Árvore enorme
E Sombra rala
Miúdas folhas
Armado tronco
Casca encarnada,
Feito couro curtido,
Mandeira forte e dura,
Usada no carvão,
Na porta e janela,
Na cangaia...
Perfume de verão,
Alimentar a fauna
Plataforma de pouso
Mata frouxa
É o anjico
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
Árvore enorme
E Sombra rala
Miúdas folhas
Armado tronco
Casca encarnada,
Feito couro curtido,
Mandeira forte e dura,
Usada no carvão,
Na porta e janela,
Na cangaia...
Perfume de verão,
Alimentar a fauna
Plataforma de pouso
Mata frouxa
É o anjico
Manhã plena ensolarada,
Céu azul oceano céu a brilhar
Então saio a pedalar,
Cruzo ruas olho os jardins
Vou seguindo até a mata
Que vigor viridescente,
Flores amarelas,
Flores alvas perfumadas
Perfume de angélica
Perfume de guabiroba,
Perfume de mutamba,
Eita mata perfumada,
Até o feijão bravo tá florido
Nesta faixa tão estreita,
Cada vez mais esmagada,
Pela construção civil,
Já não sobra quase nada,
E o que sobra ainda descartam lixo,
Pobres árvores esmagadas,
Pobrezinhas perfumadas
Mutamba,
Guabiroba,
Angélica,
E o que sobrar no futuro
Nada nada nada,
Só o luxo
Só o lixo,
A mata tá condenada,
Pobrezinhas esmagadas,
Porém floridas e perfumadas.
A noite escura
O céu estrelado,
Estrelas brilhando,
Nuvens passando,
Um dejavour,
Faltou o relinchar
De um jegue
Besouros ciciando,
Minha mente está perdida,
Divagando sobre o não ser
A brisa sopra
Os olhos se cansam,
E a ordem lógica não foi achada,
Nenhuma ideia,
Cadê o entendimento?
Como sempre atrasado,
Como sempre acanalhado
Muito querendo e pouco comendo.
E a sextilha?
Não sei ainda,
Mas vou aprender
Estou tentando aprender a aprender.
Mais nada.
Árvore torta e armada,
Romos abertos e difusos
Casca castanho avermelhada,
Quase sempre esfoliada,
Suas folhas imparipinadas,
Perfumada se rasgada,
As flores reduzidas
Diclinas e tetrameras,
Os frutos cápsulas
Com sementes ariladas,
Na cultura popular,
Se usa a madeira
Pra fazer artesanato,
Porta, bichos, objetos,
Nasce muito na Paraíba,
Mas dá em toda caatinga,
Embeleza nosso lugar.
A janela aberta,
Quadro na parede,
A brisa fria que entra,
O canto do sanhaçu-palmeira,
O sanhaçu-cinza,
O papa-capim,
O chiado do computador,
A vida é sublime sobre tudo,
Mas lembrar que está vivo,
Pensar nisto tudo,
Pode tornar tudo mais gostoso.
O meu amor nasceu contigo,
Seu primeiro choro derreteu meu coração,
Ao te pegar no braço, fui tomado de amor,
Ao te ver sorrir, fui tomado de amor,
Ao te ver respirar, fui tomado de amor,
Ao te ver chorar, fui tomado de dor,
Seu choro é seu código que aprendemos a decifrar,
Tudo fazemos para sentir que estás bem,
Estás bem...
Se dorme te amamos,
Se brincas te amamos,
Contigo nasceu uma nova forma de viver.
A madrugada encantada,
A corroira cantando calma,
O bem-te-vi de sobrancelhas,
Dizia que tinha me visto
Som belo, som perfeito
Nem vi a madrugada
Agora canário corrochiam
Há uma grande beleza
Em tudo isso
A celebração do ser.
A gente vive como sabe, como foi ensinado a viver.
E como a gente sabe?
Porque viver é ser.
E o que é ser?
Está ai?
Ensinaram-me tudo que sei.
Aprendi o que que me ensinaram.
Aprendi o que entendi e o que busquei aprender, além do que sinto, além do que percebo.
Como se nortear sem uma direção a seguir?
Olho no espelho,
Encaro-me olho no olho. Penso quem sou?
E me perco ainda mais na consciência.
Se o fim é único para que tanto esforço?
Sou e uma aranha na teia é,
Uma mosca presa a teia é,
Uma jurema é.
A coisa em si e a coisa para si.
Até quando é e enquanto é.
Qual o valor de cada coisa?
Tudo isso me custa o entendimento.
Mais nada.
Que saudade da infância
Que foi toda vida campestre
Em tudo só via e sentia,
Em nada pensava,
Só existia, só ria,
Mamãe pensava por mim,
Papai fazia o que podia,
Riso era alegria,
Alegria igual a confeitos,
Por isso ficava ansioso,
Pelo sábado quando papai ia pra feira,
E trazia sempre em saquinho de papel,
Um punhado de confeito,
E distribuía pra gente,
Trouxe um caminhão amarelo de botijão,
Trouxe um caminhão azul de cavalos.
Mamãe me mimava,
Rosangela me cuidava,
Nas terras arenosas desconhecidas,
Fui vivendo minha vida,
Nossas vidas,
Chupando caju e umbu,
Envergonhado, sonso,
Dentre outras variações
A infância traçou minha existência,
As orações guardaram o medo,
A fé o norte...
A vida uma essência...
Momentos doces de infância.
Eu sempre amei frutas. Caju, goiaba, pinha, araçá, seriguela, pitomba, pitanga, umbu, cajarana, cajá, coco, coco catolé. Essas tínhamos em ...