terça-feira, 12 de junho de 2018

Bem estar

Hoje, nesta manhã brumada tudo é calmaria.
Não tem brisa, não tem brilho, não tem movimento.
Só se ouve o canto das aves ocultas entre os ramos das árvores.
Sabiá, patativa, bem-ti-vi, sanhaçu e só.
As janelas ainda refletem através do escuro de seus átrios.
É tarde para tudo isso.
Tudo isso me faz sentir bem.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Acontecimentos

Uma manhã chuvosa,
O pio silencioso dos pássaros,
O som de pingos de água que escorre das folhas,
Lembranças!
Imaginação do que foi,
Perspectivas,
Um conto lido.
Pensamentos não escritos.
Tudo isso faz parte de um universo que pode ter acontecido
Ou poderá vir a acontecer.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Momento

Concomitantemente a chuva chove tenuemente enquanto o sol brilha uma luz suavemente dourada.
Neste momento, a natureza é toda reflexão e até os pássaros estão matutando em silêncio.
Enquanto não sou tomado pelos problemas que requerem solução imediata permaneço imóvel contemplando o que penso e o que observo. Talvez não pense em nada nem observe tão pouco algo, mas este momento é todo meu.
Enquanto isso a chuva deixou de chover, mas o sol continuou brilhando e sua luz me permite ver com nitidez a beleza que há na natureza.
E o momento se foi.

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Despertar

Despertar e perceber as coisas que nos envolvem e nos suportam e que dão significado a nossa existência é uma dádiva.
Ouvir os pássaros cantando e o ronco do motor da geladeira.
Sentir o lençol nos envolvendo.
Ver a luz frouxa atravessar as frestas pela janela.
Pensar na existência.
Ter consciência da realidade e perceber como já foram e como é hoje.
E perceber que a vida é passageira.
Perceber nas memórias imbricadas pelo tempo o quanto já viveu e o quanto se tem para viver.
Esse exercício é um despertar da consciência existencial.
Quantas vezes não ouvi o estalo dos gravetos sendo quebrados ao som de rádios AM e em pouco
após o fogo aceso se ouviu a água fervendo e se emudecendo a mistura do pó de café e então o aroma se espalhando pela cozinha, sala e quartos.
Quantas vezes mal, desperto, não tive que sair para pegar água no córrego ou nos açudes enfrentado a preguiça e o vento frio.
Por vezes, mal desperto sair para correr ou cuidar do corpo de maneira torpe porque não.
Talvez por não ver outra maneira de ser, nunca me despertei para isso. Despierta!
Hoje para me despertar penso no antes, no agora e na possibilidade de um amanhã.
Talvez assim saberei despertar para a vida.


terça-feira, 29 de maio de 2018

Passagem

Cai a tarde crepuscular,
Em pouco nascerá a lua,
A noite fresca chega.
E mais um dia se vai.
Amém.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Hélio

Ontem, 27 de maio de 2018, Hélio de Paulinha, nosso vizinho de infância, dormiu na eternidade.
Um infarto o ceifou.
Desde que tenho lembrança o conhecia e tínhamos como amigo da nossa família.
Era uma pessoa simples, muito sagaz e bem humorado.
Tinha estatura baixa não tinha 1,70, mas passava dos 1,50 m. Tinha olhos claros e uma barba fechada.
Hélio, desde cedo, aprendeu a arte do comércio.
Vendia e comprava coisas, galinhas, bodes, cabras, ovelhas, porcos, garrotes dentre tantas coisas.
Sabia sempre fazer uma transação comercial de maneira a ganhar sempre algum trocado.
Assim, desde cedo foi se construindo como uma pessoa honesta.
Lembro que quando casou já morava na casa de Crejo seu irmão, mas depois construiu sua própria casa onde viveu até os últimos dias.
No início de sua jornada para se deslocar tinha uma burra baixeira e só com muito tempo comprou uma moto.
Lembro quando nasceram seus filhos. O primeiro foi Hugo e depois veio Tiago. Naquele tempo a gente ia muito fazer boca de noite lá.
Papai adorava ri dos casos que ele inventava e contava.
Lembro na época que a gente precisava colocar água em casa no jegue a destreza como ele enchia as ancoretas.
As vezes que saia em busca de comida para as criações.
É! Hélio enchia aquela baixa de Serrinha do Canto de vida.
Foi um personagem muito importante.
Hoje, ele deve ter se encontrado com o povo que o esperava.
Seus pais Chico Franco e Maria, suas irmãs Nida e Dezu; os vizinhos Joãozinho e Elita de Licor; Artur Barreto, Seu Amaro e Ciça; Bunina, Josimá e Lenita, Diniz que chegou faz pouco tempo; Odaleia, Munda e Sua irmã; Iracema, Lúcia, Zé de Júlio, Nelope e Luiza, Luiz, Açuero; Luiz de Mundin, Dona Francisca, Rita das Arupembas e Zé, Sivirino.
Todos em festa.

Agora só renta de sua lembrança seu aniversário e a gaifa que fazia.

Ocaso

O ocaso está aí.
O dia se divide em noite.
Aos poucos o breu ocultará todas as formas e cores.
Em instantes os rádios tocarão a Ave Maria.
A lua de certo aparecerá.
Esta hora tão saudosa e reflexiva;
A pouca luz e a ave maria e a fé que une gerações.
Tudo isso, pode ter significado apenas para mim
E um par de pessoas,
Mas me emociona,
E me enche de lembranças.
A vida se revela solitária ai.

domingo, 27 de maio de 2018

Um pouco mais

A noite caiu suave, fresca e enlatada.
Depois de um dia de paz.
Assim, estou contente como se sente após
Uma jornada.
Um dia de leitura e reflexão sobre as coisas
Que me encantam como literatura e filosofia e botânica.
Mas ainda resta uma curta noite

Para pensar um pouco mais. 

Domingos e avós

Domingo, dia de calmaria.
Das lembranças que tenho da infância a visita a casa de meus avós era comum aos domingos.
A gente, mamãe e eu, sempre saia de casa cedinho e ia a pé mesmo.
Não sei se a gente conversava, mas talvez sim. Mamãe é uma pessoa muito comunicativa.
E saia pela ou caminho falando com os conhecidos.
Coisas inusitadas sempre aconteciam como encontrar Zé de Julho na burra faceira conversando sozinho.
Passar na casa de Nitinha, onde hoje é coração do açude do porção, para tomar água. Dava gosto ver a limpeza da velha dizia mamãe. Lembro do cachorro de balaio único que tinha visto. E seguia indo até a casa de Vô Sinhá.
Por mais cedo que a gente chegasse o feijão já tava quase cozido.
Quando a gente chegava lá mamãe ia ajudar vovó enquanto eu ficava atoa. Olhando as coisas quase sempre velhas. As cadeiras de balanço, uma com couro de porco espinho, o banco, o tripé de alumínio, a cristaleira, uma gaiola com um golinho, a foto de tio Raimundo.
Se saia via a calçada velha alta. As pinheiras com pinhas brocadas, o banheiro velho.
Entre o armazém e a casa as galinhas gordas de vovó, no oitão um pé de crinum.
Aquele sítio de fora silencioso e sombrio. Hoje entendo que era minha falta de entendimento.
E assim o tempo passava enquanto estávamos ali.
Vovó Zé que era só lembranças e silêncio. Gostava daquela voz que ele tinha, pena que peguei apenas a velhice. No passado era uma pessoa muito alegre e brincalhona.
Vovó que era a palavra de ordem.
O silêncio que hoje gosto era o que imperava e mais fazia não gostar daquela casa.
Palavras só as nossas ou os discursos preparados do rádio.
Hoje tudo passou.
Os domingos ai estão e nós somos os velhos do presente.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Pensar a solidão

Dentro da casa há um corpo solitário.
Ele foca nas coisas que se pode fazer só.
Abre a janela,
Deita,
Levanta,
Abre o livro e ler,
Fecha o livre e num atino ataca a geladeira.
Liga o computador
E se põe a trabalhar.
Ouvir música,
Escrever,
Organizar,
Fazer aula,
Tabelas,
Chaves...
E o tempo corre,
Ansiedade passa,
As costas cansam,
E cansado
Pára para descansar.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh