Noite longa mal dormida,
O canto dos grilos,
O tic-tac do relógio,
A luz acesa,
Algo não me deixa relaxar,
Algo me faz acordar
Ou nem dormir,
Coisas assim,
Não é caso de insônia.
Que será?
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
Noite longa mal dormida,
O canto dos grilos,
O tic-tac do relógio,
A luz acesa,
Algo não me deixa relaxar,
Algo me faz acordar
Ou nem dormir,
Coisas assim,
Não é caso de insônia.
Que será?
Os pintos piam no chiqueiro,
O cachorro alvo dorme na areia branca,
Um papa-lagarta corrocheia na pinheira,
No sítio canta um fim-fim,
Um picapuzinho anão,
Cheiro de umidade gostoso,
O que é tudo isso?
A manhã surge tão animada com o canto das aves. Vocalizam os papa-cebos, sanhaçus, cancões, anuns, tirrites.
Aqui estou na área em sentava em companhia de papai para tomar um chá e sentir a vida.
A vida tem uma atmosfera que as vezes nos faz pensar demais.
Estou aqui sentado e sentindo o beijo da manhã.
A tarde cai no sítio
Como as chuvas que partiram do ano.
Na pinheira canta o fim-fim,
Uma sabia cisca no monturo,
Sábado veio em casa uma alma de gato,
Chamou, chamou,
Até ficou a vista com seu corpo rufo
E seu olho vermelho,
A coisa mais maravilhosa,
O milho já secou,
As pinhas racham nos pés,
O período de chuvas se foi,
Até o papa-cebo já está cantando.
Segunda-feira,
Serrinha do Canto,
Coisas assim.
Que experiência ácida,
A saudade de uma pessoa amada,
Essa partida sem volta do ser amado.
Parece que a vida perde todo o sentido.
As relações viram gaz,
Se desfazem...
Que momento díficil.
Assim é.
A ausência fria,
A inação,
Tudo que sobrou foram memórias.
Tudo acontece tão rápido,
E o vazio que fica na gente,
Que vazio,
Tudo segue,
Mas que vazio.
Aqui estou, faz meses que papai se foi.
Nosso sofrimento foi muito dolorido,
Ainda sofremos, mas aceitando a realidade.
Tudo mudou muito em mim.
Externamente pouco mudou,
As coisas continuam as mesmas.
Agora ficou a grande questão,
O corpo se degrada, mas e espírito?
Metafísico!
Difícil!
É fácil ver papai e lembrar dele.
Da generosidade e o amor pelos filhos,
Pelos animais e plantas.
O cuidado com o sítio.
A proteção e a fé.
A gente aprende observando
E essas coisas aprendi com ele.
Que aprendeu com o pai dele.
Cada um constrói sua história.
Papai nos deu sua história.
Seu legado somos nós.
Dia,
Aqui estou em Serrinha dos Pintos.
Experimentando a ausência de papai.
Deitado na rede ouço os pássaros a cantarem.
São vem-vem, papa-cebos, sanhaçus,
E galinhas.
Tudo continua do mesmo jeito,
Sem as coisas por papai feitas.
As pinhas estão ficando todas rachadas
E com brocas.
Já o verão chegará.
Que vazio esse novo tempo.
A manhã fria,
O piado dos pássaros,
Julho.
Sol brilhando no céu azul.
Frio!
Amanhã viajaremos.
Tempos verbais,
Verbos astrais.
Através de minha mente
Vejo as cores,
Vejo o tempo.
Sinto o mundo.
Mozart sua obra magnífica me impressiona,
Tempos vindos e idos.
Tudo num pensamento,
Numa cadeira,
Numa ação inerte.
Tenho saboreado meus dias,
Manhãs, tardes e noites...
Cada um destes segmentos de tempos.
Minha mente a todo tempo matutando,
Ordenando e organizando minha maneira de pensar.
Ai vem as tragédias e perturbam minha alma.
Na velocidade que vivemos não dá para saborear muito as coisas.
E perceber as pequenas coisas da vida.
Como o piado das aves,
O aparecer das estrelas,
Uma música,
Um pensamento mais elaborado.
Nada...
Só essa fome de saber o que acontece agora ou daqui a pouco.
A internet tem nos aprisionado em nos mesmos.
Andamos ansiosos demais.
Por nada.
Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...