quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Quinta-feira

A tarde quando cai,
Cai bem devagar,
E se arrasta até as 15 horas.
Aves silenciosas,
Sol ao pino,
Que canseira fagueira.
Tarde de quinta-feira.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A sombra do amanhã

A noite não há flores,
Não há o canto das aves.
Há o silêncio,
Sapos cantam no molhado,
Grilos cantam enamorados.
E esse sangue que circula em minhas artérias,
E retorna veias coração a dentro.
Célula a célula alimentada.
A massa cinzenta em minha cabeça grande dura,
Essa massa parada, eletrizada,
A decodificar o mundo, a noite...
Sou um ser vivo,
Sedes um ser vivo.
Que respira ao ler,
Que pensa ao ler,
E só ler porque pensa...
A noite as flores são pardas,
Perfumadas por vezes.
O relógio soa mais alto,
As gotas da torneira,
O silêncio que nos atormentam.
O coração a bater,
A pulsar...
Agora tudo está se passando,
O amanhã passará,
E o que acontecerá,
é um segredo que nem podemos esperar.

Juntos

E a tarde vai caindo devagar,
Enquanto, lá fora canta o sabiá.
E aqui ouço Debussy...
Quanta coisa increada para crear,
Quanta coisa por fazer.
As coisas serão feitas,
A quem as fizer sentido,
Agora o que faz sentido
É o doce canto do sabiá
E o som de Debussy.
E a tarde vai quente,
Bem que poderia levar meu resfriado.
E a tarde cai,
Como sempre caiu,
No mês de dezembro...
Se vovô fosse viva faria 100 anos,
Daqui em 11 dias,
Mas descansa em paz
Junto ao meu avó...
Quantas tardes ao som do sabiá
Não terão ouvido juntos?
Sabe lá.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Ana ou Davi

A bela rosa,
Minha querida rosa,
Agora não está mais sozinha,
Em teu ventre é gerado um novo ser,
Que alegria,
Que maravilhosa poesia,
Ana ou Davi,
Seja bem vindo ao mundo,
Será e já motivo de muita alegria,
É docemente motivo dessa alegre poesia,
Será mais uma flor do cerrado,
Teu nascimento por todos nós será celebrado,
Será tão especial quanto a doce rosa,
Sua vida será uma prosa,
Com certeza irá contemplar
Nossas conversas de idosos,
Sei que dará significado a sua vida,
Bem vindo a vida,
Ana ou Davi.

Cheios de emoção

Não há sentimento mais humano que a emoção.
Emociona-se com qualquer coisa:
Com a beleza e o perfume da flor.
Com o diálogo das crianças no parque, nas ruas, na escola,
Como são sérias as crianças quando conversam.
Com a voz cansada dos avós,
Com o caminhar lento dos idosos,
Com a proteção feminina,
Com o miado de gato novo
Ou o grunido do cão novo chorando por sua mãe.
Ou o piado desesperado de pintos desgarrados no  início da chuva,
Coisas tão simples
Que enche nosso coração de alegria ou de tristeza
Somos seres cheios de emoção.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Despertar

Eterna aurora,
Nunca mais ti vi,
Que sol ligueiro,
Antes que desperte,
Oh, Apolo já desponta no nascente,
E as aves cantam sua bondade,
Cantam sem parar,
Vivos e agitados cantam
de lá pra cá e de cá pra lá,
Suave manhã que passa,
Abraça-me e me desperta,
Ao afago da brisa
E ao canto das aves...
Ensina-me a ser útil a vida,
Logo mais não estarei aqui nessa lida,
Mesmo assim quero cantar
Como fazem as efêmeras aves.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A preguiça

A sombra da mata,
O vento fresco,
A estrada de terra,
O verde da mata,
A preguiça quase se arrastando.
Pequena, magra e cinza,
Mais parece uma criança.
Ia passando e ela na indecisão,
Cruzar ou não cruzar a estrada,
Ajudei-a...
Tão magrinha.
A sombra da mata.
Os ingas...

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Pisca-pisca quase natal

A noite esta quente e escura,
O céu estrelado,
E o vento sopra através da janela.
O tempo passa depressa,
Já estamos novamente no fim do ano,
Nas ruas pisca-piscas piscam
todos coloridos azuis, verdes e vermelhas
Piscam, piscam noite a dentro
Anunciando o Natal...
O silêncio da noite...
Todos distantes, meus pais, meus irmãos meus sobrinhos, meus amigos.
A minha mente vê a poeira das estradas
que povoavam minha infância
os galhos secos.
A embauba que de longe ganhava verde das folhas,
O açude que seca se preparando para a chuva,
A barra mais limpa a cada manhã,
Meus avós vivos envelhecendo,
Meus pais jovem e fortes
E nós crianças crendo em papai Noel,
Nunca ganhei presente de Natal,
Mesmo assim gostava de saber que papais Noeis existiam na televisão.
A noite está escura,
Minha mente também,
Só sob a luz de lembranças da vida.

domingo, 24 de novembro de 2013

A arca de Noé

Na minha infância à noite saíamos para a casa de algum vizinho. Geralmente íamos a casa de Chico Franco.
Caminhávamos no escuro silenciosos, olhando para a lua, pisando na poeira vermelha da estrada. A noite era um breu. As vezes encontrávamos alguns vizinhos indo fazer boca de noite na casa de outras pessoas e as vezes  nos reuníamos numa só casa. Naquele tempo não tinha televisão a conversa era a unica distração, quebra do tédio. Na casa de seu Chico tinha um quadro que adorava olhar. Era uma representação da Arca de Noé. Uma arca em forma de navio com uma estrada que levava todos os animais para o seu interior da arca. Aquela pintora era a unica forma de ver animais africanos elefantes, leões, zebras... Todos eles emparelhados me seduziam e me tomavam a atenção. Enquanto isso os adultos conversavam, vez por outra saia um café. E a conversa ia até tarde as 21 horas. Depois voltávamos para casa e levava na imaginação como tantos animais se acomodavam em uma arca.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Um dia

Que se passava na cabeça de Borges,
Uma cabeça cheia de ideias, de memórias,
De livros lidos e apreendidos.
Uma cabeça em que os sonhos
Se confundem com a realidade.
Amo tanto os livros,
Amo as ideias,
Ideias engendradas
nos giros e circunvoluções cerebrais...
Dos mais sábios dos homens.
Quanto sabemos?
Sabe-se lá...
Ainda muito pouco, mas é assim...
Um dia saberemos quem sabe.

Despedida infinito e eterno

 A casa A casa que morei Onde mais vivi, Papai quem a construiu, Alí uma flor mamãe plantou, Ali vivi os dias mais plenos de minha vida, Min...

Gogh

Gogh