quarta-feira, 5 de agosto de 2020

6. Agosto

Agosto chegou e com este uma ventania fria,
Vento que sopra de açoite através das janelas,
Sopra levando poeira e folhas.
A gente ouve o som da ventania, 
Som das folhas secas arrastadas nos ásperas ruas de paralelepípedos,
Agosto de aniversários de parentes,
Mês de signo de Leão,
Agosto, augusto...
Coisas do tipo.

terça-feira, 4 de agosto de 2020

5. Consciência

Consciência!
Quem não tem?
Até o mais bronco dos seres,
Só que uns tem mais para umas coisas que para outras.
A variável entre nos humanos é muito extensa.
Talvez sejamos todos loucos,
Talvez nada seja certo,
Talvez nossos juízos sejam nossa falência.
Talvez...
Mas como aqui tudo é breve,
Pensar é perca de tempo.

4. Todos

O medo ao fim nos apavora e nos enfraquece.
Temos medo do momento e nos preocupamos com este momento.
Por que somos acometidos por este medo?
Nem temos ideia, apenas sentimos e ficamos apavorados.
A imprevisibilidade da vida nos consome,
Só nos resta oração.
Oração e coragem para passar pela vida.
Já que tudo vai passar um dia.
Que angustiante não,
Mas isso será vivido por todos.

domingo, 2 de agosto de 2020

3. Madrugada

Às vezes que viajava,
Na madrugada quando acordava, 
E ligava o rádio,
Ouvia as canções caipiras,
A ânsia de chegar,
De ver o sol nascer,
No triângulo mineiro,
De manhãzinha Uberlândia 
Fresca me acolhia,
E o tempo voava.

sábado, 1 de agosto de 2020

2. A vida

A vida parece sempre vazia.
A vida parece incompleta.
Nela o tempo não passa.
A vida é ímpar como tudo é,
Tudo acontece como tem de acontecer,
Com ou sem tempero.
A vida é inadequada,
Um grande acaso.

1. Oração

A noite, o dia, o sol e a lua eternos são,
Cotidianamente vem e vão.
Na anoitecer de uma vida 
O amanhecer de outra vida,
O medo, o carinho e o amor, 
De quem já viveu,
De quem vai viver,
Como em um ciclo vital,
O medo de não ver mais as flores e os filhos,
O medo do desconhecido.
Oh fé, esperança, 
Oh Deus pai, filho e espírito santo,
Ensina a suportar nossos sentimentos 
Basais, terrenos.
Ensina-nos a aceitar a vida como ela é.
Amém.

sexta-feira, 31 de julho de 2020

61. Enquanto

O céu azul, limpo e completamente nu.
Um grande vazio celeste onde só o sol explendorosamente brilha.
Aqui na litosfera, na biosfera sob a sombra 
De uma pinheira, sinto o frio fresco da manhã. Ao meu lado num pequeno chiqueiro piam pintos órfãos de chocadeira.
No ar o cheiro do chiqueiro de porco.
O chão úmido e enxombrado e frio das sombras noturnas da noite passada.
A noite passada teve uma luz fria da lua crescendo.
Tudo acontecia enquanto dormíamos em paz.
É tão bom tudo isso quando estamos com quem amamos enquanto há vida.

quinta-feira, 30 de julho de 2020

60. No mundo

Depois da noite de chuva,
A gente levanta e ver a terra molhada,
A gente sente o cheiro do mundo.
A gente tem inúmeras sensações.
São memórias, são construções
É a realidade.

59. Abelhas

Com a chuva de ontem o mato ficará verde por mais dias. Mais flores florescerão.
As abelhas abelharão.
E eu estarei mais contente.

58. Saber popular

Conhecimento popular é algo encantador e meio que mágico. Aparentemente, desprovido de método. É um tipo de conhecimento empírico. Acho fantástico.
Recentemente presenciei a eficácia deste tipo de saber. Estou na casa de papai é fim de julho e do período de chuva. O sol já se encontra no céu limpo querendo torrar tudo.
Primeiro foi papai que disse vai chover ainda os trovões que deram foram muito fortes na última chuva. Dias depois tio Itamar anunciou a mesma coisa que ia chover, pois os trovões haviam sido muito fortes. Só ouvi, mas não dei crédito ou descrédito. Então, ontem à noite, acordei com o som e o frio da chuva. Nossa que maravilha a chuva e a eficácia do conhecimento popular. 
De certo os mais velhos já professavam esse saber e por mim o mesmo alcança mais um fôlego.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh