A cigarra cantando,
O ar condicionado roncando.
Paro, ouço, penso
E escolho Chopin para ouvir.
Certamente me trás boas lembranças.
Da chuva que caiu,
Do olhar e da voz de Stefani.
Que me ensinou a ouvir Chopin.
Não sei por que, mas sentia tristeza em Chopin,
E acho que Stefani cultivava a tristeza.
Tão linda, educada e inteligentíssima.
Stefani dividia o mesmo espaço comigo com alegria,
Não se importava se era ou não supersincero.
Agora a cigarra calou,
O ar acalmou
E Chopin continua aqui,
E Stêfani trabalha lá em Brasília...
Só resta ouvir Chopin.
Tudo passa muito rápido.
Se sabemos desta certeza.
Qual o motivo de nosso sofrimento?
Por que não aceitamos a realidade?
Agora, cada um para o seu lado,
Levo no coração o que aprendi
Com os ensinamentos meigos
Daqueles que gostam de mim
Acima de minhas arestas.