e tudo está bem.
Fé que tudo vai continuar bem.
Coragem para enfrentar os imbróglios da vida.
Para isto é necessário a arte
Nas suas mais variadas áreas.
A música, a literatura, a pintura, a ação.
E fé de que tudo vai continuar bem.
Com a graça de Deus.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

2. Efêmero

Tudo é passageiro,
Diria que é um processo em acontecimento
Que, muitas vezes, achamos ser eterno.
Não, nada é eterno pode até ocorrer uma reprodução, mas não foge nunca do fim.
Tudo que tem início, tem fim.
Alguns processos são muito longos, outros são curtos rápidos.
De forma que podemos ou não captar alguma consciência, abstrair e somar a nosso ser.
Tudo é finito, pois o sentido é dado quando alguém dar.
Pensar essas coisas até cansa.
A tarde via caindo.

1. Palavra ordem

Tudo é silêncio nas manhãs de confinamento.
Só ouvimos o pio de aves e um ou outro carro passando na principal.
Dias de sol ou dias de chuva tudo parece igual.
Estamos no terceiro mês de quarentena e sentimos o peso do pico através das mortes.
E quando poderia ter solidariedade e paz,
Temos um clima de guerra gerado pelo poder maior o presidente louco.
Temos um clima de medo, temor que torna tudo muito mais longo.
Estamos perdendo as esperanças.
Tudo vai passar até lá o que mais pode acontecer?
Só Deus poderia nos ajudar,
Porque os homens não tem mais um norte.
Tudo foi desconstruído,
Até o fim o que sobrará?

domingo, 31 de maio de 2020

60. A dúvida

Com o tempo aprendemos a aprender.
Talvez ter alma eterna de criança nos ajude.
Não se acostumar com as coisas,
Ter sempre dúvida.
Duvidar é a chave 
Ou buscar sempre entender e dar uma ordem nas coisas.
Não adianta apenas saber,
Deve-se sem ir além.
Sempre em frente.
Deve-se se espantar com as coisas.
Talvez este seja o caminho.

59. Suficiente ser

Gostar de algo que está para além de nossa consciência.
Gostamos porque sentimos e muitas vezes percebemos.
Nossos gostos são aprimorados a proporção que somos despertados do banal, 
Momento que ultrapassamos a percepção.
Quando vamos percebendo as sutilezas e nuances das coisas a serem absorvidas. 
Quando vemos  as diferenças. Então é a partir dai que passamos a conhecer a coisa.
Conhecer algo é inacabado, assim como a viver.
De forma que nem percebemos ou somos conscientes daquilo que gostamos,
Pois é a ausência daquilo que possuímos que desencadeia a nossa consciência.
A consciência é tardia e a prática de reflexão é essencial para uma tomada de consciência.
Acho que nos textos de Clarice Lispector, encontramos, a todo instante, elementos que nos despertam para a realidade das coisas na simplicidade de nossas existências.
Coisas que, na maior parte das vezes, nem nos questionamos, simplesmente aceitamos como reais.
Acho que é por isso que o outro é tão importante para nossa consciência.
Não sei ler uma nota musical, mas amo música, pois sinto...
De sorte que conheço algumas composições de ouvido.
Para o momento isso me basta.

58. Tudo passa

A pandemia Covid-19 mudou nossas vidas.
Estamos isolados tão isolados.
Sem contato social.
Só vamos ao mercado.
As conversas, trabalhos, reuniões são todos virtuais.
Não podemos sair.
Nelson Teich estava certo.
O Brasil está triste.
Estamos tristes.
Todo dia morre mais de mil pessoas,
E o principal ator nacional é um presidente
Que desgoverna.
Quando tudo passar, meu Deus.
Será muito bom.
Que Deus nos abençoe.

sábado, 30 de maio de 2020

57. Desnovelar

E os dias vão se passando.
A gente nem percebe,
E as coisas vão acontecendo,
Sucessivamente acontecendo,
Cotidianamente vai ocorrendo 
O desnovelar das coisas 
O chamando devir.
Tudo oculto,
Tudo uma profunda incógnita.
E assim o é e tem que ser.
Embora sempre almejamos 
Que tudo aconteça segundo nossa vontade.
Mas a realidade é objetiva.
E a consciência tardia.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

56. Respeito

Um poema de Pessoa,
De Drmmond, de Cora, 
De Galeano.
Um conto de Borges, de Clarice, de Machado.
Uma crônica de Luiz Fernando Veríssimo,
De Marta Medeiros.
Uma reportagem de Elaine Brum.
Nossa essas coisas são tão saborosas
Como doce de mamão, de goiaba.
Como delícia de abacaxi, como pudim.
Tão harmoniosas como Mozart...
No mundo há tanta coisa para amar,
E ainda se escolhe coisas ruins.
Mas que assim o seja
Que sejamos felizes de nossas maneiras
Sem ferir o outro.

55. Tempo

O tempo sempre presente em meus pensamentos.
Minha consciência me trai quando o intermitentemente
Quando penso no passado e me esqueço do presente.

quinta-feira, 28 de maio de 2020

54. Significado

Ouço o som da chuva chovendo na noite escura e sou tomando de reminiscências.
Quando criança a chuva significava que 
Não teria que ir buscar água no dia seguinte.
A água da casa era trazida a lombo de jumento. E era bom quando tinha água por perto.
Tinha todo um preparo.
Pegar o jumento na capoeira,
Colocar a cangalha e as ancoretas
E ir até o riacho ou açude buscar a água.
Como era simples aquela vida.
Como nos éramos simples.
O necessário ainda não tinha chegado a nós.
O necessário era o básico.
Não se sente falta do que não teve.
A chuva chove agora, mas não tem o mesmo significado.

53. Entardecer

No fim da tarde,
Após um dia vivido,
Após lutas travadas, perdidas ou vencidas.
Sempre voltamos para casa.
O cansaço, às vezes, nos ajuda a refletir,
Pararmos para contemplar um fim de tarde,
Através de um por do sol.
Entretanto nesse confinamento nosso trabalho se faz em casa.
Podemos resolver quase tudo.
O cansaço parece ser o mesmo.
Olho pela janela contemplando o mundo,
Olho através do espelho e este olhar me faz pensar na vida.
As marcas que o tempo me deu,
A calvície, rugas...
Tanta coisa se passa em nossa mente.
E essa incógnita que é a vida,
Nos assusta,
Mas temos que viver,
Vencer um dia de cada vez,
Até sermos vencidos,
Talvez num fim de tarde.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

52. Cansaço

Difícil se animar com tanta morte no país.
À noite, aguardamos com pesar as estatísticas que não param de aumentar.
Atingimos a marca de mil e não parou mais.
Enquanto o Bozó politiza tudo e não sobra espaço para a desgraça que nos assola.
Que os santos nós abençoe.
Que cheguemos ao final do ano.

51. Coisas boas

A manhã fresca é boa para pensar.
A luz tênue, o clima frio e o silêncio 
Nos ajudam na concentração.
Embora muitas vezes não conseguamos,
Pois estamos imersos em preocupações,
Mas não quero causar preocupações,
Quero falar de coisas boas.
Coisas que parecem está fugindo de nós o tempo todo.
Serão nossas escolhas,
Será nossa ansiedade?
Perguntas que ficarão patentes.
A manhã está maravilhosa
Com pouca luz, está fresquinho e só ouço aves piando.
Então...
Vou curtir.

terça-feira, 26 de maio de 2020

50. Assim

Após o dia de trabalho truncado,
Nos sentimos muito cansados.
E tudo que almejamos é descansar.
Um pouco de bem estar.
Nada de pensar.
É assim.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

49. Coisas

Às vezes, a gente se afasta do que gosta por falta de tempo, mas volta correndo quando a saudade chega.
Tô com tanta saudade de casa, de mamãe e das coisas simples e boas da vida.
Sair pra passear, ir ao cinema, ir a praia.
Só na falta a gente sente vontade.
Ainda bem que é inverno.
A chuva ajuda a gente a esquecer das coisas duras.
Ainda bem que não faz calor.
E é isso.

48. Esforço

Após uma manhã nublada,
Cai a tarde fresca,
Enquanto lia um trabalho sobre ensino,
Refletia sobre a atividade de ensino.
E pensava quanto é complexo este tema.
Acho que é a soma de subjetividade com objetividade
E desejo de  ensinar.
O que poderia ser mais fácil que ensinar?
Não ensinar.
Ensinar é um ato de amor,
Quando há resistência a aprender.
Nada vai a diante, mediante resistência.
É preciso está aberto a aprender.
Ensinar é um ato de amor,
Pois na maior parte das vezes,
Ensinar é negar os desejos humanos.
Por isso é preciso contextualizar,
Relacionar, resgatar o que há no outro,
E no final pode ter sucesso ou crer que o insucesso ganhou.
Mas não nos cabe pensar sobre.
Só o futuro revela nosso esforço.

domingo, 24 de maio de 2020

47. Descontinuidade

Acendo o fogo e ponho água para ferver.
Pretendo fazer um chá.
Penso em várias coisas neste instante.
Na cor azul quente da chama,
No calor aquecendo a vasilha de metal,
No ponto de ebulição da água.
E me vez a mente o fazer o fogo,
Fogo de lenha com chama laranja,
Num fotão de lenha.
São as minhas raízes culturais,
A expressão de meu tempo,
Da minha idade.
Que afloram com fazer um chá.
Sabe parece um tempo eterno.
O fazer que só muda de objeto e situação,
Mas os princípios são os mesmos.
Do meu bisavó para meu avó para meu pai, para mim
Para um filho...
É a gente se perde nos pensamentos.

46. Outro momento

Para que este momento se eternize
É preciso paz exterior e interior,
Que haja silêncio,
Concentração,
Que se pense em algo bom,
Deixar para trás o que foi ruim.
Talvez esquecer mesmo que por apenas este momento.
Buscar a melhor memória,,
Pensá-la e amá-la.
Registre em forma de textual 
Na forma de um poema.
Quem sabe!
Às vezes, pensamos que as coisas tem tempo eterno,
Achamos que não passará.
Todavia tem o devido tempo.
O tempo objetivo,
A parte do tempo subjetivo.
E damos diferentes roupagens as coisas,
Ou aceitamos aquelas que os outros dão.
Tudo que falei é bobagem.
Temos maior medo de desaparecer da face da terra.
Medo do não ser. 
Só entendemos de ser.
E ser de maneira caótica.
Ser de maneira caótica.
A verdade é se é que esta existe
Estamos aprendendo a aceitar a existência,
Refutando-a ou amando-a...
Temos medo do que nos faz sofrer.
Sei lá.
Como poderia saber e ainda escrever sobre?
Com meus pensamentos caóticos e imbricados.
Como alto que está sendo triturado num moinho
Dando origem a algo palatável.
Parte de um processo em curso.
Agora, a chuva chove lá fora.
Ouço uma música de piano de Ludovico Einaudi.
E meu pensamento foge daqui e aparece em outro lugar.
Acabou de entrar num museu de Schubert na Aústria.
Os objetos como fatos de uma realidade.
A gente se espanta com essas coisas
Quando elas se materializam
Ou são registros de uma realidade.
Às vezes, nos leva a uma catarse.
Creio que tive uma catarse quando entrei numa igreja gótica.
Ou quando encarei um pintura de Gogh.
Estava ali materializada uma imagem pensada, pintada e contemplada pelo grande Vincent.
É lugares me encantam,
Livros me encantam,
Pessoas me encantam.
É tão bom quando a gente toma consciência do mundo e das coisas,
Consciência que o mundo é muito maior que nós que o nosso entorno...
Que as pessoas podem ser maior ou menor que aquilo que anunciam sobre estas.
Essa mistura de som de piano com som de chuva é tão agradável.
Ficaria um bom tempo contemplando.
Até que delibere fazer algo que ache necessário,
Entretanto não sinto vontade,
É domingo, uma manhã de chuva,
Estou colorindo este texto,
Para mim, pois não espero ser lido.
Há milhares de textos melhores.
Ler Clarice Lispector por exemplo.
Li hoje.
Foi tão lindo o texto.
Só capturei que ela amava rosas brancas,
E ela disse em dois textos diferentes.
Que amava as rosas brancas,
Pois as rosas brancas vão ficando mais perfumadas quando envelhecem.
Que gostosa e verdadeira observação.
Nunca pensei em dar uma roupagem como essa a uma rosa.
Talvez dona Ritinha poeta de Cabaceiras desse.
Só observo e contemplo.
Como amo a poesia feminina de Cora, Cecília e Rita...
Fecho este texto para continuar a viver a realidade em outro momento.

45. Lar

Aprendi que a natureza é nosso lar e também nossa mãe.
Quando estou em casa, traduzo e assimilo aquilo que minha mãe expressa.
Para isso, dediquei-me as ciências naturais ou maternas. Sinto-me bem em reconhecer as espécies pelo nome, através de suas características. Estou aberto a aprender mais a todo instante. Já aprendi que nunca se sabe tudo, pois a totalidade é muito plástica e complexa. Aprender é sublime e nos liberta da ignorância e nos faz respeitar nosso lar e nossa mãe.

sábado, 23 de maio de 2020

44. Entender

O dia inteiro foi de chuva.
O sol nem apareceu.
Dava pra ficar só ouvindo Chopin.
Mas a vida é ação e não pude me dar esse luxo.
Trabalhei.
Ouvi vários podcast de política.
Não serviu pra nada.
Ri com a turma da Serraria.
E refleti com C. Lispector.
E contemplei a chuva que é sempre generosa.
Cada dia a gente entende um pouco mais.

43. Perturbação

Amanhece.
E enquanto amanhece chove.
A luz ainda segue tímida.
Na cama, sinto conforto e calor.
Sinto proteção.
Mas nem sempre aproveito esses momentos,
Pois minha mente tem o costume de pensar no passado ou imginar situações futuras.
Costuma ser idealista.
E me tira o sono e a paz.
Alinhar-se ao presente talvez nos ajude a fugir de nós mesmos.
Poxa. 
Como é difícil existir com consciência.
É um desafio a ser superado a cada instante.
Ou é tudo ou não é nada.
Bom vou voltar a ouvir a chuva,
Pois sinto que não disse nada.
E essa perturbação não vale nada.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

42. Surpreendente

Já falei que estou lendo Clarice Lispector,
Simplesmente adoro suas crônicas.
Trata-se de um trabalho primoroso,
Muito bem escrito,
Com conteúdo que nos faz ficar pensando por um bom tempo.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

41. ESEC

Enquanto mexia no Facebook, vi uma foto de Messias num campo na caatinga.  Fui  tomado por uma maravilhosa memória de quando fazia minhas coletas botânicas de mestrado. Estas coletas foram realizadas na estação ecológica de Serra Negra no Seridó e ocorreram entre os anos 2005 e 2006.
A caatinga aberta com campos naturais forrados de erva enchia a vista e a minha alma de alegria. Sozinho no meio do mato ia coletando, anotando e as vezes fotografando.
Saia do alojamento ainda escuro e só voltava com a presença cheia de ervas.  Eu sentia uma felicidade imensa a cada planta que coletava. E assim, os números iam crescendo. Além disso, tinham os amigos com quem dividia as alegrias e angústias. Adalberto, Carlinhos, George, Manu, Rosali e Thaís.
As coisas iam bem da maneira que era e que dava pra ser.
Assim foi.

40. Ouça

Em tempos difíceis como vivemos agora que estamos todos confinados por causa de uma pandemia, precisamos de algo que nos ajude a perceber a beleza da música. Nestes momentos, buscamos ouvir algo que expresse algo belo, simétrico e harmonioso. Uma dica, as músicas eruditas estão ai. No youtube, temos vídeos dos grandes clássicos. Interpretações absolutamente maravilhosas. Mozart, Chopin, Brhams, Bach, Beethoven, Schumman, Schubert, Dvorak, Paganini, Liszt são apenas uma das inúmeras opções. 
Faça sua escolha e ouça...

quarta-feira, 20 de maio de 2020

39. Pro passado

A chuva cai de mansinho bem devagarinho.
Enquanto a manhã vai crescendo em silêncio.
Silêncio que diz muito.
Só os inocentes pássaros contam.
Infelizmente, chegamos a mais de mil mortes por Covid-19.
Nosso medo só aumenta.
Nossos nervos já nos traem.
Estamos no clímax.
E tudo que podemos fazer é ficar em casa.
Estamos acoados feito caça na loca.
Vou-me embora para o passado.
O presente está nos matando de baixas emoções.
Resta apenas aguardar o que torna o tempo longo.
Nada mais.

terça-feira, 19 de maio de 2020

36. Ser feliz

Viver é tão bom.
Ter saúde,
Poder ir e vir,
Ter o que comer,
Trabalhar sem ver o dia passar...
Penso nessas coisas.
Como era feliz vô José com a chuva no inverno.
Como era feliz vô Sinhá com nossos carinhos.
Como era feliz vô Chiquinha na presença de vô Chico.
A vida apesar de boa
É um drama,
Estamos sempre fora do eixo,
Descolado do que somos,
Na maioria das vezes não percebemos o óbvio.
Será se aprenderemos?
O será sempre essa consciência tardia?
Viver é tão bom.
Ter saúde,
Poder ir e vir,
Ter o que comer.
Com saúde até um café nos deixa feliz.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

35. Cenário

Nosso sítio.
Não, não consigo esquecer a minha infância.
A minha infância teve como cenário um maravilhoso sítio. Não que tivesse o maior pomar. Não. Era muito simples. Muito simples mesmo. Nele tinha cajueiros. Árvores que conhecia cada uma delas pela localização, pelo porte, pela doçura e pela castanha. À sombra dos cajueiros haviam as pinheiras, as goiabeiras e os araçás.
No entorno de casa tinham as cirigueleireiras, os coqueiros, mamoeiros e pinheiras. Tinha um pé de mangueira.
Que belo cenário. Tinha a área para plantar feijão, milho e fava e uma baixinha para plantar arroz. Tinham as cajaraneiras.
Tinha uma casa cheia de gente.
Tinha vacas no curral e galinhas na faxina e um porco no chiqueiro. 
Tinha muito amor.
E que cenário.
Tinham as Jitiranas, as bomba-d'água com flores azuis que me ensinaram a amar a botânica.
Tinham os vizinhos e os tios e os avós.
Tinha tudo e não tinha nada.
Hoje só restam as memórias,
Tenho tudo e mais as memórias.
E isto me basta.

34. Palavras

Palavras expressam tudo,
Mas são frias e mortas.
Palavras podem expressar meus sentimentos e minhas emoções.
As palavras são fixas, retas e exatas.
As vezes expressão emoções quando organizadas na forma de poemas.
Não sei escrever poemas e nem contos e nem escrever...
Gosto do que escrevem. 
Gosto gosto sim.
Por isso gosto de livros.
Mas não compreendo tudo que leio.
Não muitas coisas não são apenas para serem lidas, mas para serem estudadas.
Certa tarde! Estava meio nublado.
Estava no Solo Sagrado.
Não contemplei a realidade,
Mas acariciava um livro.
Era um livro de Lock.
Bom uma memória foi gerada.
A mata Atlântica,
As tibouchinas.
Tudo isso, via palavras.
As palavras nos dão um norte
Ou nos dão o caos.

33. O silêncio

O silêncio da manhã,
O vazio da casa,
Janelas e cortinas fechadas,
O escuro de uma manhã não despertada.
Pensar este vazio.
Na mente ecoam memórias
Que imbricadas não organizam um pensamento.
Só o silêncio.
Só o silêncio.
Mas há uma reação para sair desse silêncio.
Uma busca de ação para o pensamento ou um pensamento.
Faz calor.
Ligo o ventilador e sinto o frescor,
Todavia ouço o ruído do motor e das hélices girando.
O que é tudo isso?
Essa objetividade real
Que atende as leis da físicas?
Sei lá.
Só o que me interessa é o silêncio da manhã
Que se desfaz quando despertamos.
E isso é tudo.

domingo, 17 de maio de 2020

32. O celular

A noite caiu lentamente.
Caiu muito escura e fresca.
Hoje não choveu como ontem.
Nem sequer choveu.
O dia foi fresco e passou bem rápido.
A noite passou rápido, 
Envolvido com as notícias
Nem percebi o tempo passar.
Ouvi a tv e vi o celular.
Sempre buscando algo para justificar essa busca por notícias do presidente.
Notícias de oposição.
Quanta perda de tempo.
Pois é!
Posso mudar tudo.
Desligando o celular.

31. Enquanto é possível

Nos dias que vivemos, vamos capturando um ser.
Este ser que somos nós.
Nossos gostos, nossos desejos, nossas crenças, nossas convicções, nossas ações,
Às vezes servem para nos definir, 
Porém quase sempre, estamos apenas experimentando a vida.
Experimentando nossos gostos, nossos desejos, nossas crenças, nossas convicções e nossas ações.
Porque nem sempre conseguímos definir o que são estas coisas.
Desconhecemos que estas existam, como desconhecemos que respiramos.
Talvez, saber destas coisas não seja essenciais para a vida,
Sejam coisas autônomas.
Como comunicar, conversar...
Sabe, sei lá.
Talvez nestas experiências, acidentes fatais aconteçam.
E as expectativas sejam frustradas.
Viver é ação,
E não podemos ficar orbitando em torno de uma coisa por tanto tempo.
O tempo é relativo, mas como descobrimos essas coisas?
Experimentando ou sei lá.
Vivendo tudo isso enquanto é possível.

30. Caos uma questão

O caos reina em nossa mente, 
São as emoções e as paixões e as angústias e os medos e os desejos.
Às vezes, tentamos encontrar um cosmos.
Todavia, trata-se de uma relutância fadada ao insucesso.
Pensar é uma das poucas maneiras ordenar ou organizar o ser.
Pensar é organizar as ideias.
Pessoa definiu pensar como "está doente dos olhos".
Às vezes, concordo ou simplesmente discordo.
Depende do pensamento.
São muitas as variáveis tanto internas quanto externas.
Serão as impressões os canais do caos?
Será por isso que reina o caos em nós?

sábado, 16 de maio de 2020

29. O caos continua

Bem, faz dois meses que estamos em casa em quarentena.
Parece que nada amenizou, pelo contrário.
Chegamos a média de mais de 800 mortes diárias.
Isto porque há uma subnotificação imensa.
O ministro da saúde Nelson Teich pediu demissão.
Que cenário triste estamos vivendo.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

28. Gostosa

A chuva chovendo bem de mansinho.
Na sombra do quarto,
O calor do corpo,
A preguiça desejada,
Sexta-feira chegou,
E agora!
Viver este momento pleno.
Este momento quimérico.
E tudo se vai,
Vai, vai,
Como o vento numa manhã fresca,
Gostosa...

quinta-feira, 14 de maio de 2020

27. Chuva

Chove ao longo da manhã.
A chuva chovendo é bonito e é agradável.
Bonita porque faz um barulho tão gostoso,
Ver a água escorrer também é bonito,
A água transparente escorrendo.
A gente ver de perto a lei da atração dos corpos
A força da gravidade,
A mágica que são os rios aéreos.
É um dos fenômenos mais impressionantes,
E importante para a nossa vida.
Fonte de água celeste.

26. Clarice

Consegui baixar um livro de contos de Clarice Lispector.
Que delícia de leitura.
Imagine comer mel no próprio favo.
Nada pode ser mais gostoso.
Então, vou saboreando os textos,
Um a um. 
E cada vez vou gostando mais.
Que mulher encantadora.
Então toda noite leio um ou dois textos.
Assim como fiz com Eduardo Galeano.
É isto!

quarta-feira, 13 de maio de 2020

25. 2007

Em 2007, estava em São Paulo. Morava com minha irmã, Meire. Fazia estágio com Rosângela Bianchini no instituto de Botanica onde ia durante a semana inteira.
Acordava de madrugada e pegava um ônibus lotado. Eram três conduções, o primeiro até o Jabaquara, o segundo até São Judas e por fim o Jardim Botânico. Amava subir caminhando naquela estrada ladeada por floresta. Prestava atenção em todas as plantas, nas pessoas que passavam de carro, nos aviões que cortavam o céu, no canto das aves, e até nos meus pensamentos. Senti muito frio, senti muito acolhido por todos pela Tereza, pela Rosângela, pela Inês, pela Margarida, pela Lúcia e pela graça. No prédio tinha o herbário com uma maravilhosa coleção, tinham livros antigos que amava consultar. Enfim tinha tudo que precisava. Foi ótimo e durou tão pouco. O que é bom dura pouco. Depois mudei para um lugar magnífico. Temos que abrir mão de umas coisas para encontrarmos outras ainda melhores.

24. Cansaço

As noites estão escuras e nublada.
Venta frio e fresco.
Dias de muito trabalho.
Cansaço com a monotonia,
Cansaço com as notícias.
Cansaço,
Não temos paciência ou sono
Ou disposição.
E assim é comigo e com quem converso.
E assim se desenrola esses dias de isolamento, essa quarentena que salva vidas.
Tudo, vai passar.

23. Caminhar

Gosto de sair para caminhar,
Enquanto, caminho vou pensando,
Os pensamentos vão mudando de acordo com as impressões.
São estímulos internos e na maior parte externos.
São as sensações que desencadeiam os temas do pensamento,
Porém são tantas impressões que nem sei se consigo organizar nada.
Às vezes, tenho boas sacadas, outras não tenho nada.
Todavia sigo caminhando, enquanto o tempo passa.
Um canto de um pássaro,
Um odor,
As formas,
Tudo vai me ajudando a resgatar as memórias,
Às vezes é bom, outras não.
Bem, se nada resulta, a caminhada melhora meu bem está.
E é assim que é.

terça-feira, 12 de maio de 2020

22. Grisos

Ah. 
A maturidade,
A soma de nossas experiências.
Nossas respostas a nossos problemas,
A soma dessa totalidade chamada vida.
E o tempo a cada dia que passa
Vai nos coroando com os grisos pelos,
Com marcas nos corpos.
Com as memórias,
E assim, assim se vive a vida.

21. A chuva

A chuva é melancólica,
Dias mais, dias menos,
A chuva chovendo
Parece uma peneira peneirando,
Trazendo alimento para a gente.
A chuva veste o sol e muda o azul,
A chuva esfria o calor,
A chuva lava as ruas,
A chuva é divina.
Até as aves cantam agradando a chuva.
Ouvir Chopin é ouvir a chuva
Um que de triste.
É a chuva tudo isso.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

20. Dias especulares

Dias especulares,
Dias de sol,
Dias de chuva,
Dias...
A gente vai tecendo
E construindo nossas vidas.
Acertando ou errando.
Dias especulares sobre,
Uma lua plenilúnea,
Sob uma noite estrelada.
Dias assim.

19. Tempo

O tempo passa voando,
Tempo de sol e luz,
Manhã efêmera,
Céu azul,
Nuvens frouxas cor de algodão,
Dias eternos,
Que sempre veem pelo amanhã.
Tempo infinito tempo.

domingo, 10 de maio de 2020

18. Dia das Mães

Um domingo lindo de sol e céu azul.
Sem praia, sem caminhada, sem o abraço da mamãe.
Sim é o dia das mães.
Que Deus abençoe todas as mães.
E defenda aquelas que estão numa cama.
Pai celeste.
Acalma nossos corações.
Que restabeleça nossa vida normal.
Quem sabe o quanto muitas pessoas estão sofrendo neste momento.

17. Maio de Covid-19

Maio está passando muito rápido. Faz  sete semanas que estamos em quarentena. O número de mortes de Covid19 aumentou vertiginosamente. Ontem, sábado foram 730 mortes em 24 horas, quando atingimos a marca de 10.000 mortes. A angustia e medo toma conta da gente. Os dias são monótonos e o que nos conforta é falar com os familiares e amigos pelas redes sociais. Então os dias vão passando, o caos se estabelecendo e em Brasília um psicopata não se cala. Causa o tempo inteiro.
Não está sendo fácil.

sábado, 9 de maio de 2020

16. Fé

Longe de casa,
A Saudades é intensa,
Presos sem poder ir ou vir.
Nossa mente fica um caos,
Medo e angustia são nossos sentimentos mais próximos.
Hoje mais que ontem.
Hoje mais que ontem.
Algumas coisas até perdem o sentido.
Com fé! isso há de passar.

É isso o tempo

 O sofrimento dilata o tempo! O tempo não existe! O tempo é um conceito. Eternidade é a ausência de tempo. Vinícius de Morais cunhou a frase...

Gogh

Gogh