quinta-feira, 4 de julho de 2013

Por do sol Brasiliense

E a noite cai calma.
As águas do lago estão agitadas,
o céu está encarnado feito brasa acesa.
Enquanto a noite se deita sobre a terra,
desponta no poente Vênus tão belo,
grande e amarelo.
E a luz se dissolve por completo
quando chego em casa já é noite.
Nas ondas do rádio, ouço
um piano ao cair da tarde.
Como é maravilhosa a voz da Lúcia,
diretamente do auditório
Mário Garófago.
As tardes em Brasília,
que se partem depois do lago
são tão belas quanto
as de Ribeirão,
Todavia tenho aqui o lago,
e a paz que Nix me traz.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Restaurar

A noite é silenciosa, escura e muitas vezes fria.
No seio da noite a natureza descansa.
No fundo da noite muitas plantas exalam um doce aroma,
que nos guia em direção a doçura e candidez das flores.

O solo esfria fica tão fresquinho.
A brisa sopra suave.

No céu escuro podemos ver as estrelas piscando
coloridas, vemos ainda os planetas.

Nesta hora as águas do lago estão tão plácidas.

A natureza respeita a noite e descansa.
E tudo despertará pela manhã com o primeiro crepúsculo,
doce aurora.

Vozes da manhã

É de manhã,
O sol brilha intenso lá fora,
O céu está tão azul,
A brisa sopra suave e fresca,
Ela toca aqui na janela que estala
Com paciência,
Ouço longe o som do martelo
No poção rachando e desfazendo
O cimento sólido.
Os galhos da sibipiruna
Agitam-se com a brisa
E balança pra lá e pra cá.
É manhã próxima de julho,
É uma linda manhã de junho,
Gente a trabalhar,
Sei lá onde,
E a manhã passa
Fagueira.


terça-feira, 2 de julho de 2013

A tarde florida

É fim de tarde,
e o sol não arde,
descamba ao poente,
e vai ficando ausente,
distante do nascente.
E agora sua luz se apaga,
a noite de leve nos afaga
as montanhas, os vales,
e solve toda luz,
impõe sua sombra.
No lado oposto da estrada
um ipê rir todo florido,
suas flores tão amarelas,
ah, como são belas.
Fez me lembrar,
das tardes de tempos atrás,
que sei que não volta mais,
E o ipê, e a tarde,
me preencheram de alegria,
me iluminaram essa poesia.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Aceitar

No mundo quem não reclama?
Nem tudo se aceita, mas também
como aceitar, ser humilhado e pisado,
ninguém é animal irracional,
tem que revidar?
Aceitar! como podemos aceitar,
guardar na alma tal humilhação!
É o mesmo que engolir um sapo,
mas se algo maior nos repreende,
paciência, só temos que aguardar,
a bondade e a maldade,
está em nosso coração,
a escolha muitas vezes 
está na razão.
Aceitar, muitas vezes 
é a melhor opção,
revela sua grande percepção
da ignorância humana,
Aceitar é ignorar
ser superior, superar com o menosprezo,
porque há gente que precisa
ser ignorado,
pois até o ódio é uma paixão,
ignorar é dizer não,
deletar tudo
e recomeçar.

domingo, 30 de junho de 2013

Dá-me calma

Existir,
sob o céu,
sobre a terra,
uma flor desabrocha
e fecunda gera um fruto.
Face da terra, de solo fecundo,
de amor profundo esteja transbordante o meu ser,
que eu aprenda em todas as situações a melhor viver.
Oh, brisa da manhã.
Oh, muito e tudo que pode me ensinar,
me ensina a viver com sabedoria,
acalenta meu coração
sempre que estiver sob pressão.
Que minha alma jubile
sempre que uma semente de fé
germinar em minha alma.
Dá-me calma em existir.

Motivo do existir

Vô José,  costumava repetir ao rememorar fatos que marcaram sua vida. Já idoso, cabelos brancos, sempre vestido casaco por causa do frio da serra. Lembro que falava, dos anos difíceis. Anos de seca. Vô José guardava essas coisas, sabe-lá por que. Contava que em 1915, morava nos Cajás, povoado de Barriguda, hoje Alexandria. Naquela época tinha apenas 13 anos de idade. Diversas vezes saia de lá para ir a Martins, lugar onde nunca faltava frutas, à cavalo para buscar frutas. Montava em sua casa e só se apeava em Martins. No dia seguinte com a carga de frutas montava nos burros e adormecia, acordava muitas vezes quando havia chegado em casa. Sei que naquela época ele já via o serrote da Veneza, os mufumbos e catingueiras do sertão, de certo via animais,
via gente que como ele dorme na eternidade. Sabe-se lá o que falava quem encontrava, o que comia. De certo os animais ficavam suados. Tantas coisas aconteciam nesta longa e monótona viagem. Sabe-se lá em que pensava tio José com uma carga de frutas que possivelmente só duraria uma semana, mas por ser de graça. Sabe-se lá se não tinha a boca com o mel seco da manga. Sem o mínimo de conforto, ele sofria, assim como sofriam os animais.
Meu avó faleceu já faz tanto tempo, os animais também, mas aquela paisagem continua viva, perdida em outros imaginários, com outros sentidos. Todas aquelas paisagens peculiares, sumiram como surgiram no dia em que vovô adormeceu para a eternidade. De certo vovô não se preocupava com o nome das plantas, dos bichos para ele o que importava era a barriga cheia,
o mel da manga e da jaca... Vovô não foi nenhum herói, nem lembrado por nenhuma façanha, mas não deixou de existir e foi por seu esforço que agora existo. Tá explicado a luta do nada.

sábado, 29 de junho de 2013

As flores do jardim

As flores que desabrocham no jardim
Já foram flores silvestres,
já flores menos vistosas.
As flores que desabrocham no jardim,
foram as flores escolhidas por seu aroma,
por sua cor, por sua beleza.

As flores que desabrocham no jardim,
estão ali por um capricho de quem cultiva
a beleza.

Todos almejam a beleza das flores,
mas nem todos sabem ou tem paciência
de cultivá-la.

Cada um faz o que lhe melhor convém,
há aqueles que almejam as flores do jardim
e vai lá e as colhe ser ser dono,
e há aqueles que com paciência,
tem o mais belo jardim,
por que as plantas cultivadas
tem a permanência e o viço de está vivas
e desabrocha a toda manhã
as flores,
mas as flores dali tirada, logo perdem o viço.

Cultive também flores em seu jardim.

Quero

A manhã caiu e como bicho na loca quero ficar aqui quieto no meu lugar. Quero desfrutar do meu calor, do meu cobertor, de minha cama. Quero folhear meus livros, ler Borges, ruminar sobre minha vida...

Eterno revelar

O mundo que se revela me surpreende sempre.
O amanhecer, o vir a ser, o entardecer, o por do sol,
a despontar no nascente da lua, cães a ladrar na rua,
o desabrochar de uma flor perfumada e singela,
a maldade e a bondade humana, a poesia e o poeta.
Borges, Pessoa, Neruda e Drummond habitam minha
cabeceira e povoam minha mente. Anteontem fui apresentado
a Hilda Hilst, pela sua biografia conheci sua grandiosidade
oculta ao meu conhecimento. Pessoa que passou a vida
oculto, haverão tantos ocultos empoeirados
diluídos neste mundo. Outro dia numa parada de ônibus,
descobri um colecionador e construtor de máximas, Fabiano de Melo,
uma pérola gerada no Piauí. No seio do Nordeste,
não sei porque nos surpreende...
Mas tantos outros povoam minha mente, Foucault, Sartre, Nietzsche,  Kafka,
Gogh, Mozart, Schumman,  Holst, Bach.
Quando penso no tempo, que já vejo com profundidade,
vejo que ainda tenho o mesmo anseio por conhecer este mundo,
revelado por tais faróis,
e pelas luzes que me cercam, minha família, meus amigos
e por todos aqueles que amam o que faz e faz com prazer,
que servem a todos e por todos é servido.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh