sábado, 29 de fevereiro de 2020

Sentido

Os tortos ramos armados e escuros
De fundo um cinza cor de nuvem,
Saltita um passarinho caçando insetos,
Em busca de preencher
O que penso faltar,
Vou clicando,
E nada sobrenatural encontro,
Pois o real é o real,
Intrincada, armada,
Simples como é,
Essa minha realidade,
Que me dar sentido.

Fotografia

A fotografia me permitiu ver além do que vejo.
Quando faço um registro, consigo rever uma cena, uma estrutura, uma paisagem.
E quando nada me preenche, quando me angustio e não sei o que pensar,
Saio com uma câmara na mão para ver o mundo
E vou fotografando até me esquecer de tudo.
Então volto pra casa e posso me suportar mais um pouco.
E assim, passam os dias, os meses e os anos.
Certas coisas podem ser percebidas com nitidez,
Mas nem tudo.

Amanhã

É certo que nem sempre estareis aqui.
Hoje pode ser o último dia.
Ontem é passado.
O que te angustia agora não é eterno.
Calma, são memórias aflorando.
Se nada parece fazer sentido,
Esta sensação passará.
A beleza virá.
Como a semente que germinará,
A planta crescerá.
Amanhã quem sabe.

Vai passar

Paciência com o corpo e com a vida.
Se nada te alegra ou te espanta.
Se faz calor demais,
Se a mente está vazia,
Se rejeitas qualquer coisa,
Se a comida não tem sabor,
Se tudo desagradas,
Se até as imagens te gera desconforto.
Tudo é passageiro.
Quantos dias bons não viveu,
Vai passar,
Vai passar.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Antecipação

Antes de uma apresentação a gente fica apreensivo,
Até que passemos a primeira marcha,
Então, já sabemos como será o andamento do resto.

Virose

Após uma virose a gente se sente fraco,
Sem ânimo, sem perspectiva,
Nem mesmo boas notícias nos anima,
Nem dinheiro,
Nem sorvete,
Esperança é o que resta.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Incomodo

À noite tive febre e dor de garganta e calar frio.
Como foi longa e a impressão que ficou é que estou me sentindo internamente.
Não consegui me concentrar.
Queria o calor para me curar,
Mas uma infecção não passa instantaneamente,
Levantei-me e tomei o café com tapioca dos sábados.
Ouvi uma entrevista de Borges,
Estou ouvindo Copin,
Porém não queria fazer nada,
Incomoda-me um molar,
Incomoda-me a existência,
O calor...
Tudo vai passar. 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Euforia

A suavidade de uma manhã pós chuva,
A luz cristalina refletindo nas folhas molhadas,
O solo molhado, o cheiro das folhas e fungos,
O canto do rochinol, do sanhaçu,
Um bom livro,
Uma música agradável.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Coisas naturais

Um dos melhores Campus em questão de ambientes que conheço é o da UFPB.
Com 11 fragmentos de mata o contato com a natureza é inevitável.
Uma mata com composição de floresta atlântica com arvores de 30 metros.
As árvores com maior porte são a munguba e o pterocarpus, no entanto, a espécie com maior abundância é o pau-pombo uma espécie que produz frutos muito apreciados pelos pássaros. 
No geral, as espécies arbóreas no campos apresenta uma densidade baixa, sendo portanto raras na área como a peroba, a maçaranduba e a sapucaia. A mata é muito rica em cipós e quase não apresenta epífitas.
Na maior parte essas árvores prestam um serviço essencial para o embelezamento do campos, pois além de refrigerar o microclima local, fazem sombra que permite caminhar com mair conforto pelos ambientes e são fonte de moradia e alimento para aves principalmente passareniformes e mamíferos como o bicho-preguiça. De maneira que quando atentos ao chegarmos no campos podemos ouvir o canto de inúmeras aves tanto em dias de sol quanto em dias de chuva ou nublados.
Hoje como está nublado, quando fui amarrar minha bicicleta pude ouvir o canto sonoro de três sabiá.
Acho que não há pássaro mais brasileiro que o sabiá que canta de sul a norte, nas matas exuberantes da amazônia, nas matas riquíssimas da floresta atlântica, mas matas retorcidas do cerrado e nas matas secas da caatinga, de forma que do gaúcho, ao caipira, ao matuto, ao litorâneo, ao amazônino, todos reconhecem o canto do sabiá.
E nós matutos amamos essa beleza poética natural que a floresta em pé promove.
E a gente fica feliz e orgulhoso com esse presente de Deus.
Nós do Campus valorizamos muito isso, as coisas naturais.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Onde existi

O chão de solo seco coberto de garranchos e folhas secas.
Marmeleiros incensados, mimosas armadas,
Aroeira esgalhada,
Catolés brilhantes,
Nesse chão que deita o fruto,
Nasce também morre,
Nesse chão que furei meu pé,
Plantei a semente que me alimentou,
Semente de milho, feijão, jerimum, melancia.
E por acaso a biologia ajudou com pinheiras,
Cajueiros, goiabeiras, cirigueleiras.
Está tudo concentrado aqui,
Minha vida inteira, minha existência,
Minha percepção,
As belezas que conheço brotaram aqui,
Cantos de aves, beleza e doçura da fruta,
Perfume da flor,
E tantas coisas mais,
Quando deixar de existir,
Quero que saibam que aqui fui feliz,
Aqui vivi,
Nessa baixa de Serrinha do Canto.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh