segunda-feira, 22 de abril de 2013

Realidade

O vazio frio ecoa em nosso coração.
Mundo sem cores,
mundo sem odores.
Cadê as flores?
A solidão que afoga nosso coração
nos machuca e maltrata muito.
Não temos como escapar de tal dor,
quando queremos romper com alguma relação.
e se não enfrentarmos de frente como saberemos o que realmente almejamos?
Sei que a vida é efêmera e muito curta, nosso universo prova isto.
A dor da solidão pode nos levar ao amadurecimento,
nos fazer sair da inércia da comodidade.

Tudo vai passar como os dias passam
e a matéria se deteriora,
amanhã quem sabe apenas o sol brilhará
e revelará a realidade das coisas.


Preguiça

A manhã ensolarada e fria.
A brisa fria sopra leve e frouxa,
balançando ramos e bambus.
Meus olhos vem a paisagem
enquanto minha mente divaga
perdida no espaço,
nas memórias até parece surfar
sobre a brisa...
Doces manhãs frias
que não desejamos
sair da cama por nada...

domingo, 21 de abril de 2013

Que buscamos?

Nesta vida não temos muitas certezas. Talvez só tenhamos a certeza da morte. Mas o que buscamos no viver?
Eu acordo e vejo o mundo, ouço o mundo, sinto o mundo e sei que sou parte do mundo.
Sei que todos nós somos peculiares com nossas motivações, com nossas tristezas, com nossos medos e tudo que nos cerca e nos ensina.
Quando eu acordo e não tenho que sair da cama num feriado ou fim de semana fico pensando na vida. Não costumamos pensar na vida. Somos hábeis em executar ordens, na maior parte das vezes somos pragmáticos. Pensamos na vida quando saímos de nossas zonas de conforto, na dor e no sofrimento. Quando algo de ruim nos cerca paramos para pensar e tentar nos livrar deste medo.
Bem eu acordo e penso na vida, nas pessoas que me cercam que me são próximas e tento encontrar um sentido para a vida. Precisamos todos os dias buscar um motivo para viver e assim tentar achar uma certeza que dê um norte a vida e assim não venhamos a afundar neste barco incerto que é a vida. Agora me seguro neste texto, no cantar, lá fora, do rouxinol e na manhã radiante para não afundar na incerteza da vida. E o que vem a minha mente neste instante é uma linda paineira florida que me arrebatou ontem. Eu tento encontrar um motivo para continuar vivo.
E se olho para o leque que representa minha vida só consigo ver incertezas e problemas sentimentos que me angustiam. Como disse, acordo e fico pensando cheio de esperança, mas me levando e quando começo o dia tudo está tão embaraçado...
Não temos que ter certezas, acho que isso é o belo na vida, pode ser contraditório, pois a certeza da morte é tão cruel... Omnia Vanitas... Tenhamos esta certeza ao menos para nos livrarmos dos maus sentimentos... Quem sabe!?

sábado, 20 de abril de 2013

O cair do tempo que nos revela?

O cair de um dia,
o cair de uma tarde,
o cair de uma noite...
Toda nossa vida se passa
nestes intervalos e tempo.
Vidas gloriosas, vidas mendicantes
e vidas comuns.
Vidas são apenas vidas
e o tempo só um transcorrer destas vidas.
Somos nós os responsáveis
pela condução de nossas vidas,
somos nós que resistimos a tentação
ou nos entregamos a ela.
Somos nós que encontramos
aquilo que queremos encontrar...
E tudo se passa no agora,
e tudo se passa neste vir a ser.
E é no cair de um dia, no cair de uma tarde, no cair de uma manhã
que tudo isto pode nos ser revelado,
poderá ser tarde, mas poderá haver tempo para recomeçar.
Aceitar a condição da vida é o primeiro passo.
Só aceitando esta condição que pode se dar o primeiro passo
à mudança.
Pessoa já dizia que quando acordamos temos a terra inteira.
Muitas vezes neste despertar que temos epifanias
que podem mudar a nossas vidas.
É certo que na vida tudo é muito incerto,
mas como Sarte dizia podemos fazer projeções.
Nunca sairá como almejamos,
mas podemos conquistar algo mais doce e melhor,
ou algo desagradável...
O cair do tempo nos revela toda a realidade
do que fomos, de quem somos, mas nunca saberemos
o que seremos.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Entardecemos

Enquanto a chuva cai
lentamente a tarde se vai.
Tarde fresca,
mente agitada,
tanta coisa para pensar,
algo para me preocupar.
E o que temos
o que achamos que é nosso
pode ser como a chuva
que a qualquer instante pode sessar,
pode ser como a tarde a passar.
Enquanto a chuva cai,
minha calha canta,
cantam longe as maritacas...
Sabe lá onde estão a cantar
será na paineira?
E a tarde passa,
e entardecemos juntos.

Especiais talvez!

Todos os dias, todas as horas, todos os minutos e todos os segundos, o tempo todo, queremos ser especiais e assim nos sentirmos, mas somos realmente especiais? Sim somos, mas antes de tudo nos é soberano nosso egoísmo em qualquer coisa ou situação que seja. Neste quesito, somos literalmente crianças mimadas onde fala mais alto nossos egos e jamais almejamos ceder. Caso não sentimos um retorno, sofreremos profundamente. Na vida, não existe receita para o crescimento senão através da dor. É a dor a agulha com que se tece a grande coxa  que é a vida. Esta verdade só nos é revelada ao longo da vida, de maneira muitas vezes ácida e amarga. A vida nos ensina a podar nossas vontades e ao amadurecer, deixamos para trás as dores e as feridas.
Algumas vezes, não temos força, nem conseguimos aprender e já fugimos para outra situação e desta forma vamos apenas adiando e substituindo o sofrimento e marginalizamos a experiência, o aprender. É difícil, mas muitas vezes temos que ceder a dor.
Para nos sentirmos e sermos especiais é preciso antes de tudo encontrar no outro aquilo que lhes é especial. Talvez se vermos e encontrar algo de especial no outro, possamos encontrar o reflexo do especial em nós mesmos. Para isso temos que abrir mão de nosso ego, temos mais uma vez que doar parte de nós ao outro. Talvez quem sabe assim encontremos a felicidade e o que tanto buscamos o tão almejado sentimento de nos sentirmos especiais.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Sairá

Numa manhã ensolarada,
Voava perdido um bem-ti-vi, quanto pousou numa grande canafístula que fazia uma sobra enorme e cobria o chão de pétalas amarelas. Lá viu uma linda sairá que encantava só com a plumagem e cantava um canto lindo. O bem-ti-vi permaneceu ali pousado só observando a saíra. Então perguntou como ela se chamava e ela respondeu timidamente. E ela cantou um canto doce e tão lindo que ele se afeiçoou a ela. E ficaram ali juntos o dia inteiro. Quando chegou a noite. A sairá que gostava de frutas disse que ia em busca de frutas e o bem-ti-vi perguntou se podia seguí-la. Ela disse que tinha um namorado sabiá. Ele foi embora. E achou que nunca mais a viria, mas todos os dias voltava aquela árvore. Um dia veio cedo e com pouco tempo depois ela apareceu. Estava solteira. Ele falou pra ela que conhecia uma mangueira cheia de frutos maduros e convidou-a para irem para lá. Ela aceitou. E foram lá. E os dias se passaram e era muito bom estarem juntos. Voavam pra lá e pra cá nas praças e jardins. E foram bons os momentos juntos eles falavam sempre. Haviam diferenças ele era uma ave rústica e ela uma linda ave delicada. Viviam bem entre todas as estações. Mas algo aconteceu. Como acontece com todas os pássaros. Eles foram morar longe. Ele arrumou novos amigos e ela também. E os cantos já não eram os mesmo. Ele sentia falta  e ela também. E o mundo dos dois foram ganhando outros sentidos, sentiam falta um do outro, sentiam solidão. E então parece que tudo acabou. Parece que sim. A sairá voou e o bem-ti-vi também. O mundo perdeu muito das cores sem a sairá. E a distância e as diferenças.
A sairá segue a vida e o bem-ti-vi também. Vida diferente, coisas diferentes. Hora se faz um vazio, mas a vida segue.

Mimosas

Mimosas flores rosas
de um doce odor
que encanta as matas,
mimosas paraibanas,
mimosas potiguares.
Quando a chuva se vai
floresces demais,
oh, lindas mimosas
em seus glomérulos,
abelhas coletam pólen,
abelhas coletam néctar,
enquanto a água escorre
e canta riacho abaixo,
perfuma a mata doces mimosas.
E quando a chuva se vai
muitas de também se vão,
só voltam em outra estação
de chuva...
Mimosas de flores doce,
mimosas que não te conhece,
quando te conhecer certamente
se apaixonará.
Mimosa florida quando ti vi
ai que saudades que deu
dos cheiros,
da areia molhada,
da vida passada.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Manhã através da janela

Quando a manhã caiu a luz estava fria,
esta assim como a brisa atravessava
minha janela, revelando-me as formas e o perfume do mundo.
Olhei para aquele mundo, com horizonte curto de minha janela
e contemplei aquele instante. Não sei se absorvi o mundo
ou se fui por ele absorvido.
Sei que minha mente está tranquila e fresca
como a luz do sol e a brisa daquela manhã.
E pus-me a pensar no céu infinito
e na vida finita, nos momentos vagos,
nas motivações e desmotivações.
Olhei no meu quarto e vi de uma desordem
que reflete a desordem de minha mente.
Olhei os livros na estante, na cama e na cabeceira
com um olhar de desejo de comê-los e digeri-los
um a um, e encontrar em seus universos
um cosmo para minha mente ou me perder completamente.
Cai em si, ao sentir uma lufada da brisa,
me recompus e voltei a realidade
e fui tomar o café e o banho,
A brisa da manhã e a lus fria
são suaves revelações de mais uma estação.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Mendigos

Eles estão pelas ruas ou nas praças. Alguns fixam em lugares onde encontrem abrigo, outros montam barracos. Que são estas pessoas desconhecidas? Andam por ai em busca de algo que lhes valha centavos, se alimentam de resto de comida, de lixo. Andam sujos aos trapos com um cheiro forte de gente sofrida. Alguns encontram conforto naquilo que lhes consome, na droga.
Quem são esses de chagas abertas mal curadas que não tem vergonha de defecar ou se masturbar?
São pessoas, mas que se parecem com bicho sem dono.
Quem são estas pessoas de olhos vermelhos? Pessoas de mau hálito...
Tenho certeza que são seres humanos marginalizados pela família, pela sociedade, por mim.
E as ruas e as praças são as paredes e o céu o teto destas pessoas.
Sim são pessoas, são humanos, são brasileiros. Eles falam português brasileiro, são filhos da grande pátria, nossa nação brasileira. No Brasil, rico país, também há muita miséria nas ruas e praças...
Há muito preconceito...
E o que falam? Por que são tão mal educados, falam tantos palavrões? São tão fortes na fala, mas seus corpos magros revelam sua pobreza material e física.
Sim eles estão por ai, com seus sacos, carrinhos de bebê ou de supermercado carregando seus andrajos.
Quando era pequeno na cidade pequena não via isso, mas sabia que existia nas grandes cidades.
Drogas, loucuras, desapego!
Mendigos são seres humanos. Gente marginalizada.
Por que não fazemos nada?
Um velho ditado diz que uma andorinha só não faz verão.
E para onde vai o dinheiro de nossos impostos?
Vão rio abaixo suprir os bolsos dos políticos...
Mendigo vota?  

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh