Às vezes, perdido nos pensamentos, enquanto caminho nas ruas ou nas matas ou observando através da janela podemos contemplar mais a vida.
Durante a madrugada sob a luz fria já vi por diversas vezes raposas passeando nas Três Ruas.
Outro dia quando voltava para casa da universidade pedalando, vi um beija flor voando em zig-zag entre os ferros que formam a cerca do campus. Atribui aquilo a dança da coleta de teia de aranha para a confecção dos ninhos. Borges não teria visto isso.
Despis de então sempre reparo com mais atenção no voo dos beija-flores.
Um dos dias mais emocionantes foi quando, na Bahia, íamos na estrada e vi um tatu-bola. Capturei, aquela coisa linda e indefesa, contemplei, depois soltei.
Foi êxtase total.
Coisas assim valorizam muito a vida.