quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Tempo, Pensamento e Ser

É noite de verão,
Fim de novembro,
Apesar do vento fresco
Faz calor nos átrios do apartamento.
O céu está limpo,
Em sua imensidão e profundidade
Vemos estrelas rutilando,
Nuvens passam devagar,
Como o tempo.
Acendo o fogo e esquento a água
E faço um chá.
Aguardo a brisa esfriar
E vou tomando gole a gole,
Ouço os cães latirem ativos,
Ouço grilos catarem,
Ouço a brisa arrastar folhas secas,
Reduzo a luz ao apagar as duas lâmpadas
E penso.
Penso nas coisas da vida,
Penso no fim da vida,
Penso no pensar,
Penso na minha existência,
Nos sentidos que cada um encontra para viver,
Alguns tão nobre, outros tão pobres...
Cada um ver o mundo a sua maneira,
A maneira que mais te apetece ver.

Gole a gole tomo meu chá de boldo
Amargo como a vida é muitas vezes,
Mas o amargo muitas vezes é sadio,
Para atingirmos nossos objetivos,
Temos que viver cada dia
E completar as atividades que nos são dadas.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Monotonia

A água aquecendo mudando de estado e evaporando,
Bolhas borbulhando e o oxigênio saltando e a água sumindo,
Então quando a chama se apaga,
A água imerge o chá,
E a água incolor ganha as propriedades e o sabor da erva,
Enquanto isso eu estou entretido nos afazeres a serem feitos.
Enquanto o chá esfria e incorpora
A noite se passa,
Se passa sem que possa notar,
Os  momentos escoram de minhas mãos
E muitas vezes não tem como impedir que aconteça.

Paro, vou a janela olho para o mundo
Com minha palpebradas cansadas
Olho para o mundo
E vou tomando o chá sem pressa
Até que vou dormir.
E a noite continua,
E a vida continua.


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Tensão

A brisa noturna,
O som suave da radio Suíça,
Uma xícara de chá
Olhar o horizonte,
Contemplar de minha sacada
O horizonte que chega por tabela no mar,
E uma noite
Me ajudam a esquecer
Os maus momentos.
Bom amanhã estarei novo outra vez.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Inacabadas

Acho que minha leitura é torta
É feia como as coisas que manoconfeciono.
Como a gaiola que fiz cheia de nesga,
Como o caminhão de madeira que fiz,
Como o cabresto para jeque que me disseram nunca aprender.
Como tudo na vida que faço!

Acho que minha leitura é torta.
As vezes acho que leio meus sonhos.

A quanto tempo deixei de sonhar?

A quanto tempo tenho tentado viver meu ser.

Sei lá! Acho que a tortura de minha leitura
É uma tortura ingênua,
É uma tortura de garapa de cana
Fervendo no engenho,
Aquele caldo quente
Doce, mas difícil de se tomar,
Enjoativo!

Acho que as coisas que faço
São sempre inacabadas.

Deixei de sonhar faz tanto tempo,
Vivo a deriva,
Vivo a deriva.

Que busca a alma?

O calor chegou,
Chegou calado
Nem avisou as cigarras.
Eita que coisa danada.
Cadê a brisa invocada?

Cada recanto da casa
Tá quente.

Até parece triste.

Minha amarilidácea floresceu,
Flores lindas,
Flores azuis,
Como o calor
Do fogo do fogão.

Fogo quente,

O som de piano...

Memórias do Brasil central,
Do horizonte do Cerrado.

Ah, mais que alma forasteira essa minha,
Que alma vagabunda
Vive acolá,
Sempre,
Que buscará?

domingo, 16 de novembro de 2014

Seguir

E as tardes,
E os dias,
E os meses,
E os anos,
E os lugares,
E as pessoas se vão.

Tudo se vai,
Invernos
E verões,
As águas que escoram no inverno,
A poeira seca do verão...

E as gerações,
E o mundo é lato além de mim,
Além de você.

Estamos aqui por acaso.

sábado, 15 de novembro de 2014

Contra o tempo

A tarde cai,
O céu tingido de azul,
No escuro da copa da mangueira
Cantam guinés,
As luzes se acendem,
Luzes amarelas,
Luzes vermelhas,
E os pisca-pisca
Evidenciam a chegado do Natal.

Viva a vida,
Viva o fim que chega ao fim.

Tarde de sábado

A tarde de sábado
Se desfaz suavemente
E a noite cai paulatinamente,
O cansaço do corpo
E o alívio da alma me faz sentir bem.

As tardes de sábado tem sido tão solitárias.

As tardes geralmente são saudosas.

Lembro das tardes de Serrinha,
Tardes de Natal,
Tardes de São Paulo,
Tardes de Campinas,
Tardes de Londres,
Tardes de Brasília
E agora aqui tenho
Em João Pessoa todas as tardes de minha vida
Até o meu entardecer.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Adeus Manuel de Barros

Partiu,
Se encantou,
Ficou apenas o encanto,
Agora dorme na eternidade,
Oh! Manuel...
Oh! Manuel de Barros,

Deixastes uma grande obra,
As aves,
As árvores
E o Pantanal
Voltaram ao encanto
Que tu revelastes.

Adeus Manuel.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Cotidiano

Uma aurora,
Um sol que nasce,
E o céu violeta,
E as nuvens azuis,
E o verde viridescente dos coqueiros a acenar,
Manhã, manhã...

O primeiro olhar para o horizonte,
O despertar para a vida,
A primeira leitura,

Reflexão,

Uma xícara de chá,
E em seguida vem o dia de trabalho.

Estes últimos tempos
Tem me feito muito feliz
Com essa rotina
Que me faz sentir vivo,
Me sentir humano.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh