sábado, 13 de julho de 2013

Força, fé e trabalho

Cada homem tem a sua arte que forja no desenrolar das horas e dos anos.
Meu tio Aldo que desfechou o próprio destino. Aprendeu a negociar e a trabalhar na roça por gosto e necessidade. Desde muito cedo, por ser o primogênito, teve que trabalhar para ajudar no sustento da família. Vem a minha mente, por que meus avós lhes batizaram com este nome Aldo. Um nome de origem alemã que significa velho. Imagino ainda no começo da década de 1930, quando minha avó Chica e meu avó Chico foram a cidade registrar o filho. A parte isto, meu tio não sei em que ano, iniciou uma jornada hercúlea de negociar. Saia do povoado do Porção e ia a cidade de Alexandria. Carregado de goma, todas as sextas saia no lombo de uma burra vermelha e seguia pelos caminhos longos, monótonos. Se ao menos soubesse os nomes das rochas, das plantas, dos relevos e das paisagens. Talvez não se entregasse tanto aos seus pensamentos e a monotonia, mas não que houvesse monotonia em tantas horas dispendiosas no lombo de um animal. Creio que havia amor, como há no seio humano, as coisas creadas pelo ser superior. Amor pelas paisagens, formas, cores, cheiros e revelar das coisas que surgiam e desapareciam em sua mente. As floradas rosas de jitiranas, o som dos riachos escorrendo, o som do casco nas rochas, a amplidão do mundo e a esperança de ganhar seu dinheiro honesto.
Aldo Batista, servira ao exército, era um homem muito sério, de voz grossa e forte. Era fácil saber quando estava lá em casa, de longe ouvia sua voz contando suas histórias. Será se tinha problemas de audição? Geralmente quem tem fala alto, ou queria ser entendido? Na juventude de meu pai fora não apenas irmão, mas um segundo pai. Tio Aldo, casou com a primogênita, Maria das Neves, de meus avós José e Sinhá. Foi por meio destes que meu pai Chico conheceu e casou com minha mãe Chica. A parte isto.
Como comecei minha fala, além de pequeno comerciante, Aldo trabalhou na roça. Sim, suas roças eram grandes e bem cuidadas. Não gostava de fazer serviço sujo, seus roçados eram zelados desde o plantio a colheita. Dava gosto de ver, mas pareciam grandes hortas. Com a força de seus braços, uma enxada que não precisava ser das melhores, campinava do nascer ao pôr do sol. Como quem ler uma texto clássico, com cautela e reflexão, assim ia capinando. Certamente, pensava na feira do fim de semana, no que faltava em casa, no zelo da família, no melhor para o povo. E assim ia construindo sua vida e seu destino.
Todos os anos cultivava uma roça, com habilidade, fazia suas feiras e dava dignidade a sua família.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Surda noite

É noite.
A noite é silenciosa, escura e triste.
Estou só imerso no mundo e na vida.
A sombra da solidão o que nos faz feliz?
Tentar fazer algo que nos desperte alegria.
Não me parece uma boa opção,
pois, logo vou querer mais e mais.
Será o desejo fonte de felicidade?
Só sei que num instante estou radiante,
no seguinte quero sumir e pouco tempo
depois estou radiante.
E como lidar com esta efusão de sentimentos.
Adestrar-me em uma religião, se moldar a um estilo?
Não sei, não me encaixo em nada disto.
Abro um livro, outro e mais outro.
Ver um filme quem sabe?
Quando é noite que me sinto só,
quando percebo a solidão tocar meu coração,
penso, penso, penso e fico triste,
mas a tristeza é fonte de criação,
pois que venha bons pensamentos,
traga-me tudo de bom,
doce noite escura.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Noite vasta noite

Noite, silenciosa noite,
profunda como minha alma.
E o que ocultas?
O mundo vasto mundo.
Noite vasta noite.

Recarregar

Por vezes, certos instantes, tudo perde o sentido,
mas há tantas coisas que me rodeiam acendem
em mim um novo sentido. As formas e as cores
reveladas pela luz, os livros e o que me cerca.
Todavia nestas horas de ócio que me recarrego,
que busco sair do ócio. Há em mim um sujeito
antiacrático. Sempre foi assim, mas confesso
que sofro neste processo de criação de reinvenção.
Descobri na leitura um princípio construtor,
e encontro em Borges a fonte mais rica.
E por vezes recomeço sempre.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Restaurar

Quando a alma não quer aceitar mais nada,
quando o corpo quer descansar.
Deita e dorme.
Não temos neste instante apetite para o saber
o que nos resta é dormir e sonhar
com tudo feito e criar energia e fazer.

O brilho da manhã em Barão

O vento frio da manhã,
O brilho do sol num céu azul,
O canto das aves,
A grama seca,
O adeus dos eucaliptos
fazem de minha manhã tão bela
que pensar é esta doente dos olhos mesmo.
De repente bate a saudade,
imagens das manhãs em Barão Geraldo,
minha bicicleta,
a luz difusa entre as árvores,
a praça dos cocos com seus guapuruvus,
as fachadas das escolas de inglês,
o riacho poluído,
as grandes figueiras,
as espatódeas,
o star clean
e a Unicamp.
Tudo parecia tão sólido e feliz.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Questões diurnas

Por que às vezes o dia se arrasta?
Enquanto seus extremos são tão fantásticos?
O primeiro e o segundo aurora me alegam muito.
Quando desperto e ouço o canto das aves
e quando o sol se poe vejo as estrelas brilharem
suaves.
Às vezes a manhã parece ter voz,
Às vezes as estrelas parecem nos flertar.
Hoje a lua apareceu de leve,
só uma fraçãozinha sob vênus,
mais que encantadora.
Sei lá por que o dia se arrasta,
talvez seja pressa de ver a tarde partir,
sabe lá.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Noite

Noite,
Noite que adormece os olhos
Noite que traz a calma, revigora a alma.

Noite de céu estrelado,
De vento solto,
De profundo silêncio.

Noite que nos revela os sonhos
Sedes muitas vezes ventre fecundo da vida.
Noite tudo ou nada...
Somente noite

Em Quanto a tarde Cai

A tarde cai devagar. O brilho dourado da tarde se derrama sobre as folhas e as flores das árvores.
E a luz aos poucos vai minguando e desaparecendo. As cores se apagam e junto com elas as formas. Enquanto caminho penso. Alberto Caieiro dizia que pensar é está doente dos olhos. Acho que estou doente dos olhos mesmo porque há tanta coisa para ser vista no fim da tarde. As vezes não penso e vejo a poeira, simples pó, colorida, vejo as plantas floridas, o vôo paciente da garça.
E a tarde se passa. As vezes penso o que ficou de mim da tarde? O que ficou de mim do dia?
Estou preso ao meu pensar. De certo vó Sinhá e vô José, a tempos atrás, estariam sentados na frente da casa bem a tardinha. Vô e vovô conversando sobre coisas triviais que acontecia e viam.
Coisas do tipo o gado hoje está de barriga bem cheia, vai demorar a terminar de apanhar o algodão. Fulano passou aqui hoje, ciclano está doente. Enquanto essa conversa desfiava o sol se punha e vovô terminava de catar o feijão para deixar de molho para o dia seguinte. Em seguida entrariam e jantariam e logo após uma breve noite iam dormir.
Com certeza não entenderiam o mundo de hoje. O dia que se estende até a meia noite. As luzes, as leituras, as preocupações.
Naquela época que nem é tão distante na história, eles seguiam o curso da natureza.
O dia não só a tarde caia devagar. Havia tempo para viver e digerir os fatos e a tarde.
Sabe-se lá, hoje já não existe gente como vô José e vó Sinhá.
Acho que as pessoas ou pensam demais ou nem pensam, apenas correm em busca de objetos que lhes deem uma breve alegria. Vivem em busca de respostas e felicidade. Nada mais.

domingo, 7 de julho de 2013

Andorinhas


As andorinhas,
As andorinhas são aves elegantes,
parecem está sempre vestidas de terno.
Sempre olham acima de seu bico,
até parecem que não comem.
Voam por altos céus,
sabe-se lá para onde vão.
Encantam-me desde criança.
Só via as andorinhas
na minha escola,
ou na rua.
Ah, andorinha,
quanto te vejo
sinto uma saudade,
quem dera voar
até onde te vi pela primeira vez.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh