segunda-feira, 8 de julho de 2013

Noite

Noite,
Noite que adormece os olhos
Noite que traz a calma, revigora a alma.

Noite de céu estrelado,
De vento solto,
De profundo silêncio.

Noite que nos revela os sonhos
Sedes muitas vezes ventre fecundo da vida.
Noite tudo ou nada...
Somente noite

Em Quanto a tarde Cai

A tarde cai devagar. O brilho dourado da tarde se derrama sobre as folhas e as flores das árvores.
E a luz aos poucos vai minguando e desaparecendo. As cores se apagam e junto com elas as formas. Enquanto caminho penso. Alberto Caieiro dizia que pensar é está doente dos olhos. Acho que estou doente dos olhos mesmo porque há tanta coisa para ser vista no fim da tarde. As vezes não penso e vejo a poeira, simples pó, colorida, vejo as plantas floridas, o vôo paciente da garça.
E a tarde se passa. As vezes penso o que ficou de mim da tarde? O que ficou de mim do dia?
Estou preso ao meu pensar. De certo vó Sinhá e vô José, a tempos atrás, estariam sentados na frente da casa bem a tardinha. Vô e vovô conversando sobre coisas triviais que acontecia e viam.
Coisas do tipo o gado hoje está de barriga bem cheia, vai demorar a terminar de apanhar o algodão. Fulano passou aqui hoje, ciclano está doente. Enquanto essa conversa desfiava o sol se punha e vovô terminava de catar o feijão para deixar de molho para o dia seguinte. Em seguida entrariam e jantariam e logo após uma breve noite iam dormir.
Com certeza não entenderiam o mundo de hoje. O dia que se estende até a meia noite. As luzes, as leituras, as preocupações.
Naquela época que nem é tão distante na história, eles seguiam o curso da natureza.
O dia não só a tarde caia devagar. Havia tempo para viver e digerir os fatos e a tarde.
Sabe-se lá, hoje já não existe gente como vô José e vó Sinhá.
Acho que as pessoas ou pensam demais ou nem pensam, apenas correm em busca de objetos que lhes deem uma breve alegria. Vivem em busca de respostas e felicidade. Nada mais.

domingo, 7 de julho de 2013

Andorinhas


As andorinhas,
As andorinhas são aves elegantes,
parecem está sempre vestidas de terno.
Sempre olham acima de seu bico,
até parecem que não comem.
Voam por altos céus,
sabe-se lá para onde vão.
Encantam-me desde criança.
Só via as andorinhas
na minha escola,
ou na rua.
Ah, andorinha,
quanto te vejo
sinto uma saudade,
quem dera voar
até onde te vi pela primeira vez.

Belezas

Há coisas prazerosas na vida
que se banha na luz do sol matinal,
ou na luz do por do sol.
Comer galinha caipira nos domingos.
Esta sob a sombra num dia de calor.
Se deparar com um prear na vereda.

Caminhar pelo campo numa manhã de primavera.

Talhar a melancia sobre uma sombra de jurema
sentindo o cheiro das flores do milho,
do marmeleiro e do cerrador.

Caminhar sobre a terra molhada
depois de uma grande seca.

Agrada  a vista ver dos ramos secos
gemas se desenvolverem em folhas.

Ver a aroeira florida.

Apesar de tudo,

A vida é bela no sertão.

sábado, 6 de julho de 2013

Alcancei

Sob o eco das palavras em nossas mentes criamos.
Criamos os mitos, as histórias e construímos nós mesmos nossas próprias histórias.
Sobretudo, já faz tanto tem que vô José se foi que nem me lembro se nutria um carinho por ele, mas nutria fortemente o carinho e amor que mamãe tinha por ele. Na nossa infância, nutrimos sentimentos de verdade e paixão por tudo aquilo que nossos pais falam e sentem. Rimos quando eles riem e choramos quando eles choram. Mamãe às vezes é dura, mas é terma e amável conosco sempre. O fato é que mamãe amava seus pais, meus avós como ama seus filhos, nós. E sempre estava presente, pelo menos mais de três vezes no mês estávamos nós lá. Quem dera fosse hoje.
Mas me lembro que as histórias de vô José eram profundas e saudosas, sentia a proximidade da morte, a velhice o encarcerar em seu corpo, e o lugar onde se deslocava era do quarto para a cozinha e para o banheiro. É triste ser prisioneiro da idade. Com seus passos arrastados e seu corpo encurvado segurando uma bengala lá ia e vinha, e sentava na cadeira, e muitas vezes ria um riso sem dente, mas cheio de som de alegria. Rememorando, rememorando de quando em vez recebia uma visita e rememorava, os tempos, as histórias, as lutas, quase sempre as vitórias e remexia as vezes nos rancores. Sentava na calçada e olhava para o horizonte que terminava entre chapadas, a mata verde, o frio, o joazeiro, o canto das aves, o rincho do jumento. Aquela estrada de poeira e barro vermelho por onde passara subindo  descendo, cargas e mais cargas de capim, lenha, milho, feijão, tudo passara, tudo não reverberava mais... aos poucos acabara. Aquela estrada, a velha estrada de pedras farinhentas, de flores silvestres, dava nas cajazeiras e cajaranas, que em certo tempo podia sentir o cheiro ácido dos frutos podres, cheiro delicioso,  e o cheio das unhas de gato.
Vô José só podia contar as histórias. Muitas histórias só fazem sentido para aqueles que a presenciou, para mim, não fazia sentido, mas ficava ali, sentado ouvindo,  não me lembra de nenhuma sequer. Estas histórias foram encerradas na última roupa limpa vestida. Podem serem rememoradas.
Uma frase profunda é a que usava:  "Eu ainda alcancei o tempo de seca de 1915".
Hoje, restam os perfumes das flores e a casa, e a memória e a terra parece mais árida e o sol mais quente e mais nada.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Noite

A noite estrelas brilham no céu.
Hoje com o vento frio
parece o céu parece um espelho
de tão limpo.
Tanta coisa nos espera numa noite,
mas a cama é a predileta delas.
Com ou sem estrelas
a noite é refrigeradora.

O silêncio reflexivo

Que maravilhosa manhã de sexta-feira,
Que silêncio maravilhoso.
Parece a sala está surda.
Através da janela ouço o som intermitente das aves
maritacas, graúnas, joãos-de-barro,
doidela, canários, papa-cebos, bem-ti-vis,
o silêncio é tamanho que posso ouvir
a brisa chegando e acariciando
as folhas da sibipiruna, do coqueiro-de-vênus.
Não sinto cheiro algum,
só ouço. Às vezes é bom parar para ouvir o mundo.
Bem no fundo deve está soando o som do ir e vir dos carros
e da máquina de cortar grama.
Soa como uma manhã de paz.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Por do sol Brasiliense

E a noite cai calma.
As águas do lago estão agitadas,
o céu está encarnado feito brasa acesa.
Enquanto a noite se deita sobre a terra,
desponta no poente Vênus tão belo,
grande e amarelo.
E a luz se dissolve por completo
quando chego em casa já é noite.
Nas ondas do rádio, ouço
um piano ao cair da tarde.
Como é maravilhosa a voz da Lúcia,
diretamente do auditório
Mário Garófago.
As tardes em Brasília,
que se partem depois do lago
são tão belas quanto
as de Ribeirão,
Todavia tenho aqui o lago,
e a paz que Nix me traz.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Restaurar

A noite é silenciosa, escura e muitas vezes fria.
No seio da noite a natureza descansa.
No fundo da noite muitas plantas exalam um doce aroma,
que nos guia em direção a doçura e candidez das flores.

O solo esfria fica tão fresquinho.
A brisa sopra suave.

No céu escuro podemos ver as estrelas piscando
coloridas, vemos ainda os planetas.

Nesta hora as águas do lago estão tão plácidas.

A natureza respeita a noite e descansa.
E tudo despertará pela manhã com o primeiro crepúsculo,
doce aurora.

Vozes da manhã

É de manhã,
O sol brilha intenso lá fora,
O céu está tão azul,
A brisa sopra suave e fresca,
Ela toca aqui na janela que estala
Com paciência,
Ouço longe o som do martelo
No poção rachando e desfazendo
O cimento sólido.
Os galhos da sibipiruna
Agitam-se com a brisa
E balança pra lá e pra cá.
É manhã próxima de julho,
É uma linda manhã de junho,
Gente a trabalhar,
Sei lá onde,
E a manhã passa
Fagueira.


Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh