quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Vento e tempo

Passo meu tempo útil,
fazendo coisas inúteis.
Lendo o que não preciso,
pesquisando o que não me serve.
Eita tempo pra que me serves?
Viver, viver...
Viver bem ou mal, será se depende de nós?
Chova ou faça calor,
não sei como somos felizes.
E o tempo passa
como o vento.

Aurora

Acordo preguiçoso, levanto, tomo um chá.
Ainda não acordei, leio colunas, rio muito.
Algumas coisas me fazem matutar,
mas tudo passa logo. Enquanto isso
ouço o notícias no rádio...
Já me acostumei as novas quatro paredes brancas,
mas ainda sinto falta das antigas.
Minha janela agora é enorme,
mas não tem um jardim,
uma acácia e uma magnólia como
antigamente.
Tenho só paredes de um shoping
e alguns eucaliptos ao sudoeste.
Agora vejo grades...
Que isso importa, paredes brancas,
claras como minhas ideias,
vazias e frias.
Às vezes me sinto feliz.
E assim acordo novamente.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Caminhos do passado

Ah, o que nos parece velho.
O que é velho aos nossos olhos será mesmo velho?
Nossa vida é tão curta, breve...
Os dias se sucedem sem que percebamos,
simplesmente nos acostumamos com tudo.
E quando nos acostumamos as coisas vão se desbotando,
e ficam parecendo velhas.
O velho caminho por onde passei,
por onde aprendi a andar,
onde reconheço cada buraco, curvas e pedras,
para mim, parece velho, mas será?
A minha interlocução sim.
Embora perceba isto,
não creio que o é.
A vista do outro pode ser novo.

O velho caminho onde caminhava
para buscar a água de beber ou as vacas,
hoje, já não existe mais,
nem é novo ou velho...

Revelo que existiu,
mas a quem interessará
uma velha rota de jegues,
vacas e homens...

Tudo isso agora é passado quase apagado,
restam algumas lembranças...

Cada um tem um caminho que acha velho.
Qual é o seu?

Vento

Nestes dias quentes como é gostoso quando o vento sopra
e leva o calor para longe.
Como é bom ter um jardim para poder banhar.
E ter a ilusão de que o calor se foi.
Às vezes queríamos que nossos problemas fossem
como o calor fácil de resolver...
Mas não são, pelo menos é o que achamos.
Nestes dias quentes nema as ilusões são leves.
Enquanto isso a vida passa.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Saudades

Ah o tempo vai nos afastando dos velhos costumes e trazendo-nos novos.
Agora nesta estação as árvores perderam as folhas e os ipês estão florindo.
O tempo torna distante minhas lembranças, minhas maravilhosas lembranças
das praças arborizadas de Barão. Saudades doces de Barão Geraldo,
da Unicamp, do IB, do Departamento de Botânica...
Saudades do velho Tama, dos Joazoinhos Semir e Galvão.
Saudades da Sandra Caramello, da Ana Tozzi.
Saudades do João Aranha, do Padre, da Rose, do Marcelinho, da Suzana, da Maiara, da Emília, da Dani, do Zé Bola, do Tomate, da Aline...
Saudades desse povo, saudades de Campinas...
Saudades do tempo cinza.
Saudades das coisas boas que passaram por minha vida.
Coisas boas como o cheiro do Jasmim, das Murraias, da Mangólia.
Saudades de namorar minha Ana em Campinas.
Sair da Unicamp passar na sapore e comer aquela pizza.
Saudades de minha bicicleta azul, linda xabrobike.
Depois de sair da Unicamp, ir para casa, pegar as coisas e sair para passear.
Pedalando pelas ruas Felizberto Brolezze, Luiz Vicentin, passar pela igreja Santa Izabel o super barão que hoje é hiper, Cruzar a avenida santa Isabel,
e pegar a praça dos cocos, depois malhar um pouco a sombra dos Ficus.
Sair pedalando pela rua José Fernandes pegar poeira, ver a Bhoemeria depois do objetivo. Pedalar toda José Ferndandes, e indo olhando as plantas e catalogando...
Saudades de minhas Dichorizandras...
Depois de descer subir pela santa Isabel e chegar em casa.
Comer qualquer coisa, ligar o ventilador e ler.

Saudades, saudades das coisas mais simples mas que me faziam feliz.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Nova noite

A noite chega calma.
O céu azul se enrubresce
e depois de tinge de azul marinho.
Suave as estrelas surge.
As cores se apagam,
e apagam consigo as formas
e o que era próximo
torna-se distante.
A noite torna as flores brancas e perfumadas
que doce a Ipomoea alba e o Inga vera.
Quando finda a tarde,
desço lá pras bandas do lago,
vou caminhar a beira da água.
Olho para o céu e vejo aves voando,
as vezes dou sorte de ver as capivaras.
O vento sopra de onde o sol nasceu,
E vejo tudo isso,
e sou alegre como as ondinhas do lago
e me sinto feliz por existir.
Amanhã será outro dia.
Novas colunas, crônicas,
novos desafios
e uma nova noite.

Passageiro

Passageiro,
Acordo, saio do mundo dos sonhos, subjetivo e volto ao mundo real.
Mais um dia, mais uma batalha.
Cedo penso viajar o mundo sem sair de casa.
Analiso rapidamente nas manchetes e creio saber sobre o que aconteceu no mundo ontem.
Sei que é um ledo engano, mas ao menos não sou totalmente aleio ao todo.
O terá acontecido com meus pais lá no nordeste ontem, ou com os meus amigos pelo dentro e fora do Brasil.
Meu mundo ultimamente parece tão pequeno, nunca tive tanta certeza.
Nunca me senti tão pequeno e alheio ao mundo.
Vivo no meu mundinho e tento construí-lo cada vez mais forte e assim, quiçá eu posso conversar com outras pessoas e seus mundinhos.
O mundo anda tão veloz em sabedoria.
Outro dia fiquei espantado quando um garoto, ao usar um objeto para caminhar usou o substantivo "simulador de caminhada" que fiquei rente com o chão.
Não estou perdendo muito rápido este mundo, como me apropriar de algo que não conheço...
Apesar de tanto tentar me informar, sinto-me mais e mais ignorante.
Ler os clássicos será minha salvação...
Mas pra que tudo isso se sou só um passageiro?
Amanhã nada que é meu me pertencerá...
A vida é visceral, mas vale ser vivida que jamais ter existido...
Sejamos então esse passageiro.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Loucura

Vejo o dia e a noite nascerem.
Vivo cada momento entre estes momentos.
Gosto de vivê-los?
Talvez seja apenas mania da idade ou seria vaidade?
Há aqueles que preferem ao sono.
Há quem prefira tanta coisa,
mas minha maneira orgânica de ser é assim
as vezes irritante para quem não o é.
Sei lá, acho que todos são loucos,
acho que os loucos acham que sou louco
quase isso ou nada.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Distante

O tempo,
os fatos acontecem
a todo instante
e em todos os lugares.

Só sei daquilo que acontece a minha frente,
embora possa saber sobre o que acontece
em outros lugares...

O que é externo a mim
muitas vezes me espanta.

domingo, 2 de setembro de 2012

Solidão

É noite,
A noite é silenciosa.
Estrelas e a lua brilham no céu.
O clima seco,
árvores nuas.
Ruas esfriam lentamente,
liberam o calor do longo dia.
Há pessoas felizes
e pessoas tristes.
Estes sentimentos
afloram com a noite...
Nos confundimos
com as palavras e a solidão.
Grilos cantam...
A noite passa,
seca.
É noite no meu coração.
É noite e sinto solidão...

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh