quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Incertezas

A vida,
Os olhares,
Os risos,
O bem viver,
Fazer o bem,
Não furar a fila,
Ser generoso,
Ser paciente,
Na vinda nem sempre
Precisamos de muitas coisas.
A vida pode ser muito breve.

domingo, 7 de setembro de 2014

Interrogações

A existência,
Não podemos tocar na existência,
Não podemos nos dá a existência,
Existimos...
Existimos por um breve tempo,
Somos por um breve momento,
Breve momento em que sentimos a vida em plenitude,
Breve momento de coisas simples...
Um jardim ornado de flores belas e perfumadas,
Uma música bela ouvida de distante,
O uivá do vento na janela,
O momento de compreensão,
Uma simples epifania...
Afinal o que nos afirma
E o que nos define como seres?
Nossa sensibilidade, nossa razão?
Nossa cultura?
E o que me norteia como ser?
Os sonhos?
A morte?
O trabalho?
Algo nos dá sentido a vida.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Que sinto

A noite,
Sombras frias e fresca,
O vento soprando,
Estrelas piscando,
Céu limpo,
Céu limpo,
Grilo grilando, cantando, cantando, cantando.
Sexta-feira,
Bebe, rir, come e fala...
Tantos desejos vividos,
Vidas,
Vidas iniciadas,
Vidas encerradas,
A noite,
O vazio dos átrios da casa
Preenchidos pelo vento,
Preenchidos pela sombra da noite,
E as nossas sensações diante disso,
Céu limpo,
Céu limpo,
Seu limpo,
Que sinto...

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Xícara de chá

Uma xícara de chá,
Escoa pela boca suave e mornamente
O delicioso chá.
Aos poucos feito popoca,
Estoura um pensamento,
E outro e mais outro...

As vezes as coisas tornam-se tão
Complexas, que inibem o sono,
Mas na verdade tudo passa,
Poucas coisas valem a pena na vida
Como uma boa xícara de chá
Ou o riso frouxo dividido entre amigos.
É assim que a vida vale a pena.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Esquecimento

A vida,
Perguntei para um amigo se não temia a morte.
Exatamente pelo temor que tenho da morte.
Talvez não pela morte em si,
Mas pelo fato de morrer,
Significa para mim, cair no esquecimento,
Voltar para o infinito.
E meu amigo sensato falou que não temia a morte,
Pois viu a morte com os olhos.
Viu a morte matar o seu pai.
Que tragédia.
É engraçado a maneira como cada um se comporta
Diante das coisas da vida,
A morte é uma coisa da vida.
Morte,
Substantivo que habita sempre o meu ser,
Talvez por medo de ser esquecido,
Coisa que logo acontecerá.
Cairemos todos nós
Na sombra do esquecimento,
Sendo a morte a vertente que nos separará deste mundo.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Destino

Desenrola do carretel o fio da vida,
Desse enovelado aos poucos nos é revelado,
A teia e a trama da vida.
Como uma semente que germina e se faz árvore
Assim é a  minha vida,
Assim é a minha vida,
Fui semente e plântula
E agora sou árvore,
Sou tudo o que me fiz,
Sou tudo o que me diz,
Desde aurora
Até o segundo crepúsculo,
Sou...
Sou um sol,
Uma lua,
Estrelas,
Noite...
Sou um continuo ser,
Um ser em movimento
Movimento em tudo,
Na vida e no tempo,
Sou uma reação química
de vida contada,
Fui gerado no berço do amor,
E serei gerido pela dor,
Viver é conhecer,
E o nosso fim a Deus pertence,
Nascemos e morreremos todos sós,
Porque nossa peculiaridade é tudo.

Barão Geraldo - Asa norte - Bancários

A noite que se aprofunda nas horas,
Uma caneca de chá,
Palavras, reflexões...
O calor ou o frio,
Os planos para o futuro,
O presente imediado,
O presente próximo,
Aflição, medo...
Tudo que constitui a vida...
A noite aflita e mal dormida.

Dúvidas...

As sibipirunas perdendo as folhas,
A acácia florindo,
As paineiras florindo,
Chuvas torrenciais,
A luz branca no quarto,
Os livros e o desejo da leitura,
O cansaço de um dia,
Na luta que se desenrola em espiral,
De uma manhã povoada pelo sol vivo,
A banca de revista,
A grama orvalhada fresca,
A poeira vermelha,
As tipuanas com exsuvia,
As manhãs de quinta,
O povo vindo da festa,
E o dia começando
E o dia se encerrando,
E a vida passou,
Passando.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Memória viva

O espaço,
Espaços e lugares conhecidos,
Ambientes compartilhados,
Uma casa antiga,
Cheia de memórias,
Casa de paredes brancas e janelas azuis,
Com piso de cimento talhado em desenhos,
De portas e janelas antigas
Rachadas da luz e do tempo.
De telhas grossas e caibros roliços,
Linhas de carnaúbas,
Tornos de forquilhas de pereiros,
Uma casa grande e alta,
Muito maior que a sua,
Com pessoas muito experientes
E doces, nossos avós.
Poucas coisas nos restam
Além da memória,
Tudo que temos é emprestado,
Tudo que somos é passageiro,
Hoje senti minha avó paterna,
Ouvi minha avó paterna,
Que se encantou,
Desde a última vez que fui a casa dela e a vi,
Não voltei mais,
Seu corpo se encantou em minha memória,
Daquele ventre vivo, nasceu
Quem me gerou,
E no fio da vida
Ela para a eternidade voltou,
E eu!
Quem sou?
Memória, corpo,
Meio para o fim.

Segredos de uma manhã

A manhã chuvida,
Mais uma manhã em minha vida,
A chuva chovendo,
Chovendo e cantando,
Ouço os pingos se derramarem das nuvens,
Sobre as folhas cantam
E molham
E esfriam a manhã.
Que doce manhã chuvida,
Como é interessante a vida
Com seus mistérios,
Seus ocultos segredos.
Que são revelados
A todo instante.

sábado, 30 de agosto de 2014

O silêncio

Tenho familiaridade com as coisas,
As rochas, as estradas  e as plantas
E tudo que tem o seu próprio universo,
Não fala o que não sabe.
O silêncio é uma sabedoria
Que poucos sabem utilizá-la.

Despedida infinito e eterno

 A casa A casa que morei Onde mais vivi, Papai quem a construiu, Alí uma flor mamãe plantou, Ali vivi os dias mais plenos de minha vida, Min...

Gogh

Gogh