quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Lua

Quando a noite cai enluarada.
Os vales, as montanhas
e as planícies ficam inundadas
da fria luz branca da lua.
A coruja canta tarde da noite,
e logo chega o vento de açoite.
E quando fica tarde da noite,
a natureza viva se movimenta,
formigas a forragear,
corujas a cantar
e morcegos a voar...
Toda a natureza permanece clara,
toda a natureza permanece calma.
E as ondas que quebram na praia
foram um espelho de água na areia.

É noite, noite de lua cheia...

Flores brancas desabrocharam,
flores brancas perfumaram
para nix, a deusa da noite.
E a noite segue bela e eterna.

E outra noite de lua cheia.
A mesma lua que enamorou
meus avós, meus pais
e me enamora...
A lua será sempre bela,
sempre esteve lá
e nós somos meros observadores,
embalados em amores
até o fim de nossa espécie.

Eternidade


Nasce mais um dia,
mas uma lida pela frente...
E a manhã vai passando
a tarde chegando...
Tudo vai passando
e nem percebemos
que a vida passa.
Só quando contamos
os anos que vivemos
ou paramos em frente
ao espelho que o tempo
deixa marcas.

Mais um dia nasce,
mais um dia partiu
e entrou na eternidade
como tantos anos
que se dissolveram
no tempo...

As manhãs sempre passarão
os dias também,
mas nós vamos ficando,
vamos envelhecendo,
se apagando
como o dia no ocaso
até que somos esquecidos
e as manhãs
sempre nascerão
eternamente.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Primavera


 Quando é primavera,
as manhãs são sempre mais belas.
As flores desabrocham em
ervas e árvores.
O sol e o céu são tão limpos.
Campos aromatizados.
Os pássaros fazem seus ninhos
e cantam com tanta vida e harmonia.
Ah, a natureza toda se enfeita.
Ontem na volta pra casa
vi  uma árvore florida.
Toda coberta de
flores brancas perfumadas.
Senti alegria em viver,
senti quão maravilhosa é a existência.
As flores e as aves dão graça pela vida.
Cada uma flor,
cada uma doce flor,
que vejo desabrochar.
Não tenho palavras para explicar
mas sei que quando vejo.

soa a mais bela melodia
criada por Mozart
e é como se os campos
desabrochassem
em flores
como se tudo
se tornasse primavera...
Como é doce, meiga e porque não maravilhosa...
A primavera.
As flores são visitadas
por borboletas
e beija-flores
E tudo é tão belo.

E hoje algo me faz mais feliz
mesmo diante da solidão
ouço  uma doce melodia e quando se acaba
fica apenas o silêncio.
E o dia segue vivo.

Tim Maia http://www.youtube.com/watch?v=7T4gzCpQKgg

Manhã

Cordia glabrata

O dia nasceu fresco,
nuvens desfiam e desfilam no céu.
As aves cantam sem parar,
parecem celebrar a chuva
da tarde anterior.
No chão fresco e úmido,
germinam as sementes
adormecidas, crescem os ramos
das ervas vivas.
A grande paineira,
o mogno se cobrem de folhas.
Jovens folhas coloridas.

Longe candam quero-queros,
andorinhas e tantas outras aves.

Nem ouço o que toca no rádio.

Estou distante. Vivo, mas distante...

Nesta manhã fresca,
tenho tantas imagens
relembradas...

Canto do sabiá, do rouxinó...

A vida é curta
e as manhãs maravilhosas
um respiro de esperança...

Que doce que é essa manhã de primavera.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Universo















O universo cabe em meu verso.
Pobre verso quem sabe infinito.
As vezes bonito e sem vida.
As vezes feio, mas cheio de vida.
O universo azul, azul marinho
é tão belo.
De noite estrelado,
de dia apagado.
A luz do sol tudo revela,
as flores, as cores e as formas.
A luz do sol é energia e é vida.
O mar azul, o céu azul.
Ah, ponho o universo em meus versos.
Versos tênues como semente germinando,
pus tanta coisas nos meus verso.
Tentei dar vida, mas não pude dar vida,
cabe a ti somente a ti doar-lhes ar.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Tarde harmoniosa


Quando chega o fim da tarde,
depois do dia perder força,
depois daquela chuvinha.
Como é bom caminhar
ou não fazer nada.
Ouvir Schumann ou o sabiá cantar.
Sentimos a vida tão leve, sem nenhum pesar,
tão agradável.
E se saio para caminhar
sinto os aromas,
vejo as formas molhadas.
E a tarde preguiçosa
mergulha na sombra da noite
e a alma dorme calma.

http://www.youtube.com/watch?v=4fR17bJl2ow

domingo, 23 de setembro de 2012

Nascimento

http://www.youtube.com/watch?v=KRbfFQPaHs4


VENTO NORDESTE - 1979




Nasci numa noite enluarada de verão que de certo o vento nordeste ventava. Era uma noite de quinta feira. Não sei por onde papai estava,
mas mamãe me paria na maternidade "Dr." Manuel Vilaça.  
Às oito horas da noite 1 de novembro de 1979 pela primeira vez vi a luz
do quarto, só  no dia seguinte vi a luz solar.
logo fui amamentado e dormi muito.
Voltei à casa onde fui gerado e já não era mais parte do corpo de minha minha mãe que doou todo o seu amor a mim.
Fui festejado e visitado por todos entes amados.
Riram de felicidade por minha vida a existência.
Era apenas mais um ser sem compreender o mundo em minha volta.
Era apenas uma expressão da vida se desenvolvendo sem nada compreender aos cuidados de meus pais.
Apenas me alimentava e dormia sem nada compreender.
Muito tempo se passou e a casa que me abrigou, abrigou muitos outros e hoje não existe mais, virou pó e as memórias se apagam lentamente.
Partimos muito cedo dali, para o lugar onde cresci e aprendi a apreender o mundo.
Sai do Sítio de fora para Serrinha do Canto... 
Onde cresci sob o amor paterno, mas cresci como cresce uma erva no meio do campo.
Cresci rodeado pela natureza viva, plantas e animais...
Ali, aprendi a sentir, viver e ser do mundo.
Aquele mundo de apenas duas estações a de chuva e a de inverno.
Mundo onde a mais harmoniosa melodia era a das aves que eram quem muitas vezes encantava nas casas entisnadas pela queima da madeira para cozinhar o feijão, o arroz e o toucinho.
Aprendi sobre a vida com a vida.
A natureza aquilo que mais me encantava, aquilo de mais moderno que existia e nós não sabíamos. 
Fui sempre pragmático, aprendi fazendo. Aprendi ajudando minha mãe e meu pai com as lidas da casa.
Ajudei no plantio e na colheita,  na criação dos bichos.
Aprendi a respeitar  os idosos e professores.
Aprendi a me virar e a viver naquele lugar.
Tinha muitos amigos com quem vivi e compartilhei uma vida semelhante.
Eles estavam lá, com suas grandes famílias e dificuldades, mas todos cuidavam de todos. Eramos uma grande família.

Não me lembro a noite que nasci.
Sei que era verão e que o céu estava plenilúnio.
Que a poeira tingia de vermelho os caminhos e os pés dos burros e pedestres.
Nasci só, mas cresci entre muitos
num lugar tão pequeno, mas tão grande para um ser crescer.
Este lugar pequeno que tanto foi habitado aos poucos desaparece.
O vento leva aos poucos as vistas e as almas.
E a terra consumiu e consome aos corpos e as almas.
Hoje  os adultos de minha infância dormem lado a lado.
Já são tantos os que partiram
que parece que estou longe na viagem de minha vida.
Meus avós e alguns tios que sentiram-se feliz quando  nasci já
partiram também ou e apenas dormem à sombra da eternidade.
Dormem com suas histórias que nunca mais serão contadas por falta de memórias.
As histórias desaparecem com seus protagonistas.
E o que faço com minha história que nem sei contar?
Nasci e desde que nasci não paro de caminhar, já passei por tantos lugares, conheci tantas belezas, mesmo assim não paro de
trilhar esta jornada que é a vida...

sábado, 22 de setembro de 2012

Primavera 2012

Flores em antese,
desabrochando com frescura,
beleza e elegância.
E as flores vão se revelando
perfumadas ou coloridas
todas enfeitam a vida.
Flor de jitirana, angico,
crotalária, ingá e ipê.
É primavera.
A primavera chegou ontem
e trouxe consigo
a chuva pra refrescar
as plantas
para desabrochar as flores.
A flores de ontem são plantas de hoje
e as flores de hoje
quem sabe serão plantas amanhã.
É primavera...

Solidão


Quando estou só, penso na solidão
e me acostumo com essa imensidão.
Ver o meu quarto vazio
da nada ouvir, além de minha respiração
ou o inoportuno mosquito tarde da noite.
E o sono que deveria ser meu companheiro
atrasa, parece que não vai chegar.
Quando amanhece a solidão ainda está ali
como todas as coisas que esta trás,
livros sobre a cama, migalhas no chão,
xícara na pia...
Usa a vassoura para varrer a solidão
ou a poeira do quarto.
Ontem a noite choveu e hoje está fresquinho bom para passear,
mas não te esqueças do maldito, bendito trabalho...
Estuda,  estuda se quer ser alguém no amanhã.
E ainda tenho que resistir a solidão.

A solidão é triste.
A solidão é má.

Ela teima em me perseguir,
na graduação me sentia só,
mas vivia numa caravela grande,
que caravela era a residência universitária,
mas lá havia gente pra compartilhar as coisas.

Bem, passou-se pós-graduação
e a solidão continua comigo.
Quero te queimar,
torná-la cinza,
mas sedes mais forte solidão.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Noite de chuva

A noite chegou, nas ruas vazias as luzes do poste alumiam o nada.
A chuva veio com a noite e trouxe raios e trovões.
Os pingos da chuva, o calor dentro de casa...
Fazem me lembrar Campinas.
Da minha casa um barulho irritante não para
de manhã a tarde ou a noite
são as maquinas nos malditos ar condicionados do shopping.
Ao menos tem o barulho da chuva...
E a noite como companheiras.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh