quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Necessidade

Acordar com tiros abatendo a caça,
Tiros em preás.
Desportar de madrugada em busca de comida viva.
Será necessidade ou aventura?

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Sabiá e sua linhagem

O sabiá tomou o topo da árvore e se pos a cantar,
Cantou intermitente o seu canto alto e belo.
Cantou por um longo tempo e enfeitou a aurora.
Vir cantar não é uma coisa repetitiva,
Não é rara,
Mas nunca canta no mesmo lugar.
Será por isso que não fica na memória?
E o que importa?
Já vivi tantos anos,
Tive tantas experiências e ainda sim me encontra ouvir o sabiá  cantar.
E também me encanta o poder que tem a água de mudar a natureza,
De fazer germinar a vida das sementes
De fazer as árvores e os arbustos brotarem novos ramos, folhas, flores e frutos,
De fazer o sabiá acordar cedo pra voar para o ápice da árvore e continuar cantando como fizeram seus antepassados. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Amanhã

Não sei quantos dias me restam.
Não imagino nada do futuro,
Tenho o passado em mim.
O presente é poesia,
Ver a natureza em constante mudança,
Percebe-la e senti-lá,
Até quando?
Que importa,
Amanhã,
Espero que tudo seja igual.
Amém.

O poeta uruguaio

Que maravilhoso é o escritor Eduardo Galeano

Sabiá

Quando se atinge o extremo, ansiamos pela mudança.
E qualquer alteração já nos faz sentir bem.
Estava seco, numa aridez só,
Então ficou nublado e choveu,
E agora depois da chuva ansiamos por mais chuva.
Aguardamos ansiosamente,
Pois a chuva traz a água que tudo na natureza transforma.
Hoje pela manhã acordei o canto do sabiá,
Fiquei na dúvida se era um sabiá branco ou laranjeira.
Canta tanto esse bicho lindo,
Estará num angico?
Os angicos estão se cobrindo de rama e flores.
Aqui é assim,
 Choveu e logo enramou.

domingo, 5 de janeiro de 2020

Lugar

A noite, a lua crescente clareou o terreiro,
Haviam nuvens que o vento logo levou.
Os grilos grilavam,
O vento ventava,
E as aves dormiam, exceto os bacurais,
A noite aqui parece tão vazio,
Parece outro lugar.

Canto

Canta intenso o rouxinol,
Canta lá pras bandas da frente,
Grosna um bando de pacuns,
Cantam os galos de campinas
E os frugívoros sanhaçus,
Será se é porque hoje é noite de reis?
Claro que não,
Essas aves catingueiras
Só tem fé na natureza,
São panenteistas,
Feito Spinosa,
E eu na rede feito Jorge o amado,
Não não,  acho que o Gênio do Borges
Não perdia tempo com aves
Para o amor era aos tigres.
A prosa tá boa, mas vou voltar a ouvir as aves. 

sábado, 4 de janeiro de 2020

Perdidos

Enquanto o sol  se encontra nublado,
Os ramos tem suas gemas brotando,
As aves grasnam ou cantam,
A tarde vai caindo frescamente,
Eu perdido em meus pensamentos.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Racionalizar

Cai a tarde que ainda verde nem se percebe,
A luz tá menos intensa quebrada pelas nuvens.
Nessa hora ativas pintos e galinhas aguardam barulhentas pelas sobras
Da comida do cachorro.
Piam os sanhaçus,
Vi gralhas que aqui chamamos de cancao voando voos curtos,
A moda saguis.
Um João-de-barro canta longe numa sombra qualquer,
Canta também um rouxinol
Ao que parece  logo vai chover.
Na casa do vizinho os homens conversam enquanto trabalha.
Deitado na rede só observo e tento entender,
Mas nada é para ser entendido,
Apenas vivido,
Entender é não ser.

Incógnita

Acordo,
A manhã agradável está  fresca.
Parece está nublada,
Longe canta um cancão
E perto um rouxinol,
Enquanto leio Osho,
Pareço não entender nada,
Mas depois fico digerindo as sentenças.
Algo se adere ao meu pensamento,
Algo consciente,
Que não do passado ou do presente,
Atemporal,
Aqui estou prestes a levantar,
O conhecimento torna amena qualquer coisa.
Mas as manhãs são sempre incógnitas a vida,
Por isso como é bom o frescor
E o som das aves.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh