sábado, 28 de fevereiro de 2015

O encontro

O destino rege nossas escolhas?

Escolher é seguir o destino?

Não sei. E se soubesse que significado teria para o outro.

Cada experiência é peculiar de cada indivíduo, cada pessoa.
Em cada um de nós está impresso a madeira de reagir as sensações.

Bom tudo começa por algum lugar em um determinado momento que na maior parte das vezes é uma incógnita.

E algo de bom me aconteceu e me marcou.

Era quase meio dia, fui ao herbário e senti um doce cheiro, um perfume muito bom, incomum para um herbário que cheira a naftalina.

Ouvi vozes distintas de rapazes e de uma moça.
Eis que vi três pessoas trabalhando, coletando dados para suas monografias.
Não me apresentei, mas perguntei de onde eram o que faziam ou melhor com que trabalhavam?

Convidei-os para almoçar como sempre faço. Concluídos seus trabalhos saímos e fomos almoçar.
Depois, voltamos para o departamento, peguei minhas coisas e os acompanhei até a parada de ônibus.
Não lembro sobre o que falamos, sei que era cedo da tarde e estava quente. Conversamos pouco, porque os ônibus que passam pela Dom Pedro II são muito constantes 301, 302 e 303. Tomamos qualquer um desses, fato sem valor.

Bom, saltei na segunda parada, disse um breve adeus.
Caminhei até a passarela, cruzei-a e fui contemplando o jardim. Contemplar o jardim sob o sol quente da tarde não é uma coisa boa para um nordestino, mas a beleza do lugar as vezes tem a fossa de fazer-nos suportar mais um pouco.

Fui em busca de meu amigo Pedro Gadelha, descobri o lugar onde ele trabalha. Naquela tarde estava mexendo num material que tinha coletado com Juliana, minha aluna na época. Nossa reunião foi breve, perguntei algumas informações de como deveria proceder para coletar no jardim botânico. Pedro como sempre muito educado e solícito respondeu tudo e ainda me passou uma lista de espécies da mata do Jardim Botânico.

Voltei para UFPB conclui algumas coisas e voltei para casa.
A noite fui correr e a noite aconteceu normalmente.

Nem imaginei que naquela tarde havia ocorrido  a fecundação de uma breve e saborosa história de amor.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Liberdade do ser

Que bom que a noite chegou,
Que bom que mais um dia passou,
Amanhã tem mais, vou dormir em paz.

Depois de um dia cumprido,
Vou dormir leve,
Agora ouço os sons da noite,
Grilos ciciando,
O som da brisa nas folhas...

É boa essa sensação de liberdade,
Dormiu ou não dormir,
Ir de lá pra cá,
Uma roupa ou sandálias pela casa,
Calças sobre as cadeiras,
Ser como sou ou gosto de ser,
A noite posso arrumar tudo
Ou nada deixar simplesmente para amanhã.
Ou nada,

Vou a geladeira encho um copo com água gelada,
Tomo os goles e me refresco,

Vou a janela sinto o frescor da noite,
Olho para as estrelas que brilham, para a lua
E sinto meu corpo cansado,
Querendo dormir,

Eis a minha liberdade de ir e vir,
Meu maior medo sempre foi perder essa liberdade,
Por isso talvez esteja só.

A chuva chovendo

A chuva chovendo... F. Pessoa

Encontro muito nos escritos do velho Fernando substantivos acontecendo e a frase citada é tão maravilhosa... A chuva chovendo, não se diz o brilho brilhando, pelo menos não vejo ninguém fazendo, fala-se a estrela brilhando, o sol brilhando...

Mas a chuva ela chove, acho de uma beleza espantosa e genial, porém muito simples...

Não sei se você ler Fernando Pessoa, mas é claro que conhece e se não conhece deve buscar conhecer. A sutilidade como Pessoa transparece na vida, transparecia melhor dizendo é de uma genialidade espantosa.

Há uma obra dele me faz arrepiar, chama-se o guardador de rebanhos!
Já ouviu ou leu?

Ouça: http://www.youtube.com/watch?v=0qCgprU8P8w 
 Leia: http://www3.universia.com.br/conteudo/literatura/O_guardador_de_rebanhos_de_fernando_pessoa.pdf

E então diga-me o que achou...

Pessoa aparentemente é triste, mas só a aparência.
Simplesmente quando o compreendemos é como se conseguíssemos encontrar o mais precioso dos diamantes.

Simples e gostoso como ouvir ou sentir a chuva chovendo.


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Consciência de ser

E mais um dia se foi,
Mais um dia se foi,
Vi a aurora chegar e partir,
Vi a manhã vir e ir,
Vi o meio dia, pino do dia
Vi a tarde eu estava lá, chegar e partir,
Vi a a noite chegando de vagar,
E aqui estou imerso no escuro da noite,
Embalado em seus mistérios...

Então, vivi o dia,
Vi meu dia passar,
Vi cada momento,
Não sei se vivi,
Pois quando pensamos fugimos da realidade das coisas,
Perdemos a atenção dos sentidos
E somos todos ilusão,
Há quem saiba domar os pensamentos...
E há aqueles que são pura emoção.

Tomarei um chá e voltarei a realidade de meus sentidos.

Espero

Espero,

Espero desde aurora
Até o meio dia,
Após o meio dia
Já passo esperar até a noite,
E quando é noite espero pelo amanhã,
Espero confiante na esperança,
Que alguém também esteja a esperar,
Quem sabe não iremos nos encontrar,
Cansei fazer os encontros acontecerem,
Cansei de experimentar,
Agora vou esperar,
Quem sabe o que pode acontecer,
Quem sabe quem irei conhecer,
Espero que valha a pena,
Na dúvida não tenho muitas escolhas,
Além de esperar,
Além de buscar,
Na dúvida vou esperar...
Pode durar dias, meses e até anos,
Mas pode ser que aconteça a qualquer hora...
Quem sabe!
Ah, se o outro olhar quisesse me olhar!
Deus sabe o que faz e tudo que faz
Tem um sentido,
Como o canto dos morcegos,
Como o perfume da flor,
Como o choro de um bebe,
Assim fico feliz em poder esperar.

Mistérios

Qual o encanto que me encanta?
A brisa da aurora,
O sumo doce da pitanga,
O canto do sabiá,
Uma frase bem pensada,
Uma coisa caprichada.

Que me encanta e não canta?
A habilidade das pessoas,
A resistência humana,
Nessa vida profana,
Resistir e ser resiliente,
As vezes quem sabe saliente.

Que me encanta?
A fé,
A paciência,
A tolerância,
A cumplicidade,
O amor... Sentimentos demasiadamente humanos.

De flor em flor
Beija o beija-flor.

Indagações aurorianas

Não vemos as curvas da noite,
Não vemos o delineamento do mundo,
A noite é escura, misteriosa por natureza,
A noite é possível ver a abóboda celeste com maior nitidez
Que paradoxo não?
A noite tudo torna-se próximo,
Sem o brilho das estrelas o que poderia está distante à noite?
A dama-da-noite se veste de branco e se perfuma com tanta elegância
E a noite quando se perfuma que podemos ver?
Indagações, indagações que me vêem a mente..
Por que tu acendestes em uma noite tão escura?
Como um cometa que acende e depois some.
Por que apareceu só para sumir?
Deixastes dúvidas em meu ser.
Como uma luz de fogo de artifício iluminou-se a apagou-se.
Gostaria de saber o porquê?
Se a noite tem uma orientação,
Fez a escolha. Por que desta luz?
E sem respostas continuo a observar a abóboda celeste.
Para o infinito existirá,
Podes vir ou partir...
Amanhã tudo escuridão.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O olhar

Uma flor,
Um espinho,
Folhas glabras,
O perfume da flor,
Os cachos,
A textura de sua corola,
Pétalas ao vento,
Perfume ao vento,
Cada um cada tempo,
Um olhar,
Um flerte acanhado,
O medo do oculto
No olhar,
Medo do que passa além da iris,
O que há por trás do riso?
Algo de bom ou de ruim,
Cruzar um olhar novamente,
Sentir o coração pulsar,
Será um sinal,
As flores as vezes ocultam espinhos
Além das pétalas,
Hoje não sei
Que se passou,
Foi um novo olhar,
Um perfume que me açoitou,
Como é bom se sentir vivo,
Com o sabor de um viço,
Um perfume,
Os cabelos...
Quem saberá.

Sobre a noite

É noite,
Após um maravilhoso dia,
Finalmente é noite,
Tudo que queremos é chegar em casa e relaxar,
Ouvir uma boa música,
Fazer uma boa refeição,
Contemplar a noite,
Ouvir seus sons,
Observar as estrelas
Tomar uma xícara de chá
E ler,
Se gostasse de futebol talvez estaria mais feliz hoje é quarta-feira,
Mas um bom livro me faz mais feliz.
É noite,
E repentinamente passa.

Observar a natureza

É preciso na vida aprender a aprender.
E a melhor forma de se aprender
Está em observar a natureza.

Observai quão são belas e efêmeras as flores,
Perceba que algumas flores são fecundadas
E geram frutos e os frutos por sua vez
Estão protegendo as sementes
E as sementes tornam-se adormecidas.

E quando as sementes caem em solo fértil
Elas germinam e a plântula que ali encontra
Cresce e se torna uma maravilhosa árvore,

Outras vezes as sementes não encontram um solo fértil,
E a semente germina e logo em seguida morre.

Algumas vezes as sementes continuam adormecidas
para sempre...

Algumas vezes a semente cai num solo fértil,
Mas não germina, talvez tenha sido melhor assim,
Possivelmente um dia a semente encontra um solo
Fértil e quando esse dia chegar,
Todo o passado será apenas passado,
Uma sucessão de erros que leva ao solo fértil,
Portanto, é preciso que a semente
Continue a tentar,
Continue a viver,
E busque esquecer as possibilidades acontecidas,
E aguarde a verdadeira possibilidade,

Algumas vezes o solo é que não está preparado para receber a semente.

Não nos culpemos pelo que não aconteceu,
Não nos culpemos pelo que não deu certo,
Simplesmente, temos que nos desapegar,
Simplesmente, temos que seguir adiante,
Dando  um passo de cada vez.

Encontremos um motivo para ser feliz a cada dia,
Um sorriso, uma atividade concluída,
Uma pequena realização,
A vida não para e não quer nossa decisão,
Ela acontece! Imediatamente...

Não espere dominar a chuva, o calor, a luminosidade
Aprenda a conviver com estas coisas, pois elas existem
Para o bem ou para o mal,
São coisas da vida.

É preciso aprender a perder para poder ganhar,
É preciso seguir adiante...

É preciso ter amor e guardar com carinho o que passou,
É preciso ter convicção do que se quer na vida,

Porque o que importa é o que você tem na vida,
Mas quem você é na vida...

Basta observar a natureza,

É isso o tempo

 O sofrimento dilata o tempo! O tempo não existe! O tempo é um conceito. Eternidade é a ausência de tempo. Vinícius de Morais cunhou a frase...

Gogh

Gogh