quinta-feira, 31 de julho de 2014

Acordar

A manhã nasce tranquila.
Podemos sentir seu aroma
Ao abrirmos a janela,
Um delicioso bafo de mundo,
Fresco e úmido.
As aves felizes a cantar!
Cães a ladrar,
Enquanto o sol desperta suave.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Ver

Na contra mão,
Viver,
Viver na solidão,
Viver a solidão,
Ver os dias passarem,
Ver a brisa passar,
Ver o dia passar,
Ver o primeiro e o segundo crepúsculo passarem,
Ver as luas passarem,
Ver os dias e as semanas passarem,
Sem saber o que espero passar.

O tempo já foi mais lento,
Hoje, percebo mais poeira, mais cinza no horizonte.
Vejo as aves partirem,
Vejo as aves partirem,
Eu vejo a idade impressa nas faces dos meus amigos,
Vejo no espelho a impressão do tempo,
E doí perceber que as aves partem,
Porque elas partem e levam o que nos faz bem
Sua presença...

Mas é preciso viver,
É preciso viver,
Cada minuto,
Cada segundo,
E ver tudo passar,
Até que passemos,
E a vida continua...

Sem sentidos

A solidão,

Olhos que não vêem,
Ouvidos que não ouvem,
Bocas que não falam,

Tem olhos, mas não vêem,
Tem ouvidos, mas não ouvem,
Tem bocas mas, mas não falam,

Os cegos,
Os surdos
E os mudos.

De uma certa por uma deficiência,
Tem olhos, mas não vêem,
Tem ouvidos, mas não ouvem,
Tem bocas e balbuciam...

Hoje estas pessoas se comunicam são normais,
Mas no passado não tão remoto.

A cegueira,
A moquiça,
Eram prisões aos idosos,

Conheci Vicente de Joana,
Conheci o cego da casa do sampaio,
O cego que tocava flauta.
Uns sisudos,
Outros falantes,
Uns contentes e outros tristes.

O que é a natureza humana?
Certamente se tivesse uma deficiência
Seria triste...
Por falta de fé ou por indisposição?

Onde estão as paredes que encerram nossa prisão?

Em busca do amanhã

Aqui,
Ali,
Acolá.
Onde minha mente está?
Muitas vezes distante,
Muito distante do meu corpo,
Fico a matutar.
Minha alma, minha calma...
Minhas memórias vivas,
Que surgem a cada olhar,
A cada tocar,
A cada impressão que tenho.
E reflito sobre tudo,
Inclusive sobre nada.
Vejo a vida desfiar,
Por um fio,
Cada coisa a se desfazer
E a reconstruir.
Ah!
O poder das fotografias, espelhos com memória
De nos fazer refletir,
A doçura dos aromas,
Viver é quase sempre reviver.
Nunca estaremos plenos.
Pessoa nos ensinava a voltamos
Aos sentidos... Sinta o mundo e viva o presente...
Mas ecoa em minha mente,
Instantes de saudosismo.
E vamos buscando o melhor
Que sempre nos promete o amanhã.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Matutar

Um chá quente
Para esquentar a brisa fria.
O sofá no escuro,
Para o corpo descansar,
E pensar, matutar...

Cães a ladrar,
Os vigias a apitar.
O barulho dos carros.

Penso tanta coisa,
Quem sabe meus pensamentos,
Não marcarão um pessoa.

Sabe lá.

O rio

O rio que como o mar
tem maré, oras esta cheio
e oras esta vazio,
como entender esse rio,
se enche para secar
ou seca para encher?
Vá entender o rio
que todo tempo é frio.

Errante

Sinto um doce aroma quando passo perto de um pequeno arboredo,
aroma de ar puro matinal.
gosto de ver a grama orvalhada.
manhã ensolarada,
flores brancas e roxas,
canto do sabiá,
vivo aqui, ali aculá.

Noite

Quando a noite caiu, fez-se o escuro e o silêncio.
O feito breu não mostrou as estrelas.
Dentro da casa escura e fria,
meus olhos embutidos em saudades
e silêncio calaram a qualquer movimento,
Senti o peito bater, o braço pulsar,
senti a noite fria me abraçar,
a noite como estava vazia,
tão vazia de tudo
que apagou qualquer coisa visível,
apagou minhas ideias,
me senti feito pintura
imóvel eterno.
Toda a natureza recatada...
toda a noite calada.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Passagem

Segue o tempo,
Segue o vento,
Segue a noite,
Seguem os dias.
Cremos na nossa permanência eterna na terra.
Só cremos,
Porque nada temos,
Nada é nosso,
Tudo é emprestado.
O nosso corpo,
A nossa família,
O nosso nome,
A nossa profissão,
Nossos dias.
E tem dias que nos falta coragem,
E assim nascemos,
E assim vivemos,
E assim cremos
E passamos por nossa vida.

Vidas numa vida

A manhã está pálida e calma,
Canta contente o rouxinol,
A chuva choveu brevemente,
Nessa paz vem a  minha mente,
Cenários de inverno de minha infância,
Das manhãs alegres pós chuva,
Do calor perfumado de nossas cobertas
De malha de rede.
O vento ventando no telhado,
A voz agitada de mamãe,
O badalo paciente do chocalhos do gado.
E a cada manhã,
Posso perceber e reviver as vidas em minha vida.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh