quinta-feira, 11 de abril de 2013

Assim feliz

Ao longo de um dia tantas coisas acontecem.
Hoje quando acordei, era um dia mais jovem,
um dia menos experiente...
Hoje quando acordei,
o dia estava tão bonito!
O sol brilhava,
O vento soprava suave.
E o dia foi suave,
E o dia se passou
ao sorriso dos velhos amigos,
doces conhecidos,
e maravilhosos lugares
onde vivi por quatro
maravilhosos anos.
A noite estou assim feliz...

sábado, 6 de abril de 2013

Revelações


A vida revela tantas coisas a um homem.
A alguns lhes revela muito em pouco tempo a outros lhes revela pouco em muito tempo.
Na maior parte das vezes as revelações são forjadas através da dor. 
Sentimentos como o amor, reações como a doença, a sensação da desilusão, da angústia e por fim a morte. 

O amor é uma faca de dois gumes que corta profundamente quando não correspondido. Só sei que a vida é tão estocástica que ceder ao amor é muitas vezes ceder a dor. Portanto é preciso ser forte para poder amar. O amor é para poucos que tem coragem, em frente as provações da vida. O amor é a maior prova, a maior de todas as revelações que a vida pode lhe presentear. E sua descoberta, pode ser um grande começo ou um grande fim.

A doença é uma disfunção em nosso corpo físico que gera dor e busca pela cura. Esta dor gera uma reação a desordem uma busca a ordem a saúde. A doença é uma luta que se busca recuperar o que perdeu sem saber como isto aconteceu. A doença muitas vezes moraliza nossos orgulhos, nos serve de mestra a vida.

A desilusão cedo ou tarde chega ao homem. Nem todo homem é fraco o suficiente para sentir desilusão porque a alguns a vida é condizente já com outros é desconcertante e lhes revela a angústia.

A angústia advém das dúvidas, das decisões que temos que tomar perante a vida.

Mas qual o ser humano que não se angustia, diante de um fracasso, diante da revelação de suas fraquezas, de seus limites e tudo que lhe revela fronteiras. 

A morte é equacionadora de tudo que tem vida. A morte não tem cheiro nem textura, não tem cor.
A morte é um simples desencarnar. Eis que em meio a vida, em um milésimo de segundo, todo que a vida lhes revelou é deletado para a eternidade. A carne esfria, enrijece e muito em breve se degenera. E àqueles que compartilharam da vida resta o vazio e a dor.

Vida é sinônimo de possibilidades, algumas vezes precisamos de revelações para nos atermos e corremos atrás de uma destas possibilidades. Está diante destas revelações pode nos fazer aceitar a vida, aceitar as situações, aceitar a aceitar, não antes de refletir e tomar a decisão que lhes é revelada.

A dor é um divisor de águas nos ensina e para isso corta na nossa carne.

Felizes  os que creem em algo pois serão mais suaves os sofrimentos.

All is vanitas


sexta-feira, 5 de abril de 2013

Chuva, manhã e sexta-feira

A chuva que agora cai,
é uma chuva da manhã.
Hoje é sexta-feira.
Chuva e sexta-feira soam tão bem,
Enchem a alma de alegria.
Cada pingo que cai
é uma gota de alegria,
manhã fresca,
Vida ao vento,
vida ao tempo,
E a chuva cai,
e a chuva canta,
é a natureza revelando
uma de suas belezas,
horas ruge o trovão,
e a manhã se passa,
molhada e viva.

Talvez Jung explique

Ontem, à tarde, quando o céu parecia que em instantes iria desabar lufadas de vento frio, aquele vento que antecede a chuva, me fez lembrar minha primeira escola. Foi naquela pequena escola, no sítio, que aprendi a compreender muitas coisas. Foi ali que comecei minha longa jornada de vida estudantil, ainda era década de oitenta. Foi ali que aprendi a ler e escrever com dona Livani.
Mas como dizia, mesmo pequenos, já eramos capazes de saber quando estava para chover, através do o vento que, às vezes, soprava do poente. Sempre era um vento frio, sempre que soprava, mais tarde chovia, então já tínhamos como certeza que a chuva viria.
Passados muitos anos, muito distante dali a sensação do vento frio da chuva ainda é revelador e maravilhoso. Faz-me sentir feliz. A chuva era motivo de felicidade para nós no nordeste.
Naquela tarde, enquanto caminhava refletia e contemplava a natureza, o fim da tarde, a chegada da chuva e este turbilhão de impressões que me acometia.
Às tardes são sempre maravilhosas embora, muitas vezes, estejamos confusos. Quando saio para caminhar o mundo se revela como uma chave e abre uma série de memórias e esqueço as coisas ruins que me atordoam e me sinto melhor...
As sextas-feiras, naquele tempo, ficava muito feliz quando ventava do poente... Meu coração enchia de alegria. E ainda hoje me sinto bem com o vento frio da chuva
Vá entender, talvez Jung explique.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Vanita

All is vanitas

A manhã caiu suave e nublada.
Zéfiro passou afável,
beijou Flora doce e perfumada 
e partiu.
As coisas agradáveis são deliciosas
de serem vividas,
mas as coisas desagradáveis
tem um certo dissabor.
As estações se sucedem,
o fruto doce ou é consumido
ou apodrece.
Tudo é tão passageiro
e se tudo é tão passageiro
porque há vaidade?
Vaidade em contemplar
a manhã nublada
e sentir a brisa suave,
Virão dias de sol e calor
e dissabor
e vamos esperar por dias melhores.
E o que nos sustenta vivos
senão a esperança.
Zéfiro sempre virá
beijar Flora!
Mas flora é vanita
e Zéfiro não...
Zéfiro é eterno
E flora é passageira.




quarta-feira, 3 de abril de 2013

Desconhecidas

Nesta vida, neste mundo e nesta existência há mais coisas desconhecidas que conhecidas.
Conhecemos as coisas em partes muitas vezes simplesmente porque apenas nos acostumamos com elas. Passamos nossa existência sem se atentar para as belezas e a forças que existe no mundo. Somos tão subjetivos que nos atentamos apenas para o nosso universo, a aquilo que nos convém. 
E me pego surpreso com as coisas pequenas desconhecidas, pois são estas pequenas revelações que me fazem ver o mundo com maior amplitude. Aprendo muito com sensações intensas como dor e alegria. Nem sempre controlamos nossos sentimentos, nossos desejos e acabamos ocultando toda a beleza que há na existência.
Quando aprenderemos a ver essas coisas? Quando refletiremos sobre as coisas que lemos no mundo ou nos livros? Talvez nunca, talvez sejamos para sempre ignorantes. Talvez tenhamos ambições de ficar rico vendendo peixe, sendo mais esperto que os outros.
Talvez passemos a vida olhando para o que não temos.
Estas reflexões cortam na nossa própria carne. Até quando seremos hipócritas?
Até quando vamos crer numa situação perfeita?
Não sei, e por isso fico divagando e me esqueço de viver a realidade.
E me questiono quanto sou superficial...E tenho tanto medo desta superficialidade... E não vivo o presente.
Bom, tenho que me ater aos meus sentidos para ver as coisas mesmo que superficiais como sou.
Que as coisas desconhecidas e reveladas cada dia me façam alegre quem sabe feliz...
Tudo é tão efêmero... e parece tão eterno.

Deeply

Há dias que não queremos sair da cama, abrir a janela, tomar o café.
Há dias em que nos sentimos no fundo do poço.
Há dias que nos sentimos enterrados na lama.
Dias em que nem a beleza das aves nos faz sorrir,
nem a beleza revelada pelo céu, pelas flores,
pela brisa...
Dias em que as notícias não nos interessa.
Que queríamos sumir.
Dias em que nos sentimos fracos,
tristes reduzidos a nada.
Dias que vemos todo o mundo seguir,
mas queremos permanecer em inércia.
Dias que não percebemos o sabor das coisas.
Queremos ficar na cama sentindo
nossa cama nos abraçar.
Estes dias existem, sim eles existem e um dia pode ser seu dia.
São dias que sentimos parte de nós morrer,
São dias que vemos a pior parte da vida.
São dias disaborosos.
Dias que fugimos, que nunca queremos viver.
E o que devemos fazer?
Não sei, pois hoje nem quero pensar,
estou vivendo um dia destes.
Todos merecemos viver...
Até que venha um novo dia.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Unir

Isso aconteceu a muito tempo.
Numa fazenda muito grande e rica havia um maravilhoso pomar onde se encontravam as mais doces frutas das mais vigorosas fruteiras. Foi ali sob a palmeira que um casal de maritacas se conheceram. Foi engraçado porque aquela linda maritacazinha estava com uma maritaca esquisita. Elas pareciam serem amigas. Então a maritaca macho ficou amigo da maritacazinha jovem.
E eles se conheceram e ficaram amigos e namorados. E tudo que iam fazer era juntos. Voavam de lá pra cá. Voavam e ficavam nas praças namorando. Eles se gostavam tanto. Um cedia seu tempo para o outro. E ai vieram os amigos e ai vieram as conversas. E aquele casalzinho já não faziam coisas juntos. E cada vez mais faziam menos coisas juntos. E cada vez mais aparecia mais diferenças. Mas mesmo assim estavam juntos. Depois eles tiveram que mudar de cidade e a coisa ficou mais difícil... Depois de tanto vivido juntos. Ah, a distância e as diferenças...
As maritacas voaram para longe. De coração partido...
Falta tanta coisa na vida. A vida é tão complicada. E viver sozinho é tão ruim. Se viraram legal.
Mas por que as coisas tem que acabar.
A vida é tão ingrata.
Na fazenda não podem mais voltar.
O que resta? O horizonte, as saudades...

Roseira do meu jardim

Como arde a luz do sol.
Roseira vermelha que cresce no jardim,
como são belas tuas rosas encarnadas,
como são doces e perfumadas.
Rosa não te perfumas para mim,
Não sedes bela e doce e maravilhosa para mim...
Rosa de folhas viridescentes
quando desabrochas uma rosa,
quando desabrochas uma rosa...
É toda para mim?
Toda ela perfumada e elaborada!
Tu crescestes em meu jardim...
Lágrimas salinas lavam minha alma,
até me acalmam...
Roseira, rosa... carne viva é assim,
É preciso cortar na própria carne,
o que há e o que já não há de tu em mim.
Em que passo descompassado nos perdemos.
Em que lugar não nus ouvimos?
Roseira que cresceste em meu jardim,
enfeitastes minha casa!
Como será o meu jardim?
Soturna a noite chega,
cadê o perfume das rosas?
Será sempre noite em meu jardim?
Há de renascer!
Havemos de renascer...
Roseira, rosas!
Já não miramos a mesma estrela a noite.
Onde nos desencontramos?
A luz do sol queimou as flores dos nossos vasos.


Continuam comigo

Cada um de nós tem memórias em flash que acende e apaga instantaneamente.
Cada um de nós retém ou simplesmente ignora e filtra estas imagens.
Minhas memórias flash são tão inúteis  que às vezes me pergunto por que vejo estas
memórias em flash?
Vejo flashs da caatinga seca, torrida. Vem a minha mente nosso cão deitado nas folhas secas a sombra do cajueiro...
E o que isto significa?
Não sei, coisas tão triviais...
Outras vezes vejo flashs de memórias que me irritam!
Não consigo compreender nada disto.
Quantas coisas não foram apagadas de minha mente.
Quantas coisas não são apagadas de nossas mentes.
Estas memórias, nem sei se elas existem,
nem sei como meu cérebro filtra.
Creio que são coisas desprovidas de reflexão...
O curral seco, a palha de milho, o cachorro...
Meus livros velhos,
Minha ingenuidade...
Carrego um monte de coisas que poderiam ser deletadas.
Mas continuam comigo!

Despedida infinito e eterno

 A casa A casa que morei Onde mais vivi, Papai quem a construiu, Alí uma flor mamãe plantou, Ali vivi os dias mais plenos de minha vida, Min...

Gogh

Gogh